18/05/2024 - Edição 540

Mundo

Israel mantém brasileiros entre os aprisionados na Faixa de Gaza

Israelenses já lançaram o equivalente a uma bomba de Hiroshima e meia sobre a região: número de crianças mortas chega a 3.648

Publicado em 02/11/2023 9:46 - Victor Nunes e Fernando Miller (DCM), UOL, RBA, Leonardo Sakamoto (UOL), Ricardo Noblat (Metrópoles) – Edição Semana On

Divulgação Reprodução

Clique aqui e contribua para um jornalismo livre e financiado pelos seus próprios leitores.

O Brasil permanece excluído da relação de nações autorizadas a retirar seus cidadãos da Faixa de Gaza em direção ao Egito, como parte de um acordo intermediado pelo Catar, entre os governos israelense e egípcio, com a coordenação dos Estados Unidos, nesta quinta-feira (2).

A notificação foi transmitida ao embaixador do Brasil na Cisjordânia, Alessandro Candeas, durante a manhã (madrugada no Brasil). A autorização para a evacuação contemplou cidadãos do Azerbaijão, Barhein, Bélgica, Coreia do Sul, Croácia, Estados Unidos, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Macedônia, México, Suíça, Sri Lanka e Chade.

Americanos são maioria na lista

Os americanos, sob a pressão pessoal do presidente Joe Biden, constituem o maior grupo, com 400 dos 576 nomes autorizados. O presidente declarou que a decisão foi tomada após intervenção de sua administração, quando o acordo entrou em vigor com a evacuação de pelo menos 320 pessoas de Gaza.

O Hamas, que governa Gaza desde 2007 e provocou a retaliação israelense em 7 de outubro, não participou diretamente das discussões sobre a evacuação desses refugiados. Enquanto isso, os residentes de Gaza continuam a sofrer com os ataques aéreos de Tel Aviv, que persistem em todo o território habitado por 2,3 milhões de pessoas, apesar da ofensiva terrestre.

Situação dos brasileiros em Gaza

O Itamaraty tem registrado 34 pessoas para repatriação em Gaza, das quais 18 já estão em Rafah, na fronteira que liga a Faixa de Gaza ao Egito, e 16 estão a 10 km de distância, em Khan Yunis. Dentre esses indivíduos, 24 são brasileiros e o restante são palestinos em busca de imigração.

Candeas compartilhou a angústia vivida pelo grupo brasileiro desde o início do processo de evacuação, que já dura quase quatro semanas, afirmando que a indefinição é extremamente angustiante.

“Todo dia é uma perspectiva. Nós somos teimosos”, disse Candeas durante entrevista à Folha.

Nesta quinta-feira, os membros mais ativos do grupo de brasileiros que aguardam para sair de Gaza manifestaram sua insatisfação com os atrasos por meio de vídeos. Hasan Rabee, em Khan Yunis, demonstrou críticas mais severas ao governo brasileiro. A expectativa é que na sexta-feira os cidadãos do país comecem a ser contemplados com a saída da zona de guerra.

Em outro vídeo, também capturado por Hasan, ele exibe a situação calamitosa vivida em Gaza atualmente.

Prioridade aos EUA

A teoria de que Israel está priorizando os Estados Unidos em detrimento do Brasil como forma de retaliação pela postura brasileira no Conselho de Segurança da ONU em outubro, quando buscou resoluções favoráveis aos palestinos em Gaza, é considerada mais uma suposição do que uma realidade comprovável.

A influência dos EUA na predominância na lista é um fator que causa revolta entre os diplomatas, no entanto, a diplomacia brasileira mantém a esperança de que haja notícias positivas até sexta-feira (3).

O chanceler Mauro Vieira conversou diversas vezes com autoridades no Egito, Israel e nos EUA sobre a questão de Gaza, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também fez contatos com líderes locais.

Vale ressaltar que, assim que o grupo brasileiro for evacuado, ele será recebido por uma equipe do Itamaraty do outro lado da fronteira, que os transportará de ônibus até o Cairo, de onde embarcarão para o Brasil em uma aeronave VC-2, uma versão do Embraer-190 a serviço da Presidência que já se encontra na capital egípcia.

