11/05/2024 - Edição 540

Conexão Brasília

O efeito Alckmin

O Estado de São Paulo é quem define as eleições no Brasil. Foi lá onde Bolsonaro cometeu seus erros eleitorais e Lula seu maior acerto

Publicado em 16/09/2022 2:34 - Rafael Paredes

Divulgação

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É óbvio que o Estado com o maior colégio eleitoral (22%) do país tem gigantesca importância em qualquer eleição nacional. Porém, a eleição de 2018 trouxe números e cores para a importância que São Paulo tem. O então candidato Jair Bolsonaro ganhou no segundo turno do petista Fernando Haddad por uma diferença de 10 milhões de votos. Mais de 8,5 milhões conquistados no Estado mais rico do país.

Nas duas vezes que foi eleito, o ex-presidente Lula formou chapa com o empresário mineiro José Alencar como vice-presidente. Além de simbolicamente unir capital e trabalho, Lula contemplava o segundo maior colégio eleitoral do país, Minas Gerais. A ex-presidente Dilma Rousseff foi levada a ter Michel Temer (MDB) como vice mais por questões políticas partidárias que propriamente por simbolismos regionais ou quaisquer outros. Deu no que deu.

Esta coluna afirmou em novembro do ano passado, que a chapa firmada entre Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) seria o maior fenômeno político desde 2018. Por ser tão improvável, a união de dois ex-adversários e ambos com carreira política em São Paulo poderia limitar a representatividade buscada na formação de uma coligação. Inicialmente se buscou um outro simbolismo para essa aliança: frente ampla pela democracia. Agora ela se mostra pragmática e acertada.

Para o simbolismo ser completo, uma outra liderança política que enfrentou o PT em 2018 além de Alckmin e Guilherme Boulos (PSOL), Marina Silva (REDE), anunciou seu apoio formal a candidatura do ex-presidente Lula nesta semana. Está com cara de frente ampla, mas não é o simbolismo que mantém as chances de vitória de Lula no primeiro turno, é Alckmin.

Com os cenários consolidados no Nordeste com ampla vantagem do petista, no Sul apertado e no Centro Oeste e no Norte com poucos eleitores, o fiel da balança continua sendo São Paulo. É de lá que o ex-governador não arreda o pé. Alckmin mudou suas agendas de viagens, sai pouquíssimo de seu Estado natal e quando sai, no outro dia já está batendo perna pelas cidades do interior paulista. É em São Paulo que Lula cresceu 3% nas intenções de votos na pesquisa DataFolha desta semana, onde diminuiu sua distância para Bolsonaro entre os evangélicos e ampliou sua vantagem entre as mulheres.

Além de Alckmin, Lula ainda tem como candidato do PT ao governo do Estado o ex-prefeito da capital paulista e ex-candidato à Presidência da República Fernando Haddad (PT) e outro ex-governador do Estado o apoiando: o líder nas pesquisas para o Senado Federal Márcio França (PSB).

Já a estratégia do presidente Jair Bolsonaro para repetir a performance no Estado não vem dando tão certo assim. A importação do carioca Tarcísio de Freitas (REPUBLICANOS) para ser candidato ao governo do Estado e o lançamento do astronauta Marcos Pontes (PL) para o Senado não agregaram em nada a disputa no pujante Estado.

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Rafael Paredes


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