18/05/2024 - Edição 540

Poder

PF caça membros do PCC que planejavam matar agentes públicos, entre eles o senador Sergio Moro

Grupo está em pelo menos cinco estados, entre eles Mato Grosso do Sul

Publicado em 22/03/2023 9:32 - Marcelo Hailer (Fórum), DCM, Josias de Souza (UOL) – Edição Semana On

Divulgação Wilson Dias - Abr

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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (22) a Operação Sequaz, cujo objetivo é desarticular um plano da organização criminosa PCC, que pretendia realizar uma série de ataques contra servidores públicos e autoridades, entre elas, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR).

Os planos seriam retaliação de integrantes da facção criminosa por causa de uma portaria do governo que proibia visitas íntimas em presídios federais. Atentados eram planejados desde o ano passado. Os alvos alugaram chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços de Moro. Além disso, a família do senador também teria sido monitorada por meses pela facção criminosa.

Outro alvo do grupo era Lincoln Gakyia, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Presidente Prudente, interior de São Paulo. Também era alvo dos atentados um comandante de Polícia Militar.

De acordo com as primeiras informações reveladas pelo Ministério da Justiça, a organização criminosa pretendia realizar homicídios e extorsão mediante sequestro em pelo menos cinco unidades da federação (RO, PR, DF, MS e SP).

Segundo investigações da Polícia Federal, os ataques iriam ocorrer de forma simultânea. Além disso, os principais investigados estavam alocados nos estados de São Paulo e Paraná.

Cerca de 120 policiais federais cumprem 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná. Até o momento, 9 pessoas foram presas, 6 delas na região de Campinas, em São Paulo.

Por meio de suas redes sociais, o ministro da Justiça Flávio Dino falou sobre a operação e parabenizou os agentes. “Foi investigado e identificado um plano de homicídios contra vários agentes públicos (dentre os quais um senador e um promotor de Justiça). Hoje a Polícia Federal está realizando prisões e buscas contra essa quadrilha. Meus cumprimentos às equipes da PF pelo importante trabalho”, disse.

Sequaz: o nome da operação se refere ao ato de seguir, vigiar, acompanhar alguém, devido ao método utilizado pelos criminosos para fazer o levantamento de informações das possíveis vítimas.

Moro se pronuncia 

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) revelou por meio de suas redes sociais que ele era o parlamentar alvo da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

“Sobre os planos de retaliação do PCC contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do senado. Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e trabalho realizado”, disse Moro.

Quando ministro da Justiça do então presidente Jair Bolsonaro (PL), Moro transferiu lideranças do PCC, entre elas o Marcola, para o sistema penitenciário federal. O líder da facção está encarcerado em Brasília.

Plano contra Moro revela inteligência da polícia e ousadia do crime

O plano para matar o senador Sergio Moro e outros agentes públicos evidencia que o crime está ficando ousado no Brasil. “É deletéria a evidência de que o crime está ficando ousado no Brasil. A informação de que um grupo se articulou para cometer crimes simultâneos envolvendo autoridades é impressionante. Mas é alvissareiro ver que a polícia conseguiu desarmar. Mostra que há inteligência e ela está funcionando”, disse o articulista do UOL Josias de Souza.

Josias também destacou a eficiência do serviço de inteligência da Polícia Federal ao identificar e agir rapidamente para evitar que o plano dos criminosos fosse colocado em prática. “O PCC virou um empreendimento que tem ramificações fora do país e se tornou uma multinacional do crime. É muito grave. Mas é alvissareiro ver que as polícias atuaram e conseguiram desbaratar o plano criminoso antes de sua execução. É assim que se espera que a polícia funcione. A lamentação depois do fato na atividade criminosa não é a melhor coisa.”


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