18/05/2024 - Edição 540

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Extrema direita vence na Argentina e ameaça equilíbrio democrático na região

Argentinos trocaram tropeços econômicos do peronismo por uma aventura tresloucada

Publicado em 20/11/2023 11:12 - Jean-Philip Struck (DW), Leonardo Sakamoto (UOL) – Edição Semana On

Divulgação Reprodução

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Em meio a uma aguda crise econômica, os eleitores da Argentina optaram no domingo (19/11) pela ruptura num pleito histórico, apostando na extrema-direita, representada por uma figura com pouca experiência política que se apresentou como outsider. Com um discurso antissistema e propostas questionáveis para economia, o ultraliberal populista Javier Milei conquistou a Presidência na disputa do segundo turno.

O resultado marca uma reviravolta profunda no cenário político argentino, além de explicitar o descontentamento da maioria da população com a situação atual do país.  Com Milei, a Argentina entra no ciclo de vitórias da ultradireita que sacudiu países como EUA e Brasil a partir da segunda metade dos anos 2010.

Com 98,93% das urnas apuradas, Milei havia somado 55,72% neste segundo turno, contra 44,27% de Sergio Massa, o candidato governista neste pleito e atual ministro da Economia, que apostou numa campanha do “medo” contra o ultraliberal, mas que no final não conseguiu contornar a insatisfação dos argentinos com a crise e a inflação fora de controle.

A diferença expressiva entre os dois candidatos – por enquanto superior a 11 pontos – contrariou as últimas pesquisas divulgadas na semana passada, que apontavam um resultado mais apertado, e explicitaram o desgaste do peronismo, o movimento político do qual Massa faz parte. No primeiro turno, Massa havia ficado à frente de Milei por quase sete pontos.

“Hoje começa a reconstrução da Argentina”, disse o presidente eleito Milei no primeiro discurso após o anúncio do resultado. “Hoje começa o fim da decadência argentina, termina o modelo empobrecedor do Estado onipresente.”

O peronista Massa reconheceu a derrota para Milei antes mesmo da divulgação dos primeiros resultados do segundo turno.

“Javier Milei é o presidente eleito pela maioria dos argentinos para os próximos quatro anos”, afirmou Massa. “Foi uma campanha muito longa e difícil, com conotações duras e espero que o respeito por quem pensa diferente seja estabelecido na Argentina.”

O novo presidente tomará posse em 10 de dezembro, no aniversário de 40 anos do fim da última ditadura militar. Como desafios, Milei terá pela frente uma economia combalida e a falta de maioria no Congresso, que devem provocar dificuldades para a aprovação de pontos do seu programa.

A eleição de Milei ainda lança dúvidas sobre o futuro do amplo programa de subsídios sociais da Argentina, onde 40% da população vive na pobreza, e também sobre as relações com o Brasil e o Mercosul.

No curto prazo, também há apreensão sobre o que a vitória de Milei também deve significar no mercado do dólar paralelo e na cotação do peso na semana que vem. Neste domingo, o chamado “cripto dólar”, uma stablecoin que reflete a moeda americana em pesos, já mostrava tendência de alta com a vitória de Milei.

Como Milei conquistou a Presidência

Num cenário de profunda crise econômica, marcado por inflação anual de 142%, o ultraliberal Milei, da coalização A Liberdade Avança, que foi eleito deputado pela primeira vez em 2021, acabou se tornando o principal beneficiário da insatisfação com o governo do presidente peronista Alberto Fernández, aliado de Massa.

Com uma mensagem “antisssistema” que incluiu ataques contra a classe política tradicional do país – especialmente o peronismo – e a defesa de um plano de redução drástica do Estado, extinção do Banco Central, e dolarização total da economia, Milei, de 53 anos, já havia conquistado no primeiro turno, em outubro, 30% dos votos, ficando em segundo lugar. Suas aparições de campanha foram marcadas por gestos teatrais, como empunhar uma motosserra e puxar coros de xingamentos contra adversários.

“Propomos a reforma do Estado, desregulamentar a economia, fazer privatizações e fechar o Banco Central. Se me deixarem, em 15 anos a Argentina pode alcançar níveis de vida como a Itália e a França, se me derem 20 anos, a Alemanha, e se me derem 30, os Estados Unidos. A Argentina está em decadência. Se continuarmos assim, em 50 anos seremos a maior favela do mundo”, disse Milei, durante um debate no primeiro turno.

No segundo turno, para crescer, ele moderou um pouco o tom das suas propostas disruptivas para a economia e recebeu o apoio de conservadores tradicionais do país, como o ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019) e da ex-ministra e candidata derrotada à Presidência Patricia Bullrich, que terminou em terceiro lugar na primeira rodada e que havia sido alvo de pesados ataques pessoais de Milei.

