20/05/2024 - Edição 540

Ágora Digital

A dissonância cognitiva dos bolsonaristas

O jornalista Victor Barone fala sobre o descolamento da realidade entre os apoiadores do “ainda” presidente

Publicado em 05/11/2022 11:16 - Victor Barone

Divulgação

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“Ai Meu Deus! Olha aqui gente! O Alexandre de Moraes disse que a contagem de votos estava errada. Bolsonaro ganhou a eleição!” berrou a loura platinada confortavelmente sentada em um salão de beleza de Campo Grande (MS), para o deleite de uma dezena de tias de whatsapp que não tardaram a suspirar quanto a “arauta” da desgraça descobriu que tratava-se de mais uma fakenews bolsonarista. Este fenômeno tem nome: dissonância cognitiva. A cena acima aconteceu na capital sul-mato-grossense nesta semana, e foi presenciada por algumas mulheres democratas que, boquiabertas com o descolamento da realidade que se instalou entre o bolsonarismo raiz, relataram o caso a este jornalista.

Para o pesquisador e professor João Cezar de Castro Rocha, o Brasil assiste à consolidação das condições para a instauração de um Estado totalitário fundamentalista religioso. Este é o propósito da extrema direita brasileira, que compartilha as mesmas estratégias de seus aliados transnacionais: o uso das plataformas de mídias digitais para a produção da dissonância cognitiva coletiva, um Brasil paralelo, que fratura a espinha dorsal dos valores verdadeiramente cristãos e democráticos. Castro Rocha é e professor titular de literatura comparada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), autor de “Guerra cultural e retórica do ódio” (Editora Caminhos).

“Está acontecendo diante dos nossos olhos. E há dezenas de milhões de brasileiros que parecem não compreender o perigo. E muitos desses brasileiros e brasileiras são pessoas que nós conhecemos, alguns são nossos parentes, não são pessoas más, cuja índole pudesse suspeitar que apoiariam o que está ocorrendo. É um processo de lavagem cerebral coletiva, é um processo de criação de dissonância cognitiva coletiva”, afirma o professor.

“Nunca estivemos numa situação tão grave na história da República. Estamos hoje no Brasil em 1913, do filme alemão “A fita branca” (de Michael Haneke), a geração que, posteriormente, participou da ascensão do nazismo. “Estamos vendo pessoas que conhecemos e respeitamos, e jamais imaginamos que pudessem ser cúmplices de um projeto totalitário de poder”, salienta o professor.

O psicólogo social norte-americano Leon Festinger publicou, em 1957, um clássico chamado “Uma teoria da dissonância cognitiva”. Castro Rocha acrescenta ao conceito a perspectiva coletiva, que está associada à capacidade da produção de conteúdo das redes sociais. Dissonância cognitiva é um desconforto subjetivo causado pela consciência da distância entre crenças e comportamentos, ocorre sempre que há uma distância entre aquilo em que acreditamos e a maneira pela qual nos comportamos. Não há ser humano que não viva com certo grau de dissonância cognitiva. Mas, no Brasil bolsonarista, o fenômeno beira as raias da loucura.

As pessoas que voluntariamente se submetem à midiosfera extremista estabelecem um pacto: somente se informar na midiosfera extremista; nunca aceitar outra fonte. Então, não há mais possibilidade objetiva de se demonstrar que há erro nessas informações, porque todas as outras fontes de informação foram desqualificadas e vedadas.

Hoje, no Brasil, contamos com dezenas de milhões de brasileiros e brasileiras – e como diz Mário de Andrade, brasileiros e brasileiras como nós – que estão vivendo na ilusão, estão realmente convencidos de todo conteúdo dessa usina de desinformação, dessa máquina tóxica de produção de conteúdo com base em fake news e teorias conspiratórias, que domina a midiosfera bolsonarista. Para dizer de forma mais simples: essas pessoas estão vivendo numa dimensão paralela. Tenho uma hipótese na qual que estou trabalhando em um livro para o ano que vem.