Brasileiros resgatados da Cisjordânia chegam ao Brasil em avião da FAB

Um avião da FAB (Força Aérea Nacional) pousou às 8h35 de hoje na Base Aérea de Brasília, com brasileiros que estavam na Cisjordânia.

O embarque dos 30 brasileiros, uma jordaniana e um palestino foi ontem (1) no Aeroporto Internacional Marka, em Amã, na Jordânia. Entre os passageiros estavam 12 homens, nove mulheres e 11 crianças. Há ainda, seis idosos e entre eles dois cadeirantes.

Antes da capital federal, a aeronave pousou em Recife. Seis passageiros desembarcaram na capital pernambucana.

Em Brasília, 26 brasileiros desembarcaram. A aeronave foi cedida pela Presidência da República.

A Representação Brasileira em Ramala organizou uma operação de resgate. Estão sendo retiradas pessoas que manifestaram interesse na repatriação. Ônibus e vans alugados, identificados com a bandeira do Brasil, conduziram os passageiros de 11 cidades da Cisjordânia até a cidade de Jericó.

A Cisjordânia tem habitantes palestinos e israelenses. Ainda que o território não esteja envolvido no conflito entre Israel e o Hamas, há temor de ataques no local.

De acordo com a nota do Itamaraty, em Jericó, eles fizeram os trâmites migratórios e partiram para Amã, capital da Jordânia.

As famílias resgatadas têm 10 cidades como destino. São elas: Foz do Iguaçu, São Paulo, Florianópolis, Recife, Rio de Janeiro, Fortaleza, Curitiba, Goiânia, Brasília, e Porto Alegre.

Eles serão transportados pela companhia Azul que pagou as passagens dos repatriados, segundo o governo federal. Apenas os dois passageiros que irão para Goiânia não viajaram pela companhia e terão que custear as próprias viagens.

O que disseram os brasileiros

Mahmoud vivia há seis meses na Cisjordânia e agora segue para Foz do Iguaçu, no Paraná. “Fui lá porque meu filho estava morando lá, mas não deu para aguentar e viemos para cá, porque estávamos correndo muito perigo”, diz.

Ele comemorou a chegada ao Brasil. “Muito boa [a sensação de voltar ao Brasil], agradecemos muitos. A situação era insuportável, não tínhamos liberdade, estávamos cercados, a vida estava muito difícil, muito triste a situação de todos que moram lá.”

Amer Aziz, 40, voltou para o Brasil com os quatro filhos. Segundo ele, mesmo não estando em um local com bombardeios, a sensação é de medo e insegurança.

Duas brasileiras-palestinas comemoraram a chegada ao Brasil, mas lembraram os familiares que ficaram na Cisjordânia. “Deixamos nossos parentes e amigos lá, mas que Deus proteja eles. Minha mãe, irmãos, tias, a família toda ficou lá”, disse uma delas. “Vamos tentar um dia encontrar com eles.”

Outra brasileira-palestina celebrou a chegada ao país. “Sou brasileira e palestina também. Viva Brasil. ‘Mil maravilhas’ estar de volta.”

Mahmoud Salim, 43, vivia em Ramallah, na Cisjordânia e segue viagem para São Paulo. Ele chegou a Brasília com os filhos de 7, 13 e 15 anos. “Lá estava perigoso. Está faltando comida, gasolina e água.”

Ele conta que perdeu dois amigos no conflito. “Do lado da minha casa, às vezes, jogam bombas. Se você quer passar para outra cidade, fica difícil. Tinha controle, matam o pessoal por nada”.

Salim diz que quer começar a trabalhar em São Paulo. “A Embaixada ajudou muito a gente”, diz.

“Passei dois meses lá e tive que voltar por causa da guerra. O lugar que a gente estava não tinha nada de ataque. Para se locomover de uma região para outra está muito difícil, deu muito medo, a gente com família”, diz Amer Aziz, brasileiro repatriado.