No final, como atestaram os resultados, o apoio da direita tradicional ligada a Macri, que conta com uma máquina política mais capilarizada do que Milei, acabou se revelando decisivo para a vitória do ultraliberal. “Quando a pátria está em perigo, tudo é permitido”, disse Bullrich ao anunciar seu apoio a Milei no final de outubro, usando uma frase atribuída a José de San Martín, militar e estadista argentino do século 19.

Sombra sobre a democracia argentina

Ao longo da campanha, Milei também despertou temor em outras fatias do eleitorado, não apenas por suas propostas para a economia, mas também por questionamentos sobre seu comprometimento com a democracia.

Em sua campanha à Casa Rosada, o ultraliberal se associou a apologistas da última ditadura militar (1976-1983) — sua vice, Victoria Villarruel, já defendeu o fechamento de um museu que relembra as matanças do regime e nesta semana afirmou que a Argentina só sairá da crise com “uma tirania”.

Em um dos debates da campanha, Milei ainda questionou o número de mortos durante a ditadura.

Para um biógrafo de Milei, o discurso da dupla Milei-Villarruel representa um risco concreto. “A democracia já está ameaçada na Argentina. O perigo é real”, disse Juan Luis González, autor de uma biografia crítica de Milei, chamada El Loco (O louco).

Durante a campanha, Milei também emulou o americano Donald Trump e o brasileiro Jair Bolsonaro, lançando, sem provas, acusações de “fraude” contra o sistema eleitoral.

Quem é Javier Milei

Ex-músico de uma banda de rock, ex-jogador de futebol na juventude, economista de formação e, assim como Massa, Milei, de 53 anos, começou a ganhar tração em 2016, como comentarista de televisão e defensor de princípios “libertários”, atacando o que ele chama de “casta” – a classe política tradicional do país.

A estreia ocorreu num canal controlado pelo bilionário argentino de origem armênia Eduardo Eurnekian, dono do conglomerado de mídia e aeroportos Corporación América, para o qual Milei trabalhou por mais de uma década.

Em 2021, Milei foi eleito pela primeira vez como deputado. Foi pouco atuante na Câmara – não propôs projetos ou participou de comissões –, usando mais o cargo como plataforma para se lançar à presidência da Argentina.

A tática rendeu frutos, e Milei se tornou um dos assuntos mais comentados da eleição. “Ele [Milei] não é um líder, é um sintoma” da sociedade argentina, analisou o ex-ministro da Economia Domingo Cavallo. “Ele é um grande comunicador que serviu como um canalizador para todos aqueles insatisfeitos com a democracia, a política e a economia”, resumiu o biógrafo Juan Luis González, ao jornal La Nación.

Leia mais sobre Javier Milei

Novo presidente tomará posse em cenário de crise

Em crise perpétua há décadas, a Argentina, a terceira maior economia da América Latina, chegou ao pleito deste domingo em um cenário econômico degradado, que levou o atual presidente Alberto Fernández a desistir de concorrer à reeleição.

O dólar disparou nas últimas semanas, reforçando a agonia do peso argentino. Já a inflação anual na Argentina subiu para 142% em outubro – um recorde em mais de 30 anos.

Para piorar, a vitória de Milei nas primárias, em agosto, fez o valor do dólar paralelo disparar em 11%, diante do temor de um cenário de instabilidade política. É provável que a vitória de Milei mande novos sinais de turbulência nos mercados na próxima semana.

Os argentinos também estão lutando para sobreviver, com cerca de 40% da população vivendo na pobreza. A taxa de desemprego é de 6,2%, praticamente a mesma de uma década atrás.

Analistas apontam que o próximo presidente, que tomará posse em dezembro, terá dificuldades para encontrar uma solução rápida para os atuais problemas, que têm raízes em décadas de má administração governamental.

Nas últimas oito décadas, o país experimentou apenas quinze anos de inflação abaixo de dois dígitos. A dívida e o déficit fiscal também têm sido a norma na Argentina. Entre 1961 e 2022, houve apenas seis anos com superávit fiscal nas contas do país.

Congresso fragmentado será desafio para Milei

Junto com o cenário de degradação econômica, Milei terá que lidar com um Congresso fragmentado. Além de votarem no primeiro turno do pleito presidencial, os argentinos elegeram em 22 de outubro 130 dos 257 membros da Câmara dos Deputados e 24 dos 72 membros do Senado.

O resultado final mostrou que o próximo presidente do país terá que negociar com o Congresso para aprovar medidas, já que nenhuma coligação conseguiu garantir maioria nas duas Casas.

No caso do ultraliberal Milei, o cenário se apresenta mais difícil do que teria sido para Sergio Massa.