O bolsonarismo, como fenômeno de massa, enraizado em diversos setores da sociedade, é a manifestação no Brasil de uma onda transnacional que levou a extrema-direita a conquistar o poder por meio do voto em várias partes do mundo. A extrema-direita está à frente em relação ao campo progressista no que se refere à compreensão profunda da forma própria do mecanismo do universo digital. O que ela tem feito? É a inédita criação da dissonância cognitiva coletiva deliberada, por meio de um conteúdo coordenado, estrategicamente produzido para desinformar e fazer circular teorias conspiratórias e fake news. O universo digital e as redes sociais possibilitaram isso e não é casual o fato de que o principal instrumento de divulgação da extrema-direita bolsonarista sejam as redes sociais e plataformas digitais.

A DISSONÂNCIA COGNITIVA LOGO ALI

Meta: Golpe de Estado com a adesão das Forças Armadas, prisão de Lula e perenização de Jair Bolsonaro no poder. Realidade: Indignação do restante da população com o golpismo e pelos transtornos causados aos trabalhadores e uma inesgotável fonte de memes. Veja a seguir algumas situações e imagens que eram o puro suco do movimento golpista bolsonarista.

1) O bolsonarista que se tornou adesivo de caminhão – As imagens estão na abertura deste texto, mas isso nem precisaria ser dito porque você já deve ter visto. Ganhou o mundo em forma de imagens e memes um golpista que se agarrou ao capô de um caminhão que estava furando um bloqueio em Pernambuco. Depois de rodar quilômetros, apavorado, topou sair. “Vou parar ali para você descer, você desce, beleza?”, disse pacientemente o caminhoneiro.

2) Golpistas cantam o hino nacional em torno de pneu – Outra imagem que viralizou que nem rastilho de pólvora foi a de golpistas cantando o hino nacional em torno de um pneu de trator na BR-277 no Paraná. Como os presentes estão com capas de chuva e casacos devido à frente fria, verifica-se que houve certo sacrifício para reverenciar a peça de borracha.

3) Torcedores do Corinthians furam bloqueio e tomam faixas de golpistas – Torcidas organizadas de times como o Atlético Mineiro, o Corinthians e o Palmeiras furaram ou desfizeram bloqueios golpistas para poderem assistir aos jogos do Campeonato Brasileiro. A Gaviões da Fiel, por exemplo, desobstruiu um bloqueio na Marginal Tietê, na capital paulista, aos gritos de “democracia”. Com medo, os bolsonaristas fugiram. Um deles deixou para trás até o lanche.

4) Golpista não sabe explicar por que está bloqueando rodovia – Um repórter da Record pergunta a um golpista que está trancando a BR-316, em Bacabal (MA), a razão do protesto. E ele não sabe explicar: – Qual o objetivo dessa manifestação? – Nós queremos um Brasil melhor? – Por quê? – Queremos um Brasil melhor. – O que tá errado? – O Brasil tá no momento de agora ou nunca. – Mas o que tá ruim? – A TV perdeu o crédito, nós queremos um Brasil melhor.

5) Bolsonaristas ainda estão celebrando a prisão fake de Alexandre de Moraes – Na seleção de imagens anterior, eu havia colocado uma foto que mostrava o momento de êxtase de golpistas quando informados da prisão do ministro Alexandre de Moraes, a nêmesis de Jair Bolsonaro. Por mais absurda que fosse a mentira, houve grande júbilo. Mesmo sendo desmentida a torto e direito, contudo, a fake continuou gerando vítimas e novos grupos de golpistas celebraram e celebraram uma prisão que não aconteceu. Talvez continuem celebrando até 2026.

6) Nazistas –Imagens nas redes sociais mostram manifestantes bolsonaristas com o braço estendido durante a execução do Hino Nacional em São Miguel do Oeste (SC), nesta quarta (2). A cena está sendo investigada, segundo o Ministério Público de SC.

HISTERIA COLETIVA

Correm pelas redes vídeos a celebração de bolsonaristas que trancam rodovias ao ficarem sabendo da ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Golpistas chorando, rezando de joelhos, abraçando-se efusivamente. O detalhe é que tal ordem nunca aconteceu. Em um ato golpista, a fake foi lida por organizadores da balbúrdia, em outro, circulou por grupos de mensagens. Como a mentira ia ao encontro do que eles esperavam que acontecesse, ou seja, como aquilo se encaixava em seus desejos e anseios, eles abraçaram gostosamente a notícia, por mais improvável que seja, como fato.

