11/05/2024 - Edição 540

Conexão Brasília

A aritmética e a psicologia neste segundo turno

Passada mais de uma semana de campanha no segundo turno, a disputa se dá entre os números e o clima emocional

Publicado em 11/10/2022 10:10 - Rafael Paredes

Divulgação Victor Barone - Midjourney

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Com o fechamento da apuração do primeiro turno das eleições presidenciais, um dos candidatos venceu, teve o recorde de votos em toda a história das eleições e pela primeira vez esse candidato passa para o segundo turno a frente do presidente da República. Clima de euforia na campanha deste candidato? Não. Clima de velório.

As caras amarrotadas na campanha do PT se justificavam pela expectativa que existia de, ou ganhar no primeiro turno, ou ir para o segundo com larga vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro. Nada disso aconteceu. Apesar dos 57 milhões de votos para Lula, de ter ficado a menos de 1,5% de uma vitória no primeiro turno, o clima otimista contagiou a campanha de Bolsonaro. O presidente amargava um resistente percentual na casa dos 30% nas pesquisas eleitorais. Fechadas as urnas, Bolsonaro não só rompeu os 40% dos votos válidos, como também elegeu apoiadores em viradas surpreendentes em diversos Estados.

Munido desse otimismo, a campanha do presidente começou este segundo turno em alta. No dia seguinte à eleição, Bolsonaro apresentou a adesão de apoios de peso no Sudeste, como é o caso dos governadores muito bem reeleitos de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) e Cláudio Castro (PL) do Rio de Janeiro. Outra adesão importante foi a do governador derrotado, mas com forte máquina na mão, Rodrigo Garcia (PSDB) de São Paulo. Foi um começou de segundo turno arrasador. O clima psicológico lá em cima apesar dos desafios matemáticos.

Do lado do PT o que favorece é a matemática. Com seis milhões de votos de dianteira, pelas contas, a vitória está mais perto de Lula que de Bolsonaro. A primeira semana do segundo turno dos petistas começou devagar. Lula foi colhendo apoios envergonhados de candidatos derretidos e lideranças políticas que tem mais idade que votos. Porém, no meio da semana, a campanha marcou um importante gol. A adesão solene e elegante da principal supresa dessas eleições: a senadora Simone Tebet (MDB).

Lula é muito experimentado e otimista. Sua trajetória política e de vida não o permite se entregar a climas psicológicos desfavoráveis. Depois da adesão forte de Simone e das pesquisas eleitorais (mesmo desacreditadas) que o mantém na frente da disputa, o ex-presidente realizou expressivos eventos de massa no interior de São Paulo e em Belo Horizonte (MG) e vem gradativamente, ele mesmo, a mudar o clima de sua campanha.

Novas pesquisas e Lula continua na dianteira. Apesar dos seis milhões de votos na frente, voto não é algo tangível a se poupar em um cofre banco. A máquina dos apoios estaduais pode ajudar a diminuir essa vantagem do petista a depender do empenho dos governadores. Mas, eleição é clima. Clima se sente na pele. O que você está sentindo aí?

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Rafael Paredes


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