A coligação do ultraliberal Milei, chamada A Liberdade Avança, formada apenas em 2021, até conseguiu se transformar na terceira força política do Congresso do país, mas ainda assim se manteve muito abaixo de uma maioria necessária de 129 deputados, passando a contar com apenas 38 – incluindo o próprio Milei. A coligação ainda passou a contar com oito senadores – também abaixo da maioria necessária de 37.

Esse cenário do Congresso deve representar um desafio para Milei aprovar suas propostas disruptivas na economia.

No melhor cenário, Milei pode tentar formar uma maioria com apoio de congressistas da coligação Juntos pela Mudança – que formou a segunda maior bancada na Câmara, com 93 deputados, e que conta com 24 senadores.

Mas é improvável que ele consiga contar com todos esses votos. Apesar do apoio de membros da JxC como Macri e Bullrich, a bancada da coligação está longe de ser um bloco homogêneo, e alguns partidos e movimentos do bloco, como União Cívica Radical, declararam repúdio a Milei no segundo turno.

Repercussão no Brasil: Lula evita citar Milei; extrema-direita celebra

A Argentina é o maior parceiro econômico do Brasil na América do Sul e é um dos principais destinos de exportações de produtos industrializados brasileiros. Os dois países também são os principais membros do Mercosul, bloco comercial sul-americano.

Durante a campanha, Milei chamou o bloco de “união aduaneira defeituosa” e disse que pretendia levar a Argentina a “seguir seu próprio caminho”.

Neste domingo, após o resultado da eleição, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou o povo e as instituições argentinas pela condução da eleição. Lula desejou sorte e êxito ao novo governo, mas evitou citar o nome de Javier Milei.

“A democracia é a voz do povo, e ela deve ser sempre respeitada. Meus parabéns às instituições argentinas pela condução do processo eleitoral e ao povo argentino que participou da jornada eleitoral de forma ordeira e pacífica”, escreveu Lula em suas redes sociais. Desejo boa sorte e êxito ao novo governo. A Argentina é um grande país e merece todo o nosso respeito. O Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos”, disse Lula.

Durante a campanha do primeiro turno, Lula evitou comentar explicitamente as eleições no país vizinho, em contraste com seu antecessor, Jair Bolsonaro, que foi explícito em seu apoio ao liberal Macri em 2019 e sua oposição a Fernández, o que gerou mal-estar diplomático. Nos bastidores, no entanto, o governo brasileiro tinha preferência por uma vitória de Sergio Massa.

Na reta final do segundo turno, Lula havia dito que a Argentina precisa eleger um presidente que goste do Mercosul e de democracia, no que foi encarado como uma posição contra Milei.

Numa entrevista a um jornalista peruano durante a campanha do segundo turno, Milei afirmou que, caso fosse eleito, não pretendia se reunir com Lula por considerá-lo “corrupto” e “comunista”.

Neste domingo, vários membros da extrema-direita brasileira celebraram a vitória do ultraliberal.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, com quem Milei foi frequentemente comparado na campanha, escreveu que “a esperança volta a brilhar na América do Sul”. “Que esses bons ventos alcancem os Estados Unidos e o Brasil para que a honestidade, o progresso e a liberdade voltem para todos nós.”

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Bolsonaro, também publicou uma mensagem de parabéns ao argentino.

“Parabéns, Milei. Que Deus ilumine seu caminho na presidência. A Casa Rosada trará desafios gigantescos, mas tenho certeza de que você fará o melhor pela Argentina. Pouco a pouco vamos vencendo a esquerda e o comunismo na América Latina. Que a Argentina seja um exemplo e apenas a primeira de muitas mudanças para melhor no nosso continente. Milei é um passo decisivo rumo à liberdade da América Latina!”

O senador Sergio Moro (União-PR), por sua vez, mencionou a vitória da seleção da Argentina na última Copa ao comentar o resultado da eleição. “Argentina ganhou duas copas do mundo seguidas. Sorte e sucesso agora para Milei”, escreveu Moro.

Milei será derrubado pelos próprios eleitores se cumprir tudo que prometeu

Milei foi eleito surfando o discurso da antipolítica em cima de uma Argentina cansada de inflação, juros altos e empobrecimento. Não é o primeiro nem será o último político extremista ungido por sua capacidade de se vender às massas como uma resposta de fora do sistema – por mais sistema que, de fato, sejam.

Ele se aproveitou da incompetência de atores que, durante décadas, não conseguiram dar soluções decentes às necessidades das classes baixa e média. Nesse sentido, é um tanto quanto sádico jogar a culpa por sua eleição em uma falta de visão política do eleitorado argentino. Pois foram as elites política e econômica que viram o cenário, mas deram uma banana.

Na reta final da campanha, o agora presidente eleito foi tão pressionado pelo seu adversário, o ministro da Economia Sergio Massa, por conta das loucuras que proferia que passou a negar, relativizar ou moderar uma série de suas promessas. Funcionou.

