13/05/2024 - Edição 540

Ogroteca

Indie com gostinho de Ninja Gaiden

Com DNA brasileiro, Vengeful Guardian Moonrider é o mais novo projeto da Joymasher

Publicado em 24/02/2023 3:57 - Fernando Fenero

Divulgação

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Na década de 80 os videogames ressuscitavam depois da catástrofe do mercado gerado pela Atari, com direito a histórias terríveis como cópias do jogo ET enterradas dentro das embalagens no deserto do Novo México.

Quem mandava bem pra caramba nessa época era a Nintendo, que para evitar uma nova crise, mantinha uma seleção rígida de títulos que seriam lançados para seu Entreteniment System, o nosso querido Nintendinho que por aqui era representado pelos clones Phantom System, Dynavision e outros.

Das pérolas da época, destaco Ninja Gaiden.

Surfando na ninja mania da época, onde o Japão era a vanguarda do pop, o game oferecia um nível de dificuldade muito acima da média até para a época, onde por falta de recursos os jogos eram difíceis para ampliar o tempo gasto em cada título antes que ele ficasse enjoativo.

O game da Tecmo marcou época e influenciou uma geração de desenvolvedores que agora estão no mercado, e quando tudo dá certo eles vão para a cena indie onde podem fazer exatamente do jeito que querem seus jogos, sem aquela pasteurização das grandes empresas.

Considerando esse rapaz que gastou os polegares com Ninja Gaiden lá no final dos anos 80, temos a formação como jogador do desenvolvedor Danilo Dias da Joymasher, responsável por títulos como Oniken, Oddalus e Blazing Chrome, três jogos muito bons que contam com visual pixelado com estilo que varia dos 8 a 16 bits e jogabilidade infernal para os padrões de esmagar botões da atualidade.

E em janeiro de 2023 a Joymasher fez o raio cair pela quarta vez no mesmo lugar ao lançar Vengeful Guardian Moonrider para Playstation, Xbox, PC e Nintendo. O game começa a brilhar os olhos de quem joga a mais tempo que o intervalo de duas Copas do Mundo com um visual arrebatador. Visão lateral 2D com tudo que temos direito como um belo parallax, paleta de cores sombria e um estilo próprio que mescla mais uma vez o que víamos nos Nintendinho\Master System com o estilo do Super Nintendo \Mega Drive. É engraçado ver como essa junção de estilos fez uma parada tão própria e cheia de personalidade.

O desafio envolve escolher uma fase, procurar itens que te tornem mais poderoso, e derrotar chefes enquanto é castigado pelo caminho sem piedade por outros inimigos. A curva de aprendizado faz toda diferença e com o tempo você vai dominar a movimentação se tornando tão legal quanto seus adversários.

O game propõe uma variedade interessante de estilos, em alguns momentos você vai passar por momentos onde pilota uma moto, ou salta entre obstáculos no céu, variando para a terceira pessoa em alguns desses momentos como os jogos das antigas. Não espere nada muito diferente, aqui é ir no seu restaurante favorito sabendo o que pedir, então não espere invenções da cozinha molecular quando você está comprando um comercial acompanhado de filé com fritas.

Moonrider chega com preço bem camarada e você vai poder jogar ele seja lá em qual dispositivo esteja, e espero com fé que uma hora chegue nos mobiles porque é uma parada que ficaria demais no Android.

Dentro das minhas possibilidades, preferi adquirir o game para o console\portátil da Nintendo e acho que é ali que ele brilha já que potência não faz diferença nenhuma no título da Joymasher, e o Switch combina muito com jogos indie.

Se você tem saudades dos jogos dos anos 80 e 90, ou é alguém que quer experimentar o que era “ videogame de verdade”, coloque de imediato Vengeful Guardian Moonrider na sua lista de compras.

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Fernando Fenero


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