Ahsoka – Star Wars em sua melhor forma

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Quando a Disney abriu os cofres e comprou Fox, Marvel e Lucasfilms, muita gente reclamou porque todas as propriedades intelectuais dessas empresas passariam por uma pasteurização do padrão Mickey Mouse, e de fato, algumas produções foram afetadas por decisões comerciais esquisitas da empresa que está errando mais que acertando em suas animações, filmes e séries.

Para cada “Mandaloriano” lançado, a Disney naufragou um “Livro de Boba Fett” que tinha tudo para dar certo. A crítica principal de porque não ficou tão legal, é que a Disney quer fazer todo mundo ser bonzinho, e não era o caso do caçador de recompensa.

Então Ahsoka aparece nas séries do novo universo Star Wars, e logo veio o anúncio da série, e ninguém ficou animado com isso. Se nas animações do Cartoon Network a jovem jedi era impetuosa, audaciosa e tinha uma relação muito interessante com Anakin Skywalker, nas séries ela estava “esquisita”, falando pouco, uma sabedoria de tia paia que não ajudou de verdade e trouxe uma antipatia nova pela personagem.

Se em Clone Wars ela quer se distanciar dos jedis buscando seu próprio caminho, na segunda temporada de Mandaloriana ela parece ainda perdida, e não tem explicação de porque ela não estava envolvida na rebelião contra o Império. Poderia ser um problema de elenco, mas a escolhida para viver o papel foi Rosario Dawnson, e ela entrega quando tem algo pra entregar, só ver como ela destoava em Demolidor e Luke Cage da Netflix, sendo um dos pontos altos das séries cheias de problema.

Uma série com o foco na Ahsoka teria que explicar seu comportamento, e de alguma forma resgatar algo da jovem jedi, e apesar da minha desconfiança nos primeiros episódios, os envolvidos no projeto estavam de olhos abertos para as demandas dos fãs.

Com direção de Dave Filone (de Star Wars Rebels, Clone Wars e Mandalorian) e Peter Ramsey (de Homem-Aranha no Aranhaverso), a série marcou 87 de crítica no Rotten Tomatoes, e 71 do público, bem acima de “O livro de Boba Fett” que fez 66 de crítica e 53 de público, e conseguiu resgatar os melhores momentos de toda franquia, com momentos que se tornaram clássicos em seu momento de exibição.

Ahsoka começa esquisita, calada, com olhar severo, mas no desenrolar dos eventos, finalmente é explicado tudo que aconteceu, com auxílio de outros personagens que só conhecíamos pelas animações. Mary Elizabeth Winsted interpreta Hera Syndulla, e mantem o cargo de musa dos nerds desde “Scott Pilgrim” onde fez Ramona Flowers, com Sabine Wren interpretando Natasha Liu Bordizzo, e são as três mulheres as responsáveis pela condução da história.

Enquanto Ahsoka se envolve na trama tentando evitar uma nova guerra com a volta do Almirante Thawn, Wren vive infeliz longe de Ezha Bridger enquanto Hera se aborrece com a burocracia da Nova República. Ahsoka e Sabine também tem seus problemas na relação mestre-padawan, muito disso reverberações dos problemas que Ahsoka teve no final da vida de seu antigo mestre.

Se você gosta do universo Star Wars, e ficou meio chateado com a nova trilogia e bombas como o filme do Han Solo, é essa a hora para voltar.

Te garanto que Ahsoka é Star Wars da melhor qualidade.

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