A esse fenômeno damos o nome de viés de confirmação. Acontece todos os dias não só com os golpistas, mas com todos nós. Por questões que passam pelo reflexo de autoproteção, temos a tendência de acreditar que é verdade tudo aquilo em que acreditamos e tomar como mentira tudo com o qual discordamos.

O problema é quando o reflexo não dá lugar à reflexão (que faz com que aceitemos que o mundo não é feito à nossa imagem e semelhança), insistindo em nos manter em uma realidade paralela. Isso é facilitado pelo fato de que o poder das bolhas, que já existem naturalmente na sociedade, aglutinando pessoas que pensam igual, é multiplicado pelas redes sociais.

Não foi um algoritmo que manipulou o resultado da eleição, como defendem os golpistas, mas são os algoritmos utilizados pelas plataformas para decidir o que vamos consumir em nossas timelines que no aprofundam em bolhas que nos isolam.

Toda rede social (e aplicativos de mensagens funcionam como tais) quer que você permaneça a maior quantidade de tempo dentro dela, produzindo conteúdo gratuitamente e consumindo publicidade paga. Para tanto, tende a entregar um ambiente em quer você se sinta confortável, dopado até, vendo conteúdo através do qual nos sentimos bem. Entregam espelhos para a nossa vaidade.

Inseridos em bolhas, pessoas veem os outros à sua volta defenderem o mesmo que eles. Acham, portanto, impossível um grande naco da sociedade pensar diferente. Bradam, por exemplo, que enquetes sem valor científico, produzidas pela campanha do presidente Jair Bolsonaro, são mais corretas do que as extensas pesquisas feitas com rigor científico e suas margens de erro.

Parente da fake de Moraes atrás das grades está o caso de bolsonaristas que tentaram invadir um imóvel de Lula para provar que o Ipec funcionava lá dentro em setembro. Após um influenciador bolsonarista afirmar incorretamente que o Ipec, instituto de pesquisas criado pelos diretores do antigo Ibope, funciona dentro do Instituto Lula, relatei que seguidores de Jair Bolsonaro estavam batendo na porta da organização criada pelo petista querendo “investigar” como os levantamentos eleitorais são feitos. Vídeo divulgado pelo youtuber Gustavo Gayer usou esse boato para colocar em dúvida a credibilidade da pesquisa eleitoral, que dava Lula à frente. Em sua publicação, ele ainda perguntou onde estava o ministro Alexandre de Moraes, questionando se essa sobreposição de endereços não era crime eleitoral.

Em sua “investigação” que embasou a “denúncia”, o bolsonarista confundiu o Instituto Pesquisas e Estudos de Cidadania, antigo nome do Instituto Lula, com o Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica, nome do instituto que realiza pesquisas eleitorais. Com isso, provou que, como eu sempre digo, falta amor no mundo, mas também falta interpretação de texto. Gayer publicou um novo vídeo, retratando-se e afirmando que “errou”. Mas a divulgação original foi o bastante para dezenas de ligações chegarem ao Instituto Lula, querendo “investigar” a relação entre ambas organizações, segundo apurou a coluna. E houve os que foram presencialmente à sede procurando o Ipec e mesmo após serem informados de que o instituto de pesquisas não funciona ali, continuaram querendo saber como são realizadas as entrevistas para medir as intenções de voto.

Teve de tudo: alguns tentaram tirar foto com suas câmeras, enfiando lentes pelas grades do portão. Outros tentaram subir o muro do instituto. E houve os que, uma vez conseguindo a atenção de algum funcionário, jogavam conversa fora enquanto gravavam os presentes com a câmera do celular. Por quê? Porque a fake do youtuber encontrou terreno fértil na bolha bolsonarista para crescer. Essa mentira era algo que ia ao encontro da visão do mundo desse pessoal.

O silêncio de Bolsonaro após o resultado do segundo turno incentivou o naco de seus seguidores que não admite a sua derrota a bloquear rodovias e defender um golpe de Estado. Em mensagens trocadas em grupos, bolsonaristas disseram que o presidente estava em silêncio porque organizava, junto com as Forças Armadas, a batalha final às forças golpistas do TSE, do PT e da China que fraudaram as eleições usando algoritmos manipuladores. Contudo, algumas horas antes do micropronunciamento (que não reconheceu a derrota, não cumprimentou Lula e durou dois minutos), na terça (1º), uma grande quantidade de material passou a ser distribuída em grupos bolsonaristas tentando passar pano para a capitulação do presidente que viria. “Se ele dizer (sic) para pararmos, ele quer que continuemos. Mas não pode dizer publicamente”, afirma um dos cards que circulou no WhatsApp.