O naco de seus eleitores de extrema direita diz que isso foi uma “estratégia genial” de seu líder, mas que ele voltará a ser o mesmo Milei a partir de 10 de dezembro, quando assume a Casa Rosada. Já seus aliados, como os direitistas Mauricio Macri e Patricia Bullrich, e parte do poder econômico, creem que podem mantê-lo em um cabresto dado que precisa deles para ter maioria no Congresso.

O plano de colocar um cabresto em Bolsonaro não funcionou no Brasil, derrubando a arrogância da direita liberal. Mas sem o apoio de militares, de conservadores religiosos e do agronegócio, ou seja, sem base social sólida, Milei vai precisar ceder. Políticos se elegem atacando o sistema, mas não governam sob o mesmo argumento porque passam a ser vistos como gestores do sistema.

Vale, contudo, debruçar-se sobre o exemplo de Jair para entender o que espera o argentino. Tanto lá quanto aqui, uma parte significativa dos eleitores votou munido de desalento, não armado de esperança. Queriam alguém que mudasse o cenário.

No Brasil, com exceção dos radicais, os demais avaliavam que Jair era “exagerado”, mas não colocaria em prática muitas de suas bravatas. O mesmo se escuta e lê na Argentina, com eleitores mais moderados pró-Milei acreditando que exageros são apenas retórica de campanha. Compram apenas a parte das promessas de lei e mel correndo no meio fio das cidades e dizem que o resto é bobagem.

Por aqui, viu-se, quem diria, que o candidato de extrema direita ignorante e incompetente seria um presidente ignorante e incompetente. Mas o que derrotou Jair ao final dos quatro anos não foram os 700 mil mortos na pandemia ou seu comportamento abertamente golpista, mas sua incapacidade de melhorar a qualidade de vida dos mais pobres e da classe média.

As soluções propostas por Milei não indicam um milagre social ou mesmo estabilidade no curto e médio prazos. Vejamos a dolarização: mesmo que a Argentina tivesse moeda norte-americana o suficiente para tanto, e não tem, viria com tamanho caos no processo de implementação que colocaria em risco o seu próprio mandato – vale olhar de perto como no Equador, uma economia muito menor.

Que dirá garantir poder de compra e segurança econômica para a população.

E aqui reside o maior problema. Milei prometeu ao longo da campanha um monte de coisas de alto risco para a qualidade de vida dos mais pobres que dependem do poder público. Por exemplo, cortar subsídios a serviços públicos, como aquele que faz o preço da passagem do metrô de Buenos Aires custar 56 e não 1.100 pesos.

Também prometeu substituir a educação pública gratuita pela distribuição de vouchers para famílias pagarem a escola dos filhos. Se você acha isso familiar, é porque tem boa memória. O governo Bolsonaro tentou emplacar a mesma medida com creches e escolas, mas, por sorte das crianças e adolescentes brasileiros, não teve competência para tanto.

Milei despreza a ideia de Estado de bem-estar social, mas cortar recursos destinados a garantir um mínimo de qualidade de vida em uma Argentina que conta, historicamente, com melhor consciência social e capacidade de engajamento popular que o Brasil e sem maioria clara no parlamento, é suicídio político. Ainda mais durante uma crise.

Não podemos desprezar a força dos jovens apoiadores de Milei organizados pelas redes sociais, mas o processo político tradicional não está morto. Massa, que representava um governo de inflação galopante, chegou a 44% dos votos muito pelo medo dessas medidas prometidas pelo hoje eleito. A força de instituições como sindicatos e partidos é grande na Argentina, principalmente no peronismo. E eles gostam da rua mais do que nós.

Milei confessou tomar conselhos políticos com o espírito de seu falecido cachorro Conan através de médium que faz a conexão entre os vivos e falecidos de diversas espécies. Que o totó lembre a ele que uma parte significativa de seus eleitores negou o peronismo, mas não lhe deu carta branca para abater o que é visto como conquista social.

Bolsonaro xingou muito o Bolsa Família quando deputado federal. Por exemplo, em 2015, durante uma entrevista ao jornalista Carlos Julianos Barros, disse: “O cara tem três, quatro, cinco, dez filhos e é problema do Estado, cara. Ele já vai viver de Bolsa Família, não vai fazer nada. Não produz bem, nem serviço. Não produz nada. Não colabora com o PIB, não faz nada. Fez oito filhos, aqueles oito filhos vão ter que creche, escola, depois cota lá na frente. Para ser o que na sociedade? Para não ser nada”.

Anos depois, fez juras de amor ao programa, rebatizando-o para Auxílio Brasil, na tentativa de ganhar apoio dos mais pobres para a sua reeleição.

Milei terá sim que abraçar as políticas de bem-estar social que atacou duramente na campanha, mas que são defendidas por uma parte importante de seu próprio eleitorado. Pelo menos, se quiser terminar o mandato.


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