12/05/2024 - Edição 540

Conexão Brasília

Era para roubar, meu filho

Enquanto os bolsonaristas sonhavam com uma revolução, Bolsonaro sonhava em embolsar

Publicado em 10/08/2023 11:22 - Rafael Paredes

Divulgação Alan Santos - Pr

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No dia 9 de agosto, o ex-diretor do Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Governo Bolsonaro, Silvinei Vasques, foi preso preventivamente no âmbito do inquérito que investiga as ações da PRF no segundo turno das eleições de 2022. A Polícia Federal (PF) obteve informações mais robustas sobre o planejamento das ações que triplicaram as blitz da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das eleições. Um terço dessas operações apenas em Estados do Nordeste.

A Polícia Federal, que investiga Silvinei Vasques, teve a informação de uma reunião realizada no dia 19 de outubro, onde 49 agentes discutiram com o ex-diretor da PRF as ações que deveriam ocorrer no segundo turno. Essa reunião teve características que chamaram a atenção de alguns dos presentes a reunião como uma preocupação eleitoral, ser apenas presencial e não hibrida como sempre aconteceu e a necessidade de deixarem celulares fora da sala da reunião. Porém, a PF identificou mensagens entre os agentes depois da reunião onde esses policiais falavam que Vasques se daria mal porque falou muita bobagem na ocasião.

Outra informação que embasou a operação da Polícia Federal no dia 9 foi o relatório de inteligência produzido pelo Ministério da Justiça identificando quais municípios o então candidato Lula teria tido mais de 75% dos votos no primeiro turno. Todos esses municípios no Nordeste. A diretora que produziu esse relatório o apagou do seu celular, mas os investigadores o encontraram na nuvem. As investigações miram agora o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.

Depois da feitura desse relatório, Torres foi a Bahia nas vésperas do segundo turno das eleições e tentou convencer o superintendente da PF no Estado a seguir o exemplo da PRF e colocar 90% de seu efetivo nas ruas do Estado. Silvinei Vasques colocou até agentes de folga e de férias para a realização das blitz. A Bahia tinha dado quase 70% dos seus votos para o candidato petista.

Anderson Torres é aquele que tinha uma minuta golpista no armário de sua casa e que era secretário de Segurança do Distrito Federal no dia 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos poderes da República em uma tentativa de golpe. O ex-ministro foi preso logo depois nos Estados Unidos e o seu celular nunca foi encontrado. Antes do dia 8 de janeiro, no dia 12 de dezembro, dia da diplomação do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, houve a tentativa por bolsonaristas de invadir a sede da Polícia Federal em Brasília, quando foi incendiada uma dezena de carros e ônibus. Torres ficou sabendo de todo o ataque e não levantou da cadeira em um animado jantar em um tradicional e caro restaurante da Capital Federal. Ninguém foi preso.

No dia 25 de dezembro de 2022 também houve a tentativa de explodir um caminhão tanque no aeroporto de Brasília em uma ação de potencial catastrófico. Os passageiros do dia foram salvos pela incompetência dos mentores e executores do plano terrorista.

Todas essas ações tinham como objetivo manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. Muitos dos que militam pela causa antidemocrática de golpe de estado o fazem por um suposto combate ao fantasma do comunismo, que nunca foi um perigo para o Brasil e contra a corrupção. Mas e Jair? O que Jair pretendia ao tentar permanecer no poder? Ele queria implantar um programa liberal na economia e conservador nos costumes na sociedade brasileira? Por que ele não o fez durante os quatro anos que foi Presidente da República?

Como se não fosse gravíssimo colocar em risco a jovem democracia brasileira e ter deixado milhares de pessoas morrerem em uma gestão desastrosa da pandemia, Bolsonaro queria continuar com seus pequenos ilícitos. O projeto liberal conservador não aconteceu, mas a tentativa de se apoderar de presentes milionários ofertados por Governos Estrangeiros sim. A revolução na educação brasileira com seus cinco ministros não aconteceu, mas os gastos com o cartão corporativo para sustentar os luxos dos filhos, da esposa e até das motociatas aconteceram. Bolsonaro, como deputado federal sempre foi conhecido por pequenos golpes como embolsar salário de servidores e desvio de dinheiro da cota de combustíveis. É com esse modus operandi que a família movimentou milhões em dinheiro vivo para a aquisição de centenas de casas em estranhos negócios.

Enquanto os bolsonaristas sonhavam com uma revolução, Bolsonaro sonhava em embolsar.

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Rafael Paredes


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Uma resposta para “Era para roubar, meu filho”

  1. Marcia Dalfaro disse:

    De onde vcs tiraram tanta narrativa fantasiosa desse jeito???? Bolsonaro fechou as torneiras pra esses ladrões de dinheiro público 😡

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