Os golpistas foram instruídos a acreditar que estão defendendo o Brasil de um golpe, quando são eles que estão golpeando a democracia. Não há resistência de Jair à liberdade guiando os seus, mas algo bem mais mundano: um presidente com medo do que acontecerá com ele quando terminar o seu mandato buscando formas de salvar a própria pele e manipulando os seus. É ele, e não Xandão, que tem chance de ir para a cadeia. E ele sabe disso.

Por Leonardo Sakamoto

DESALENTO

Quem observa desde domingo os protestos de bolsonaristas nas ruas fica desalentado. Trancaram-se rodovias por um golpe. Multidões foram para a frente de prédios do Exército para pedir a intervenção dos militares contra o resultado das urnas. As cenas dão a impressão de que o Brasil dança a coreografia da insensatez à beira do abismo institucional. Quem olha para o balé encenado nos gabinetes de Brasília nesta quinta-feira conclui que os manifestantes antidemocráticos apenas fazem papel de bobos.

Por Josias de Souza

GOLPISTAS, SIM

Em entrevista ao UOL News, Ubiratan Cazetta, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), fala sobre os bloqueios de manifestantes bolsonaristas e pró-golpe em rodovias do país

ENCRENQUEIRO

Bolsonaro vira encrenqueiro autossuficiente e atinge objetivo de instilar medo, diz o jornalista Josias de Souza.

UM HOMEM PEQUENO, DE IDEIAS PEQUENAS

De um homem pequeno só se pode esperar ideias e atitudes pequenas.

CONVERTIDO

Edir Macedo, o autoproclamado bispo da igreja Universal, se converteu. Até ontem, adorava Bolsonaro e demonizava Lula. Não esperou nem a posse do demônio para se converter. “Vamos olhar para a frente”, disse em vídeo, antes de retirar da imagem de Lula os chifres e o rabo que havia grudado nele durante a campanha eleitoral. “Não podemos ficar com mágoa, porque é isso que o diabo quer”, ensinou Edir Macedo aos mesmos fieis a quem havia recomendado antes da eleição um jejum pela vitória do capitão.

Por Josias de Souza

CANA NELE

O empresário bolsonarista Luciano Hang, dono das lojas Havan, foi filmado numa churrascaria que fica numa estrada de Santa Catarina, no perímetro da cidade de Brusque, incentivando golpistas que promovem bloqueios criminosos de rodovias pelo país. O bilionário discursa fazendo terrorismo psicológico e diz que o golpe contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que derrotou Jair Bolsonaro (PL) no último domingo (30), “ainda tem chance” de se consumar.

QUIDROGA

O ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro (PL), Marcelo Queiroga se irritou após ter o discurso vaiado na abertura do 8º Congresso Norte/Nordeste de Secretarias Municipais de Saúde, evento que reúne secretários de Saúde de todo o país em Aracaju, no Sergipe.

GENTE DE BEM

Um homem que, segundo a polícia, seria eleitor de Jair Bolsonaro (PL), assassinou a tiros o jovem Pedro Henrique Dias Soares, de 27 anos, que comemorava com a família a vitória de Lula (PT) em frente à casa onde morava no Bairro Nova Cintra, região Oeste de Belo Horizonte (MG), na noite de domingo (30). Segundo informações do jornal O Tempo, Pedro, a mãe e uma prima abriram o portão da casa para comemorar a vitória de Lula na rua. Eles estavam vestidos com camisa do petista. Um homem, que usava touca ninja, se aproximou e pediu para os três deitarem no chão, o que foi feito. O homem teria dito, então: “vou atirar mesmo assim” e abriu fogo, matando Pedro Henrique. Em seguida, o mesmo homem parou em frente a um bar e atirou contra duas jovens, de 16 e 17 anos. Pedro chegou a ser socorrido no Hospital Pronto-Socorro João XXIII, mas não resistiu aos ferimentos. Ele foi atingido no abdômen e no ombro. A mãe dele está internada com dois tiros nas pernas. A prima também foi alvejada na perna, mas passa bem. Segundo a polícia, o assassino foi imobilizado por populares e preso por policiais militares.

