Poder
Decano do STF disse a Moro que “sempre soube” que ele e Deltan Dallagnol combinavam decisões na Lava-jato
Publicado em 05/04/2024 12:38 - UOL, Veja - Edição Semana ON
Clique aqui e contribua para um jornalismo livre e financiado pelos seus próprios leitores.
Principal alvo do CNJ na investigação sobre crimes da Lava-Jato, Sergio Moro foi a Gilmar Mendes, no STF, em busca de apoio — e ouviu bastante.
No encontro com o ex-juiz da Lava-Jato, Mendes disse a Moro que “sempre soube” que ele e Deltan Dallagnol combinavam decisões na Lava-jato e que “a Vaza-Jato só confirmou tudo”.
Mendes disse a Moro que o voto dele pela suspeição do ex-juiz “já estava pronto” muito antes do julgamento, porque era evidente a combinação de atos do ex-juiz com a força-tarefa.
Moro foi lembrado também dos atos ilegais da força-tarefa contra o próprio Mendes e contra Dias Toffoli, que tiveram dados financeiros vazados. O juiz negou que tivesse adotado medida contra ministros do Supremo enquanto chefiava a Lava-Jato.
Palavra final será do TSE
A decisão do TRE-PR ainda não será definitiva, porque cabe recurso no TSE. O ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), por exemplo, venceu por 6 votos a 0 no TRE, mas acabou cassado por unanimidade no TSE.
Se Moro for cassado, ficará inelegível até 2030. Por outro lado, ele não perderá os direitos políticos e poderá assumir cargos públicos não eletivos como o de ministro de Estado, que ocupou durante o governo Bolsonaro.
A cassação, se ocorrer, levará a uma eleição suplementar no Paraná. Desde o ano passado, políticos paranaenses têm manifestado abertamente interesse em concorrer ao cargo. No Congresso, parlamentares dão a perda de mandato como quase certa e veem Moro como “ex-senador em atividade”.
Deixe um comentário