Resgatados do conflito entre Israel e Hamas

Com a operação de hoje, o governo federal trouxe 1.445 pessoas para o Brasil. Foram oito voos vindos de Israel e um da Jordânia nos aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) que são utilizados pelo presidente da República e outras autoridades.

Um grupo de 34 brasileiros na Faixa de Gaza ainda aguarda autorização para cruzar a fronteira com o Egito e embarcar no avião da FAB. A aeronave foi para o Cairo na segunda (30) levando alimentos doados pelo MST (Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

Ontem, a fronteira foi aberta pela primeira vez desde que o conflito começou, em 7 de outubro, para a saída de palestinos e aproximadamente 450 estrangeiros, que incluiu brasileiros.

Hoje, novamente, o Brasil não entrou na lista de pessoa autorizadas a saírem de Gaza, segundo o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas.

Na lista foram contemplados Azerbaijão, Barhein, Bélgica, Coréia do Sul, Croácia, Estados Unidos, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Macedônia, México, Suíça, Sri Lanka e Tchade.

Ao todo são 576 estrangeiros, sendo 400 pessoas dos Estados Unidos.

Israel já lançou o equivalente a uma bomba de Hiroshima e meia sobre Gaza

Desde o dia 7 de outubro, o exército israelense lançou cerca de 18.000 toneladas de explosivos sobre a Faixa de Gaza, o que representa aproximadamente 1,5 vezes a potência da bomba utilizada em Hiroshima, Japão, durante a Segunda Guerra Mundial, conforme relatado por autoridades na região sitiada. Com informações do site Anadolu Ajansi.

Salama Marouf, responsável pelo departamento de comunicação do governo, comunicou à imprensa que as forças israelenses também destruíram 85 edifícios públicos em Gaza.

Ele acrescentou que 47 mesquitas foram demolidas e três igrejas sofreram danos significativos devido aos ataques. Isso resultou em mais de 200.000 edifícios danificados, com 32.500 deles tornados inabitáveis. Além disso, 203 escolas sofreram graves danos, e 45 escolas estão atualmente fora de operação.

Devido à intensidade dos ataques, as estatísticas ainda não estão completas.

De acordo com as disposições da Convenção de Genebra, é proibido atacar locais de culto, escolas e outras estruturas civis. Israel argumentou que militantes se refugiam em ou ao redor desses edifícios.

Marouf também destacou que “o exército israelense massacrou 908 famílias, resultando na morte de milhares de pessoas”. Além disso, 35 jornalistas, 124 profissionais de saúde e 18 membros da defesa civil das equipes de resgate de emergência foram mortos nos ataques.

Número de crianças mortas por Israel em Gaza chega a 3.648

O número de mortos no conflito entre o Hamas e Israel ultrapassou ontem (1º) 10 mil. Destes, 8.796 são palestinos da Faixa de Gaza. As informações são do Ministério da Saúde local. Ainda de acordo com o órgão, do total de mortos, 3.648 são crianças. Os feridos superam 22 mil, além de 1,4 milhão de desabrigados e cerca de 50 mil grávidas sem condições básicas de sobrevivência.

O sistema de saúde em Gaza enfrenta um severo colapso. Falta tudo: comida; água; energia e combustível. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que crianças podem já estar morrendo de sede. Não há lugar seguro em Gaza. Apesar de Israel mandar todas as pessoas saírem do Norte de Gaza, região mais povoada, o país não segue sua palavra e ataca toda a região.

Entre os alvos prioritários eestão hospitais, escolas e campos de refugiados. Além das bombas que caem aos milhares em Gaza, o exército israelense também promove sangrentas incursões por terra. Enquanto isso, o mundo clama pelo fim da sede de sangue de Israel. “Crianças não são alvo”, disse a ONU em nota divulgada ontem. Gaza, então, tornou-se um “cemitério de milhares de crianças”, segundo o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), James Elder.

No último dia 31 Israel promoveu um ataque massivo em um campo de refugiados do Norte de Gaza. Além de dezenas de civis, informações preliminares dão conta de que reféns do Hamas também morreram na investida. Israel argumentou que lá havia um integrante do Hamas.

