08/05/2024 - Edição 540

Eles em Nós

Pelé

A melhor parte do que somos e até do que sonhamos ser deve muito a ele

Publicado em 30/12/2022 1:30 - Idelber Avelar

Divulgação Victor Barone - Midjourney

Clique aqui e contribua para um jornalismo livre e financiado pelos seus próprios leitores.

A melhor parte do que somos e até do que sonhamos ser deve muito a Pelé. Nos deixou Édson Arantes do Nascimento. Pelé é imortal, está entre nós como sempre esteve. Resta-nos ser digno do legado dele. RIP, Rei Eterno.

Em uma de suas fotos mais emblemáticas, criou-se uma daquelas obras de arte involuntárias mas alegóricas: o suor na camisa canarinho formou um coração perfeito no peito de Pelé.

***

A foto é de Luiz Paulo Machado, que fazia um frila para a Placar. A data é 6 de outubro de 1976, amistoso beneficente entre a Seleção e o Flamengo, depois da morte abrupta do jogador Geraldo.

Foram lindos os tuítes de Lula de despedida a Pelé. Mostram sentimento real e foram claramente escritos por ele próprio.

É um alívio: independente de qualquer briga política, em três dias voltamos a ter um chefe de Estado que honra nossos/as grandes quando eles/as nos deixam.

Pelo mundo.

Aí vai, para guardar, com a estupefata narração inglesa, o maior não-gol da história do futebol. Estádio Jalisco, 17 de junho de 1970, Brasil 3 x 1 Uruguai.

O jogo já estava definido quando Tostão fez o passe perfeito ao ponto futuro para Pelé, que vinha de trás. A bola corria na diagonal, da esquerda para a direita. Pelé também corria na diagonal, da direita para a esquerda.

Naquela fração de segundo em que todas as informações ficavam disponíveis apenas para o cérebro de Pelé, ele percebe que o encontro das duas diagonais, dele e da bola, aconteceria naquele ponto em que estaria Mazurkiewicz–que ainda não era o goleiro do Galo, mas já era o maior goleiro do mundo–, que corria em linha reta.

Pelé soube, em fração de segundo, que se ele deixasse a bola passar na diagonal, seguindo sua trajetória, isso congelaria o corpo de Mazurka: “vou na bola ou vou em Pelé?”

Pelé sabia que esse instantâneo congelamento do corpo de Mazurka lhe daria tempo e espaço para dar a volta em torno do goleiro, pegar a bola do outro lado e fazer o gol.

E assim se fez. Exceto que a bola passou a uns poucos centímetros da trave.

Leia outros artigos da coluna: Eles em Nós

Idelber Avelar


Voltar


Comente sobre essa publicação...

Uma resposta para “Pelé”

  1. Victor Barone disse:

    Sensacional.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *