17/05/2024 - Edição 540

Re-existir na diferença

Acampamento Terra Livre – ATL 2023

O primeiro ATL do terceiro mandato Lula

Publicado em 25/04/2023 10:39 - Ricardo Moebus

Divulgação Joedson Alves - Abr

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Nesta semana, de 24 a 28 de abril, acontece em Brasília a 19a edição do Acampamento Terra Livre – ATL 2023, o maior e mais importante evento do movimento indígena brasileiro, certamente um dos maiores eventos indígenas do mundo.

Há um ano atrás, no ATL 2022, o então pré-candidato a presidente, Lula, esteve presente no ATL e, ao lado de Joênia Wapichana e Sônia Guajajara, divulgou pela primeira vez a proposta de criação do Ministério dos Povos Indígenas, caso fosse eleito ao final daquele ano.

Um ano depois, e pouco mais de cem dias de governo Lula, em seu terceiro mandato, temos Sônia Guajajara como a primeira Ministra do Ministério dos Povos Indígenas, temos Joênia Wapichana como presidenta da Fundação Nacional do Índio – FUNAI, temos uma campanha em andamento de retirada dos garimpeiros invasores ilegais do Território Yanomami, maior Território Indígena já estabelecido no Brasil.

Em um cenário incomparavelmente mais favorável que em 2022, o ATL segue construindo suas pautas reivindicatórias, com o tema deste ano: “O futuro Indígena é hoje. Sem demarcação não há democracia!”

Durante o ATL ocorrerão três marchas pelas ruas de Brasília, que representam os principais pontos de aglutinação das muitas entidades indígenas de base que organizam e compõem o ATL, a primeira marcha reivindica a derrubada dos Projetos de Lei anti-indígenas, como o PL 191 de mineração em terras indígenas.

A segunda marcha terá como lema “Povos Indígenas decretam emergência climática!”, ressaltando a importância, já bem documentada, das terras indígenas para a preservação ambiental, para a segurança da biodiversidade.

A terceira e última marcha prevista para o ATL deste ano traz o tema do defesa da democracia, que como o lema deste ano ressalta, associa a democracia à demarcação inadiável das terras indígenas.

Os povos indígenas seguem demonstrando a potência e a maturidade de um movimento social que foi decisivo no enfrentamento do antigo governo fascista, felizmente encerrado em 2022; movimento que contínua sendo um exemplo no enfrentamento político de um congresso ainda em sua grande maioria conservador e anti-indígena.

Os povos indígenas sabem muito bem que, apesar de um poder executivo federal incomparavelmente mais favorável às reivindicações indígenas, a mobilização social permanente segue indispensável para avançar na garantia dos direitos indígenas diante de um poder legislativo em grande maioria impermeável à causa indígena e à causa ambiental.

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Emerson Merhy, Túlio Franco, Ricardo Moebus e Cléo Lima


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