02/05/2024 - Edição 540

Re-existir na diferença

Assim caminha a humanidade

Em direção ao autogenocídio...

Publicado em 28/08/2023 11:33 - Emerson Elias Merhy

Divulgação Victor Barone - Midjourney

Clique aqui e contribua para um jornalismo livre e financiado pelos seus próprios leitores.

Autogenocídio: fenômeno só possível para um tipo de ser que consegue produzir saberes suficientes de porque será extinto, e que consegue inclusive compreender como ele mesmo fabricou sua própria desaparição da face da terra-mãe.

Privilégio indiscutível do ser humano.

Este esquisito e insano ser vivo.

Não falo isso só por birra, mas por ter lido hoje que o Pinguim Imperador, um belo animal, está sendo exterminado nos seus habitats, na medida que o degelo no Polo onde vive está tão intenso que os seus filhotes são lançados à água, pelo derretimento da placa de gelo onde incuba seus ovos, e morrem afogados. Há lugares onde esta mortalidade está na casa dos 100%.

Esta informação me remeteu ao tempo em que mineiros usavam de pássaros como indicadores da qualidade do ar que tinham no fundo do solo, nos túneis das minas que faziam. Quando o ar ficava tão poluído a ponto do pássaro na gaiola morrer, viam aí um sinal de que tinham que correr para fora dos túneis.

Vejo que hoje, na terra-mãe como um todo, as gaiolas ao ar livre já estão dando estes sinais. Já temos muitos sinais deste tipo.

A questão é que não temos para onde correr, não há como sairmos dos túneis que produzimos para viver, na superfície do Planeta, que tem sido tão generoso conosco por milhares e milhares de anos.

Além do Pinguim Imperador, temos tidos muitos outros sinais.

Talvez um dos mais dramáticos sejam as plantas que, já no nível que chegamos de temperatura, não podem mais fazer fotossíntese e, assim, não oxigenam mais o nosso ar, renovando-o e mantendo o equilíbrio com outros gases que não podemos usar para respirarmos e ficarmos vivos.

Um exemplo bem grosseiro disso é a ampla destruição dos plânctons das superfícies de rios e mares.

Como se estes sinais não bastassem, ainda nos damos ao luxo de criar um modo de conviver entre nós que tem no belicismo a prática sistemática para tentar resolver divergências. Seja, como cowboy puxando uma arma e atirando em alguém com quem você não concorda, seja bombardeando e matando coletivos que pedem e exigem o direito à uma vida digna.

Os palestinos são nossos pássaros, que indicam a proximidade destas gigantescas catástrofes, e o povo judeu, um dos primeiros pássaros a denunciar esta violência genocida, hoje é cúmplice dos assassinatos em massa e da produção desejante do extermínio do povo palestino.

Este ser, o humano, é sem dúvida um caso exemplar a ser estudado, mas tudo leva a crer que quem vai realizar este estudo serão mesmo as baratas.

Leia outros artigos da coluna: Re-existir na diferença

Emerson Merhy, Túlio Franco, Ricardo Moebus e Cléo Lima


Voltar


Comente sobre essa publicação...

Uma resposta para “Assim caminha a humanidade”

  1. Celia Oliveira disse:

    😢

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *