Re-existir na diferença
Documentário é memória que não cala, denúncia, sugere de forma sensível um debate vigoroso sobre a maior tragédia do povo brasileiro
Publicado em 23/09/2022 11:29 - Túlio Batista Franco
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Volto ao tema da pandemia de Covid-19 porque não esqueço. Não esqueço o dia em que ansiosos por parar o morticínio, denunciávamos a propaganda oficial contra o distanciamento social, contra máscaras. “Comida no Prato, Vacina no Braço”, gritávamos de um lado junto com a Frente pela Vida, e eles insistiam em jogar as milhões de pessoas à exposição ao vírus. Sofrimento, dor e morte é o que se via. O país vai viver com fantasmas deste período, até que haja justiça, e os culpados pelos crimes cometidos, sejam devidamente responsabilizados.
Peço desculpas se as lembranças remetem à memória de um tempo recente que às vezes queremos esquecer, mas não podemos, não devemos, nem deixar que esqueçam. A experiência trágica vivida na pandemia há de ser lembrada para que, os que expuseram as pessoas ao vírus, desorientaram a população, e puseram alguns dinheiros como prioridade frente às vidas de mães e pais, avós e avôs, filhas e filhos, amizades, vizinhanças, sejam colocados frente à tragédia que produziram.
O documentário “Eles Poderiam Estar Vivos”, é memória que não cala, denúncia, sugere de forma sensível um debate vigoroso sobre a maior tragédia do povo brasileiro, e assim, presta sua contribuição para a história. Aborda supostos crimes do governo atual durante a pandemia. Seu lançamento aconteceu ontem (22), na PUC em São Paulo, na UnB (Universidade de Brasília) e na University of British Columbia, em Vancouver, no Canadá. Logo após estes lançamentos vai estar disponível no Youtube.
Foi produzido pelos irmãos Lucas e Gabriel Mesquita. O filme apresenta depoimentos de familiares de vítimas da Covid que responsabilizam o presidente pelas mortes, uma vez que o governo federal chegou a recusar a compra de vacinas para combater o vírus.
A vida segue com os que sobreviveram, mas contabilizando uma legião de sequelados por doença de Covid-19, entre os mais de 30 milhões de infectados. 180 mil crianças órfãs vão crescer sem mães e pais, familiares, e ainda há as famílias de quase 700 mil mortos que vivem o luto das suas perdas.
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