04/05/2024 - Edição 540

Ogroteca

Nintendo 3DS: Nintendo encerra os servidores

Console portátil foi um dos maiores sucessos da gigante japonesa, mas agora entra em sua aposentadoria oficial. Mas será este o fim?

Publicado em 20/04/2024 9:39 - Fernando Fenero

Divulgação Imagem gerada pelo Microsoft Copilot após análise do texto

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Lançado em fevereiro de 2011 no Japão, o 3DS tinha a complicada missão de seguir o sucesso de seu antecessor Nintendo DS. Sua principal novidade era a possibilidade do uso de tela 3D sem qualquer dispositivo extra, além de um bom incremento no hardware, permitindo jogos mais parrudos.

E seu começo foi sofrido, as baixas vendas obrigaram a Nintendo a cortar o preço, o que enfureceu quem já havia comprado e que teve como agrado o download de jogos do NES e do Game Boy Advance como compensação. Os embaixadores ficaram satisfeitos, e a partir de então o novo console começaria a vender melhor, finalizando com a marca de 76 milhões de unidades vendidas, um bom resultado, mas amargando a metade do que seu antecessor atingiu.

E comparando um com o outro, o 3DS foi um console muito melhor, e que sustentou a empresa enquanto patinaram feito com o Wii U (que sofreu o mesmo de carregar o peso do sucesso retumbante do antecessor Wii). O console foi uma GRANDE melhoria no projeto original do DS, telas de 3.53 e 3.02 polegadas com 800×240 e 320×240 pixels respectivamente, Wi-Fi 2.4 Ghz, Infravermelho, 128 MB RAM, e uma CPU ARM onde a Nintendo caprichou demais.

O 3DS não era só melhor em hardware e esteticamente, suas funções nativas era maneiras demais. Você podia tirar fotos 3DS, colocar elementos do mundo real nos jogos, comprar jogos pela eShop, e vários minigames com amigos e desconhecidos, já que os aparelhos se comunicavam entre si, o que tornava mais divertida uma ida a um ambiente público como um shopping ou pegar um metrô. Eventos de anime e videogame aqui em Campo Grande faziam pipocar mensagens, juntando um monte jogadores por metro quadrado.

Alguns jogos fizeram tanto sucesso, que saíram do portátil e foram para a tela grande, como Resident Evil Revelations, enquanto outros sucessos antigos da biblioteca da Nintendo como os Zeldas de Nintendo 64, ganhavam novas versões em 3DS e com detalhes aprimorados. Se você tem menos de trinta anos, dificilmente entenderá como é revisitar um título como Ocarina of Time agora em duas telinhas portáteis, mas tenho certeza que quem não viveu isso no Nintendo 64, conseguiu aproveitar um dos melhores jogos já feitos, com todo aquele cuidado de portar para uma nova geração.

Fato é, que a Nintendo encerrou dia 9 de Abril de 2024 os servidores que atendiam o 3DS, assim como também desligou os serviços do Wii U.

Além daquela sensação ruim de pensar que seus jogos digitais agora ficaram presos no aparelho, e que jogatinas online não poderão ser mais feitas oficialmente, fica também o gosto amargo da passagem do tempo, que é cruel com alguns consoles mais modernos, que tendem a tomar poeira na prateleira.

Isso seria uma sentença definitiva, mas existe uma classe especial de pirata tecnológico, e esse eu vou defender até o fim. Por mais que o cara tenha começado antes, a partir de agora o serviço dele se torna utilidade pública, porque todo desenvolvedor de serviços e ferramentas que pirateavam os jogos do 3DS agora trabalha com a tarefa de auxiliar na preservação do console, não só da memória, mas da sua funcionalidade.

Mesmo num mundo já pronto para receber um novo Switch, o 3DS (e sendo sincero, o DS também) ainda brilha muito, com jogos fantásticos que não deveriam ficar presos no passado ou em servidores exaustos e desligados.

É um videogame que por sua natureza própria é difícil de emular, e quando fazem isso do jeito certo custa uma nota, como alguns clones chineses que até conseguem as duas telas ao mesmo tempo, mas o preço que ainda não apareceu oficialmente é sugerido em algo perto de 3 mil reais.

Então o desbloqueio dele, ou uso de cartões tipo R4 são uma garantia melhor da conservação, e considerando a febre que está restaurar Game Boy’s, eu torço bastante para que modificações, e implementos cheguem também nos consoles portáteis de duas telas da Nintendo.

Aqui na coluna eu não posso fazer muito além de defender a pirataria como um bem para o mercado e cultura dos games, principalmente em um caso desses, mas caso você tenha um console desses parado, desde GameBoy até um 3DS e quer dar mais vida a ele, me procure nas redes que posso te ensinar o caminho das pedras.

E o caminho sempre fica mais divertido quando você tem um portátil no bolso.

FERNANDO FENERO

Fernando é desenvolvedor de softwares e profundo conhecedor da cena geek nacional.

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