18/05/2024 - Edição 540

Poder

Michelle não quer que Bolsonaro volte tão cedo dos EUA

MPT abre apuração contra ex primeira-dama e pastor bolsonarista por assédio no Alvorada

Publicado em 02/03/2023 9:17 - Julinho Bittencourt (Fórum), Ricardo Noblat (Metrópoles), Yurick Luz (DCM) – Edição Semana On

Divulgação Créditos: Alan Santos/PR

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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tem dito a pessoas próximas que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ficar mais tempo nos Estados Unidos. Ele está por lá há dois meses.

Ela, que está no Brasil desde o fim de janeiro, acha que o marido segue “em risco” e que será “alvo da Justiça” assim que pisar no Brasil.

Ela afirmou no início de fevereiro que Bolsonaro não teme a prisão, mas, em conversas reservadas, Michelle sinaliza que também tem medo de vê-lo atrás das grades. Ele é alvo de diversas ações no Supremo Tribunal Federal (STF), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e na Justiça comum.

Ele próprio já admitiu

Bolsonaro já admitiu em reportagem do jornal “Wall Street Journal” que vê risco de prisão em seu retorno ao Brasil. Na ocasião, ele também disse que pretende retornar ao seu país em março.

O PL pretende fazer um grande ato para receber Jair Bolsonaro em sua volta, mas até hoje não tem uma previsão de data para ele aterrissar em solo brasileiro. Há, inclusive, o receio que ele venha às escondidas, sem comunicar ninguém.

Bolsonaro, como sempre, não deixa nada certo. Em algumas conversas, garante que volta em março. Em outras, sinaliza que permanecerá nos EUA para fazer “articulações políticas” com a direita daquele país.

Janja x Michelle em 2026. Ou as duas contra Marina e Simone Tebet

No país do Carnaval, o recesso de fim de ano dos três Poderes só termina, na prática, depois da quarta-feira de cinzas. Este ano foi diferente porque um novo governo tomou posse, e os partidários do anterior tentaram dar um golpe amador.

A escassez de notícias relevantes diminui. Então, brotam com exuberância as flores do recesso – a discussão de fatos que, na maioria das vezes, não são fatos; que desaparecem quando fatos de verdade vierem a se impor depois do Carnaval.

No momento, quer flor do recesso mais atraente do que a possibilidade de Janja, mulher de Lula, enfrentar Michelle, mulher de Bolsonaro, na eleição presidencial daqui a quatro anos? E se Marina Silva e Simone Tebet decidirem concorrer, hein?

Quem, fora nós, jornalistas, se interessa por isso com tanta antecedência? O interesse público, por enquanto, é nenhum. Mas Janja entra na Casa Branca de mãos dadas com Joe Biden, participa de reuniões com ministros e palpita à vontade.

Dizem que poderá até aparecer no desfile das escolas de samba na Sapucaí. O mais provável é que fique ao lado do marido, que pretende descansar na base da Marinha, na Bahia. A não ser que ele desembarque na passarela do samba. Tudo é possível.

Atenção! Michelle assumiu a presidência do setor feminino do PL de Valdemar Costa Neto. É o partido de Bolsonaro. Michelle tem ambições políticas – ela nega, mas todos insistem que tem. Se o marido for impedido de se candidatar, por que não ela?

Aí vem a tentadora comparação de Janja e de Michelle com Evita Perón, mulher do ex-ditador Juan Domingo Perón. Evita foi endeusada como a mãe dos pobres. Um câncer a matou no auge do poder. Perón governou a Argentina três vezes, sendo deposto duas.

Da terceira vez, Isabelita, sua nova mulher, se elegeu vice-presidente. Perón morreu sem completar o mandato. Isabelita o sucedeu, mas um golpe militar a derrubou. O que Janja e Michelle têm a ver com isso? Só por que são mulheres? Bela flor do recesso!

Somos jardineiros aplicados, embora nem sempre bem-sucedidos. O golpe de 8 de janeiro não foi uma flor, muito menos bela. Ainda dará muito o que falar. Sua verdadeira história está por ser escrita. Flávio Dino, ministro da Justiça, sabe, mas não quer contar.

MPT abre apuração contra Michelle e pastor bolsonarista por assédio no Alvorada

O Ministério Público do Trabalho (MPT) no Distrito Federal abriu uma apuração sobre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o pastor Francisco de Assis Castelo Branco, “síndico” do Palácio da Alvorada no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A investigação preliminar foi feita com base numa reportagem da coluna de Rodrigo Rangel, do Metrópoles, em que eram destacados os relatos de funcionários da Presidência denunciando assédio moral na residência oficial. O MPT agora pode ouvir testemunhas, vítimas e acusados.

De acordo com a reportagem, a esposa do ex-chefe do Executivo destratava os servidores da Presidência escalados para auxiliá-la. Já o pastor bolsonarista assediava os funcionários e fazia ameaças frequentes de demissão ao grupo.

Servidores relataram também que quem questionasse as ordens de Castelo Branco era ameaçado e poderia ficar sem o lanche. Aliados do ex-presidente ressaltaram que o pastor dizia agir a mando da ex-primeira-dama.

“Ele assediava as pessoas e ameaçava de demissão o tempo todo. E dizia que a primeira-dama tinha conhecimento de tudo e autorizava essa postura”, ressaltou um dos funcionários.

Um militar que lidava com frequência com o pastor diz que ele era “extremamente abusivo” com os subordinados e usava sua proximidade com o clã para “intimidar e amedrontar” todos que trabalhavam no local.

Em 2022, o pastor convocou uma reunião com empregados de uma empreiteira contratada pelo governo para cuidar da jardinagem do Alvorada e chamou atenção deles por se queixarem de ter que limpar um banheiro de serviço. Na ocasião, ele ameaçou cortar o lanche que foi oferecido diariamente ao grupo.


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