O ataque, somado a cerca de 30 bombardeios a unidades de Saúde, levaram o governo do Egito a proceder com a abertura de sua fronteira, na região de Rafah. Então, em uma primeira leva, 500 pessoas deixam o Sul de Gaza. Ainda existe a expectativa de os 32 brasileiros que estão na região finalmente consigam voltar ao país até o fim de semana. Hoje, o governo brasileiro conseguiu resgatar outros 33 que estavam na Cisjordânia, território palestino sob ocupação militar de Israel, com pouca influência do Hamas.

Massacre de Israel em Jabalia foi como matar a favela para prender bandido

 Israel bombardeou duas vezes Jabalia, o maior campo de refugiados da Faixa de Gaza, sob a justificativa de matar os responsáveis pelos ataques terroristas do Hamas e destruir sua infraestrutura. Atingiu também civis e crianças, como era de se esperar. Trazendo para o Brasil seria como lançar mísseis em uma favela densamente povoada para pegar um grupo de traficantes.

Lá como aqui, isso é um crime contra a humanidade. Mas há quem defenda isso e, portanto, esteja celebrando as crateras abertas onde antes havia conjuntos residenciais em um campo de refugiados. Considerando que o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse que eles estão “lutando contra animais”, pelo menos é coerente.

Dados da Unrwa, a agência da ONU que cuida dos refugiados palestinos, apontam que havia, antes do 7 de outubro, 116.011 pessoas vivendo no campo de Jabalia em uma área de 1,4 quilômetro quadrado. Isso dá quase 83 mil/km2. A altíssima taxa foi notada pelo doutor em direito internacional Jefferson Nascimento, da Oxfam Brasil.

Para efeito de comparação, o Censo 2022 registrou 67.199 pessoas na favela da Rocinha. Com uma área de 0,95 quilômetro quadrado, a densidade democráfica da comunidade carioca é de quase 71 mil pessoas por km2.

Por mais que parte dos habitantes tenha fugido de Jabalia depois que o Exército israelense ordenou a evacuação, outros tantos resolveram ficar por não terem para onde ir. Sem contar os que chegaram ao Sul da Faixa de Gaza, viram que lá também eram alvo de bombardeios, como em Khan Younis, e voltaram para tentar a sorte em casa.

Imagine, agora, um caça F-16, ou, no caso do Brasil, um sueco Gripen, sobrevoando Jabalia ou a Rocinha e despejando bombas em “alvos cirurgicamente pré-determinados pela inteligência” para acertar apenas criminosos. Qual a chance disso, desculpem pelo meu francês, dar merda? Vale o risco? Para governos extremistas e seus apoiadores, sim, apesar da quase totalidade dos moradores de ambos os locais serem pessoas honestas que querem apenas terem uma vida digna.

Ressalte-se que a vida no campo de refugiados de Jabalia é muito mais difícil que na favela da Rocinha, o que torna um ataque como esse mais asqueroso.

O governo de Tel Aviv diz que o Hamas usa civis como escudos – o que até um texugo com problemas de cognição sabe há tempos. O que o texugo não entende é porque, sabendo das táticas desses criminosos, as Forças de Defesa de Israel lançam mãos dos bombardeios mesmo assim mostrando que preocupam-se com a vida dos locais tanto quanto o Hamas.

Em entrevista à CNN, um porta-voz do Exército culpou as próprias vítimas – que são alvo de dois criminosos de guerra, o Hamas e o governo Benjamin Netanyahu. “É um local de batalha complicado, pode ter infraestrutura [do Hamas] ali, túneis. Essa é a tragédia da guerra. Estamos dizendo há dias: civis que não estão envolvidos com o Hamas, vão para o Sul”, afirmou. Ou seja, quem ficou, assumiu o risco.

A ONU chamou o eu aconteceu de “atrocidade”. Israel celebra a morte de Ebrahim Biari, um dos líderes do ataque de 7 de outubro. Hospitais apontam que o primeiro bombardeio matou mais de 50 e feriu outros 150. Israel diz que são todos “terroristas do Hamas”. Imagens de crianças sendo recolhidas dos escombros circularam pouco antes de um novo corte às comunicações de Gaza.