GENTE DE BEM 2

Policiais militares foram flagrados em vídeo enquanto invadiam uma residência, sem mandado judicial, e agrediam as pessoas que estavam no local, com camisetas e bandeiras do PT, fazendo um churrasco enquanto aguardavam o resultado das eleições, na tarde deste domingo (30/10), no Jardim Paraíso, em Jacareí (SP). Durante a invasão, os PMs dispararam um tiro, que atingiu uma parede.

GENTE DE BEM 3

Vídeo que circula pelas redes mostra o momento em que um homem, com a camisa da seleção brasileira, agride uma mulher com um tapa no rosto. Na sequência, o agressor e outro homem depredam o carro da vítima. À PM, a mulher afirmou que a motivação foi política, uma vez que ela estava comemorando a eleição presidencial do candidato Lula (PT).

GENTE DE BEM 4

Alunos de colégios particulares de Curitiba – cuja mensalidade supera o valor do salário mínimo – reagiram de forma fascista à derrota de Jair Bolsonaro (PL), ameaçando colegas que apoiam Lula (PT) e tramando compra de armas e até ameaças de morte ao presidente eleito. Em entrevista ao portal Uol, a advogada Janaina Santos diz que as filhas que estudam no colégio foram agredidas por colegas por terem ido de camiseta vermelha após a vitória de Lula.

GENTE DE BEM 5

O jornalista Isaac Risco, da redação em língua espanhola da DW, foi alvo de intimidação na última quarta-feira (2) enquanto cobria os bloqueios em rodovias organizados por grupos de extrema direita que não aceitam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial. O episódio ocorreu quando uma equipe de TV da DW Español cobria um bloqueio no estado do Paraná. Na ocasião, um manifestante concordou em conceder entrevista e explicar suas razões para se opor ao presidente eleito.

FRASES DA SEMANA

“A dissonância cognitiva coletiva é uma temível máquina eleitoral pela transferência para a política da alta intensidade de engajamento das redes sociais. É um engajamento em torno da desinformação e de teorias conspiratórias” (Castro Rocha, professor titular de literatura comparada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), autor de “Guerra cultural e retórica do ódio” (Editora Caminhos)

“Não é possível você impedir as pessoas de se locomover. É grave, porque você pode comprometer a saúde das pessoas, abastecimento de hospitais, transplantes, vacina, alimentação, combustível. A pergunta é: quem vai pagar os prejuízos?” (Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito)

“Ataques à imprensa são atentados contra a democracia. Os episódios em Porto Alegre contra as equipes da Band e do SBT, cometidos por quem se recusa a aceitar o resultado das urnas, são inaceitáveis e devem ser repudiados por todos.” (Eduardo Leite, governador eleito do RS)

“Lidar com determinadas pessoas é que nem jogar xadrez com pombo. O pombo vai voar, derrubar as peças, defecar no tabuleiro, só quer saber de confusão.” (Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal)

“Foi muito boa. Estamos montando uma equipe para se reunir e discutir o que podemos fazer juntos. Ele quer focar no meio ambiente, na democracia, lidar com os pobres em seu país e salvar a Amazônia.” (Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, sobre sua primeira conversa com Lula)

“Não existem dois Brasis. Existe um único povo, uma única nação. A ninguém interessa viver em um país dividido e em permanente estado de guerra. Esse povo está cansado de enxergar no outro um inimigo. É hora de baixar as armas que não deveriam jamais ter sido empunhadas”. (Lula)

“Sabe o que vai acontecer se Bolsonaro, hoje, não reconhecer sua derrota? Nada. Simplesmente nada. Bolsonaro não vale mais nada. O cafezinho que tomará lhe será servido frio – não por Bolsonaro ser quem é, mas porque o presidente de saída bebe café frio.” (Ricardo Noblat)

“Ué, quem fizer mais leva. É igual ao Flamengo, fez mais gols, levou”. (Bolsonaro, sobre o respeito aos resultados das eleições de hoje)

“Muito obrigado, meu Deus. Se essa for a sua vontade, estarei pronto para cumprir com mais um mandato de deputado federal. Presidente da República”. (Bolsonaro, em um formidável ato falho)

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Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


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