18/05/2024 - Edição 540

Poder

Ação da PF contra financiadores do 8/1 é repelente de golpistas para o 7/9

No mundo paralelo do bolsonarismo, militares são ‘comunistas’

Publicado em 05/09/2023 2:35 - Leonardo Sakamoto e Carlos Madero (UOL), Yurick Luz (DCM) – Edição Semana On

Divulgação Marcelo Camargo/ABr

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Agindo contra suspeitos de terem financiado ônibus que transportaram os golpistas para o ataque às sedes dos Três Poderes no 8 de janeiro, a 16ª fase da Operação Lesa Pátria funciona como um #ficadica para quem pensa em fazer o mesmo neste 7 de setembro.

Deflagrada dois dias antes da celebração do 201º aniversário da Independência, a ação cumpre 53 mandatos de busca e apreensão em sete estados, atingindo de forma democrática empresários, político e até socialite.

Parte do bolsonarismo defende que as festividades sejam ignoradas para não prestigiar Lula ou os militares. Sim, há quem acredite que as Forças Armadas estão dominadas por comunistas e, por isso, não botaram os tanques nas ruas para impedir o eleito de assumir a Presidência. O que é equivalente a dizer que a diretoria do meu Palmeiras é corinthiana.

Mas as forças de segurança e os serviços de inteligência estão sendo pressionados a redobrar os cuidados. Principalmente a Polícia Militar do Distrito Federal, que conta com parte de sua cúpula na cadeia por ter sido conivente com as invasões ao Palácio do Planalto, do Congresso e do STF.

Em meio a esse caldo, a ação da PF autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes serve de lembrete ou de elemento dissuasório para quaisquer pessoas que pensem em investir algum cascalho para apoiar um ataque à democracia, mesmo que em menor escala em comparação ao 8 de janeiro.

Sempre vai ter um fanático chorando pelo mito derramado, mas a PF e o STF seguem comendo pelas beiradas, reunindo provas para poderem chegar aos incitadores do 8 de janeiro com um caso que não dê margem para qualquer questionamento na hora do julgamento.

É a hora da democracia cobrar o preço real pelo PIX do busão.

Veja algumas das postagens nas redes

Alguns internautas aproveitaram para aderir à campanha do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que pediu doação de sangue esta semana, em vez de participação no desfile.

Flávio afirma que Lula está “desesperado” com o 7 de setembro porque o desfile deve ser um fiasco de público.

Primeiro, porque nunca foi patriota e, segundo, porque não reúne meia dúzia de pessoas de forma espontânea.

Já o governo Lula (PT) quer “resgatar” o 7 de Setembro, data comemorativa das Forças Armadas que foi sequestrada pelo bolsonarismo nos últimos anos. A ideia é fazer um ato cívico nacional.

Mais críticas

Nas páginas do Exército, os eleitores de Bolsonaro seguem reclamando da prisão e processo contra golpistas que invadiram o Congresso, Planalto e STF em 8 de janeiro.

Para muitos, o Exército agiu de forma “covarde” ao permitir a prisão dos manifestantes que se abrigavam na porta do quartel da instituição em Brasília.

Os internautas também lembram da investigação da PF (Polícia Federal) que miram militares suspeitos de participação na venda de presentes recebidos pela Presidência na era Bolsonaro.

O termo mais comum usado é o de “melancia”, que se refere ao Exército ser verde por fora e vermelho (cor atribuída ao comunismo) por dentro. Muitas postagens trazem imagens com essa referência.

Golpismo: Abusos no 7/9 podem levar Bolsonaro a mais uma condenação eleitoral

O 7 de Setembro de 2022 pode acabar levando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a mais uma condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde ele já acumula quatro processos. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

O argumento é o de que Bolsonaro teria se aproveitado do ato em que participava como chefe de Estado, com uso de estrutura administrativa e de recursos públicos, em prol da campanha eleitoral. A chapa do ex-capitão é acusada de abuso de poder político e econômico, além de uso indevido dos meios de comunicação.

No TSE, as celebrações dos 200 anos da Independência, ocorridas em plena campanha eleitoral, são objeto de três Aijes (ações de investigação judicial eleitoral) e de uma representação eleitoral. Diante disso, uma eventual condenação do ex-presidente pode gerar elementos que “engrossem” outras ações.

Com Bolsonaro já inelegível por 8 anos, essas ações acabaram mirando o candidato a vice da chapa, Walter Braga Netto, e o hoje senador e então vice-presidente, Hamilton Mourão. As ações também podem resultar na inelegibilidade de ambos.

A defesa de Bolsonaro sustenta que não houve apropriação simbólica da comemoração do bicentenário da Independência. Ele ainda afirmou que o ex-mandatário não proferiu discursos políticos ou eleitorais durante o desfile cívico-militar.

As quatro ações contra o ex-chefe do Executivo foram apresentadas pelo PDT, pela coligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela então candidata à Presidência da União Brasil, Soraya Thronicke (Podemos-MS).


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