Ponte Aérea
É nessas horas que eu vejo meu voto no Lula justificado apesar de todas as críticas que eu tenho
Publicado em 28/02/2023 3:51 - Raphael Tsavkko Garcia
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Que eu detesto o PT não é novidade, mas é nessas horas que eu vejo meu voto no Lula justificado apesar de todas as críticas que eu tenho.
É uma questão de civilização contra a ignorância e as trevas bolsonaristas. Um presidente que não espalha lorota sobre vacinas, que não dificulta que milhões de vidas sejam preservadas, enfim…
Até porque todos os erros e desgraças que o PT é capaz de cometer (ou que cometeu), Bolsonaro dobra a meta com requintes de crueldade e relinchando que é por deus, pela pátria e pela família, taokey?
ZIZEK, COMO SEMPRE, EXCEPCIONAL
“Em maio do ano passado, antes de ser eleito pela terceira vez como presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva alegou que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e seu equivalente russo, Vladimir Putin, têm igualmente responsabilidade pela guerra na Ucrânia. Quer a recusa em tomar partido venha do Brasil, quer venha da África do Sul ou da Índia, posicionar-se como neutro na guerra na Ucrânia não se sustenta.
O mesmo raciocínio é válido para os indivíduos. Se alguém passando pela rua vir um homem espancando sem descanso uma criança na esquina, se espera que a testemunha faça algo para impedi-lo. A neutralidade aqui não é uma opção. Ao contrário, nós acharíamos deplorável a omissão, uma torpeza moral.”
Zizek, como sempre, excepcional.
DESCULPAS
No fim do ano passado, depois das tragédias que destruíram Petrópolis e causaram estragos e mortes em Pernambuco, conversei com especialistas e escrevi para a Bloomberg sobre o tal “choveu mais do que o esperado”, desculpa favorita de políticos para justificar quedas de barreiras, desabamentos, alagamentos, destruição e mortes.
Todo ano é a mesma história por todo o país. O problema não é a chuva, mas a falta de planejamento urbano, falta de infraestrutura, enfim, falta de atenção do poder público – isso quando não incluímos corrupção, desvios, etc.
Essas tragédias não são coincidência ou exceção, são planejadas – quer intencionalmente ou não.
“E embora as mudanças climáticas exijam soluções globais, Brandão diz que ações locais ainda podem ajudar a prevenir futuros desastres urbanos no Brasil. “Em geral, aumentar o investimento público em programas de saneamento básico, macrodrenagem, construção de barragens e encostas, habitação popular, urbanização de favelas, entre outros, pode reduzir muito os riscos de enchentes”, diz.”
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