18/05/2024 - Edição 540

Poder

Relação incômoda

Governadores bolsonaristas se esquivam de ida a evento do 8/1 com Lula

Publicado em 29/12/2023 10:07 - Yurick Luz (DCM), Ricardo Noblat (Metrópoles) – Edição Semana On

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Pergunte a um governador alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a qualquer um deles, se Jair Bolsonaro (PL) teve algo a ver com a tentativa fracassada de golpe em 8 de janeiro último. Ele responderá que não teve, não só porque Bolsonaro estava fora do Brasil naquele dia como sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição. Tá…

Pergunte se eram bolsonaristas os rebelados acolhidos à porta do QG do Exército em Brasília e que dali saíram para invadir a Praça dos Três Poderes e vandalizar os prédios do Congresso, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto. Certamente, responderá que não, ou então se calará para não se comprometer, sabe como é…

Pergunte se aprovou o que aconteceu naquele dia. Sem dúvida, a resposta será: não, porque acima de tudo é um democrata e sempre será. Jamais apoiaria um golpe. Por último, pergunte se comparecerá ao ato público do próximo dia 8 convocado peplo presidente Lula (PT) para celebrar a vitória da democracia. Bem, aí é outra história.

É esperado que governadores alinhados a Bolsonaro não compareçam ao evento organizado pelo Palácio de Planalto no dia 8 de janeiro, um ano após os atos terroristas promovidos por bolsonaristas nas sedes dos Três Poderes em Brasília, segundo informações do Globo.

O presidente Lula anunciou no começo do mês que convidaria todos os governadores para o ato. O evento, segundo ele, tem o objetivo de “lembrar o povo que houve uma tentativa de golpe, que foi debelado pela democracia deste país”.

No entanto, com férias, viagens e compromissos já planejados, os apoiadores do ex-capitão estão propensos a evitar o evento. Governadores alinhados a Bolsonaro têm sido atacados frequentemente pela base ao participarem de eventos comandados por petistas.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), estará na Europa e não comparecerá ao evento, retornando somente em 9 de janeiro. O vice-governador, Felício Ramuth (PSD), também estará ausente devido a uma viagem à China. Isso coloca o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, André do Prado (PL), como governador em exercício no dia 8, embora sua presença no ato em Brasília ainda não tenha sido confirmada.

A relação entre o governador de São Paulo e Lula tem sido marcada por momentos de apoio e tensão. Tarcísio foi criticado pela base bolsonarista por participar de eventos com petistas no passado e, mesmo sendo uma figura política próxima a Bolsonaro, mostrou apoio a ações do governo Lula, agradecendo iniciativas que beneficiaram o estado de São Paulo.

Outro governador ausente será Ibaneis Rocha (MDB) do Distrito Federal, que estará de férias nos Estados Unidos até meados de janeiro. Em relação ao evento do ano anterior, o STF havia afastado Ibaneis do cargo, retornando dois meses depois.

Jorginho Mello (PL) de Santa Catarina também não deve comparecer, com a assessoria afirmando desconhecer o convite, mencionando compromissos já agendados. Cláudio Castro do Rio de Janeiro, mesmo com uma reunião marcada no dia 8, ainda não confirmou presença em Brasília, mantendo-se em avaliação.

Romeu Zema (Novo) de Minas Gerais ainda não definiu sua agenda oficialmente, tendo recentemente tido desentendimentos com Lula durante negociações sobre dívidas públicas.

Ronaldo Caiado de Goiás (União Brasil) está em viagem de férias, enquanto o governo de Roraima não respondeu sobre a presença de Antonio Denarium (PP), que enfrenta um processo no TSE após seu mandato ser cassado pelo TRE.

Já a assessoria de Ratinho Júnior (PSD) do Paraná informou não ter recebido convite oficial para a presença do governador no evento em Brasília.


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