11/05/2024 - Edição 540

Conexão Brasília

Bolsonaro fez barba, cabelo, só faltou o bigode

Quem faz uma leitura diferente das eleições de domingo, não compreende o tamanho do conservadorismo da sociedade brasileira

Publicado em 03/10/2022 10:55 - Rafael Paredes

Divulgação Foto: Isac Nóbrega/PR

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O presidente Jair Bolsonaro faz um dos governos mais rejeitados da história da política brasileira. Sua reprovação é justa pela atuação na pandemia, na economia, no meio ambiente, nas relações políticas e internacionais. Mas, a política tem razões mais profundas. Bolsonaro encontrou caminhos para dialogar com o interior das pessoas e o seu ideário foi o grande vencedor das eleições do dia 2.

Bolsonaro elegeu oito governadores no primeiro turno e outros oito aliados passaram para o segundo. Só do seu partido, Bolsonaro elegeu oito senadores e todos os que se associaram ao presidente foram eleitos, é o caso do ex-Juiz Sérgio Moro (PR), do vice-presidente Hamilton Mourão (RS) e das ex-ministras Tereza Cristina (MS) e Damares Alves (DF). Bolsonaro colocou Tarcísio de Freitas em primeiro lugar em São Paulo e também surpreendeu todas as expectativas alcançando 43% dos votos para presidente, ficando a apenas 5% atrás do ex-presidente Lula.

Como diz um grande amigo, “eleição é clima” e o clima está com Bolsonaro. A onda vermelha de voto útil não aconteceu e o eleitor brasileiro se identificou com os símbolos que o presidente representa. O bolsonarismo inegavelmente venceu essas eleições e não dá demonstrações de refluir. Mas, tem tudo está perdido para o PT de Lula.

Faltaram menos de 2% para o ex-presidente Lula ser eleito pela terceira vez. Faltou um cirozinho, mas faltou. Lula vai enfrentar dificuldades para vencer. Está sem palanque no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Com uma frustração em São Paulo e enfrenta um anticlímax total. Porém, o PT e o Lula já venceram quatro eleições presidenciais, tem experiência, partido e máquina. O dono do voto é o eleitor e ele dá os seus recados.

O país está extraordinariamente muito dividido. Essa divisão aniquilou a centro-direta democrática. A extrema-direita, que saiu do armário de 2013, incentivada pela imprensa, por parte do Ministério Público e de determinadas elites se funda em espírito, mentes e votos.

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Rafael Paredes


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