Isso significa que, para o governo de Israel, os bebês são terroristas ou danos colaterais aceitáveis. Em ambos os casos, isso é tão brutal quanto atacar uma rave de jovens ou jogar uma bomba em um campo de refugiados.

Desde 7 de outubro, 8.525 pessoas foram mortas em Gaza, das quais 3.542 crianças, enquanto 1,4 mil perderam a vida pelas mãos do Hamas em Israel. A rede Al Jazeera publicou o nome e idade de 6.743 dos 7.028 mortos em Gaza entre 7 e 25 de outubro. Quem tiver interesse em conhece-los, clique aqui.

A comparação entre as duas comunidades não é à toa. A ação estatal de tratar um território inteiro como inimigo por conta de um punhado de pessoas e o comportamento de extremistas que apoiam cerco e extermínio de uma comunidade também ocorrem aqui – com ressalvas às naturezas, às proporções e ao contexto. Como aqui já disse, a Palestina não é o Hamas e a Rocinha não é o Comando Vermelho.

Israel é uma pedra no sapato de Biden que começa a incomodá-lo

Em Minneapolis, a cidade mais populosa do estado do Minnesota, o presidente Joe Biden, candidato à reeleição, falava a seguidores na noite de quarta-feira (1/11) quando uma mulher que se apresentou como rabina interrompeu-o e disse em voz alta: “Como rabina, preciso que você peça um cessar-fogo agora mesmo [na guerra entre Israel e o Hamas]”.

“Acho que precisamos de uma pausa. Uma pausa significa dar tempo para tirar os prisioneiros.”

A Casa Branca esclareceu mais tarde que Biden se referia aos reféns detidos pelo Hamas desde o ataque de 7 de outubro a Israel. São mais de 200 reféns. O Hamas não revela quantos. Alguns já teriam morrido durante os bombardeios de Israel a Gaza.

A diferença entre um cessar-fogo e uma pausa pode parecer semântica, mas uma pausa é geralmente considerada menos formal e mais curta do que um cessar-fogo. 8.796 palestinos foram mortos até agora, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

Anteriormente, a Casa Branca disse que apoia uma “pausa” para permitir o fornecimento de ajuda a Gaza e a libertação de reféns. Biden deu o seu apoio a Israel, mas mudou sua resposta nas últimas semanas à medida que morrem mais civis em Gaza.

O presidente enfrenta uma pressão cada vez maior por parte de grupos de direitos humanos, de outros líderes mundiais e de membros do seu próprio partido, o Democrata, que afirmam que o bombardeio a Gaza é um castigo coletivo imposto aos palestinos.

Democratas de Michigan alertaram a Casa Branca que a forma como Biden lida com o conflito Israel-Hamas poderá custar-lhe apoio suficiente dentro da comunidade árabe-americana para influenciar o resultado das eleições de 2024.

Michigan detém a maior concentração de árabes-americanos dos Estados Unidos. Cerca de 310.000 dos seus residentes são de ascendência do Oriente Médio ou do Norte da África. Biden venceu ali em 2020, mas quatro anos antes quem venceu foi Trump.

Em entrevista à revista Foreign Policy, Ehud Barak, o ex-primeiro-ministro israelense e ex-chefe do exército, admitiu que Israel “provavelmente perderá o apoio da opinião pública do mundo livre” devido à sua resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro: “O nosso objetivo é limitar as capacidades militares e governamentais do Hamas na Faixa de Gaza. Isto não poderá ser conseguido apenas com ataques aéreos. Teremos que plantar provavelmente muitas milhares de botas no terreno.”

Sobre o apoio dos Estados Unidos: “Sabemos que dentro de uma semana ou duas perderemos o apoio da opinião pública em muitas partes do mundo, e poderemos perder o apoio de governos. Acho que a América estará conosco, mas será cada vez mais complicado para ela.”


Voltar


Comente sobre essa publicação...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *