08/05/2024 - Edição 540

Ponte Aérea

Fascismo, escombros e identitarismo

Raphael Tsavkko Garcia fala destes três temas nesta edição

Publicado em 29/05/2023 12:53 - Raphael Tsavkko Garcia

Divulgação

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Eleições na Espanha: PP retomando poder, Vox crescendo com força, PSOE perdendo feio, EH Bildu maior força basca e PNV perdendo a frente. ERC caindo e Junts voltando a dominar na Catalunha, mas Vox entrando em BCN.

No País Basco e Catalunha resultados positivos para os soberanistas apesar de um ou outro setback como o crescimento do Vox. EH Bildu surpreendeu também em Navarra e Junts volta com muita força em Barcelona.

Podemos mingua e em alguns lugares abre espaço para o Más País como a derrocada do C’s abriu espaço para o Vox e reforçou o PP. O ponto positivo é que o Vox não consegue se fingir de partido liberal, são fascistas indisfarçáveis, já o C’s ainda tentava fingir que era diferente e enganava alguns. As coisas ficaram mais claras e a Espanha mostra que continua sendo um grande refúgio para o fascismo.

Sanchez convocou eleições antecipadas e provavelmente vai perder, com o PP voltando ao poder ao lado do Vox. A extrema-direita mais uma vez dando as cartas na Espanha. A ver quais serão os efeitos sobre a Catalunha e o País Basco.

Pra quem achava que os casos de racismo contra Vini Jr iriam fazer qualquer diferença na eleição, bem, claramente não conhecem a Espanha. O Franquismo segue não apenas vivo, mas ainda é a força política mais importante da Espanha.

ESCOMBRO

Seguimos com a campanha de financiamento coletivo do livro “Escombro: um diário da máquina de ódio” que disseca os 4 anos de (des)governo Bolsonaro.

24 autores, análises aprofundadas do fenômeno Bolsonaro. Contribua!

“Na coletânea “Escombro: um diário da máquina do ódio”, organizada pelo jornalista e pesquisador Rafael Burgos, vinte e quatro autores e pesquisadores da extrema direita contribuem com artigos esclarecedores a respeito do caos perpetrado pelo governo Bolsonaro entre os anos de 2019 e 2022. Os textos, publicados originalmente na coluna “Entendendo Bolsonaro” (UOL), são assinados por pesquisadores nacionais e internacionais e profissionais de diferentes áreas, de diplomatas a historiadores e cientistas políticos.

Alvaro Magalhães | Ana Claudia Teixeira | Ana Rosa Ferreira Dias | Benjamin R. Teitelbaum | Carla Teixeira | Cesar Calejon | David Nemer | Deysi Cioccari | Igor Rocha | Ivan Paganotti | Jason Stanley | Jorge Paulino | José Antonio Moroni | Murilo Cleto | Rafael Burgos | Raphael Tsavkko | Raul Galhardi | Rodrigo Ratier | Rubens Ricupero | Salomão Ximenes | Sidarta Ribeiro | Thatiane Moreira | Vinicius Vieira | Warley Alves

À luz da resiliência política e social da extrema direita no Brasil e no mundo, é crucial recuperar, desde o 1° mês de 2019, a cronologia da barbárie produzida nos últimos 4 anos. “Trata-se de uma visita custosa, mas necessária, ao meticuloso percurso de destruição trilhado pelo bolsonarismo no poder”, explica Burgos.”

https://benfeitoria.com/projeto/escombro-18ne

SUCUMBIU

O Fábio Porchat é mais um que sucumbiu à pressão dos malucos identitários…. Uma pena. O acho um excelente comediante, mas infelizmente ele não aguentou o bombardeamento cheio de ódio da turma do ódio do bem exigindo que ele se retratasse pelo crime de ter uma opinião que não amparava censura e sustentava liberdade de expressão.

Como diz o Ricky Gervais, “não é porque você está ofendido que você está certo”. Não gostou da piada? Mude de canal, saia do Youtube, siga com sua vida. Sua revolta não pode ser padrão pra censura.

Eu não sou fã do Leo Lins, o acho exagerado, forçado. Dito isso, defendo o seu direito de fazer piadas ofensivas – que são totalmente impessoais, o que é importante e diferente por exemplo do que o Gentilli fez com aquela mulher que doava leite para amamentação – e de quem quiser escutar e rir que o faça.

Lins foi censurado e, pior, é vítima de censura prévia – ele está impedido de fazer piadas sobre diversos temas, condenado pelo que ainda não fez. O Porchat deveria se preocupar com isso, já que o Lins não pode, por exemplo, fazer piadas sobre religião e o Porta dos Fundos vive sendo processado por seus especiais de fim de ano zoando exatamente religião.

Imaginem o Porta sendo impedido sequer de gravar os especiais porque alguém acha que serão ofensivos, logo…. Bem, é censura prévia. É inaceitável em uma democracia e em uma sociedade saudável (ou que ao menos finge ser).

“Ah, mas as piadas dele (Léo Lins) fazem pessoas serem mortas” é um argumento ruim e canalha no nível “videogames fazem pessoas cometerem assassinato”.

Ninguém vai sair atropelando pessoas porque jogou GTA, assim como ninguém vai matar outra ou sair xingando na rua porque riu de uma piada do Léo Lins.

Tem sempre maluco que vai achar que um pássaro voando pro norte é sinal de deus pra cometer massacres, não justifica censura. A sociedade não pode ser pautada por exceções ou por quem tem problemas e é incapaz de entender uma piada.

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Raphael Tsavkko Garcia


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