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O tom subiu: ações de Israel são tão graves quanto ato terrorista do Hamas, diz Lula

Sedes da ONU na Ásia têm bandeiras a meio-mastro por mortos em Gaza

Publicado em 13/11/2023 2:44 - Anna Satie e Lucas Borges Teixeira (UOL), Augusto de Sousa (DCM), Agência Brasil – Edição Semana On

Divulgação Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) subiu o tom e afirmou hoje (13) que as ações de Israel no conflito em Gaza são “tão graves” quanto o ato terrorista do Hamas no início de outubro.

Lula expressou sua indignação pela forma que Israel está conduzindo o conflito no Oriente Médio, comparando o governo sionista aos atos do Hamas. “Estão matando inocentes sem nenhum critério. Jogar bomba onde tem criança, onde tem hospital a pretexto de que um terrorista está lá não tem explicação”, disse, em pronunciamento nesta segunda-feira (13).

“A quantidade de mulheres e de crianças que já morreram, e a quantidade de crianças desaparecidas, a gente não tem conhecimento em outra guerra. Nessa guerra, sabe, depois do ato provocado, e eu digo, ato de terrorismo do Hamas, que provocou um ato, as consequências e a solução do Estado de Israel é tão grave quanto foi do Hamas”, afirmou o presidente.

Por fim, ele propôs “salvar as mulheres e crianças” para depois deixar fazerem “a briga com quem quiser fazer”. Dos 36 hospitais na Faixa de Gaza, 20 estão inoperantes, segundo uma agência das Nações Unidas.

O hospital Al Shifa, com a maior capacidade de atendimento na região, está privado de combustível desde sábado (11), e relatou a morte de três bebês prematuros e quatro pacientes, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, embora a informação não tenha sido verificada independentemente.

Israel confirma combates ao redor do Al Shifa, alegando que o Hamas utiliza o hospital como centro de comando, acusando-os de usar pacientes e médicos como escudos humanos. O diretor do hospital e o ministério do Hamas negam tal alegação.

Um porta-voz do Al Shifa destaca a urgência de material, combustível e garantias de passagem segura para retirar 600 pacientes imediatamente. A OMS alerta que 36 bebês em cuidados intensivos correm risco de morte. Israel afirma estar ajudando a remover os recém-nascidos, divulgando imagens de soldados entregando combustível para as incubadoras.

Com Israel cortando o fornecimento de combustível desde os ataques terroristas de 7 de outubro, acusações são feitas ao Hamas de armazenar diesel e não repassá-lo aos hospitais. A situação é caótica, com médicos atendendo pacientes à luz de lanternas de celulares em alguns hospitais. A comunidade internacional observa com crescente preocupação a escalada desta crise humanitária em Gaza.

No entanto, há dificuldades de levantamento sobre a quantidade oficial de mortes entre os palestinos. Até a semana passada, a estimativa era de 10 mil, porém, Bárbara Laef, secretária assistente de Estado para Assuntos do Oriente Próximo, falou em um painel da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, que o número de mortes de palestinos é provavelmente muito maior do que o estipulado pelo ministério da saúde na Faixa de Gaza.

“Neste período de conflito e condições de guerra, é muito difícil para qualquer um de nós avaliar qual é a taxa de baixas”, disse ela durante uma audiência de quarta-feira do Comitê de Relações Exteriores da Câmara. “Achamos que eles são muito altos, francamente, e pode ser que eles sejam ainda mais altos do que estão sendo citados”, afirmou.

Sedes da ONU na Ásia têm bandeiras a meio-mastro por mortos em Gaza

Bandeiras da Organização das Nações Unidas (ONU) foram colocadas nesta segunda-feira (13) a meio-mastro nos edifícios da instituição em toda a Ásia, em memória dos colegas mortos na guerra entre Israel e o Hamas. Ao mesmo tempo, foi observado um minuto de silêncio pelos funcionários locais.

A bandeira azul e branca da ONU foi arriada às 9h30 locais em Bangcoc, Tóquio e Pequim, um dia depois de a organização ter anunciado “um número significativo de mortos e feridos no bombardeio” da sede do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em Gaza.

Imagens divulgadas nesse domingo (12) mostravam uma cratera no meio do pátio de uma escola da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza.

Na sexta-feira (10), a agência anunciou que mais de 100 funcionários tinham morrido na Faixa de Gaza desde o início da guerra.

Em 7 de outubro, o movimento islamita Hamas lançou um ataque surpresa contra o Sul de Israel, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, deixando mais de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impondo cerco total ao território, com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Os bombardeios israelenses por ar, terra e mar deixaram pelo menos 11.100 vítimas, a maioria civis, em cinco semanas, na Faixa de Gaza, disse o Ministério da Saúde do Hamas.


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