05/05/2024 - Edição 540

Poder

Jair Renan Bolsonaro é denunciado pelo Ministério Público por lavagem de dinheiro

Denúncia intima os eleitores catarinenses à reflexão

Publicado em 21/03/2024 1:09 - Congresso em Foco, Josias de Souza (UOL) – Edição Semana On

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O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios denunciou Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Renan, pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. Jair Renan é acusado de ter falsificado o faturamento de sua empresa, a Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia, para obter empréstimos bancários. Para ter lastro para receber três empréstimos do Banco Santander, a empresa informou ter faturamento de R$ 4,6 milhões por ano.

A denúncia foi apresentada no último dia 15, mas só agora veio a conhecimento da imprensa. De acordo com a acusação, Jair Renan foi beneficiado com parte do empréstimo obtido de forma ilícita, por meio de pagamento de fatura do cartão de crédito da empresa no valor de R$ 60 mil. Também foram denunciados o sócio dele no negócio, o instrutor de tiros Maciel Alves, e outras três pessoas. Caso a Justiça aceite a denúncia, os cinco passarão a ser réus no processo.

“Não há dúvidas de que as duas declarações de faturamento apresentadas ao banco são falsas, por diversos aspectos, tanto material, em razão das falsas assinaturas do Técnico em Contabilidade […], que foi reinquirido e negou veementemente ter feito as rubricas, quanto ideológico, na medida em que o representante legal da empresa RB Eventos e Mídia fez inserir nos documentos particulares informações inverídicas consistentes nos falaciosos faturamentos anuais”, afirma o Ministério Público.

Jair Renan e Maciel Alves alegam inocência. O filho do ex-presidente, que atualmente assessora o senador Jorge Seif (PL-SC), diz que não participou da falsificação nem foi beneficiado com os empréstimos.

Denúncia intima os eleitores catarinenses à reflexão

Jair Renan, o filho Zero Quatro de Bolsonaro, responde por crimes cabeludos: lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. Utilizou como fachada para os delitos empresa RB Eventos e Mídia, que mantinha em sociedade com Maciel Alves, também incluído no rol dos denunciados. A dupla utilizou um faturamento fraudulento de R$ 4,6 milhões como lastro para obter três empréstimos bancários, num total de R$ 698 mil.

A novidade vem à luz no instante em que Jair Renan apresenta-se ao eleitorado da cidade catarinense de Balneário Camboriú como candidato a uma vaga de vereador. Reza a legislação que todo brasileiro é inocente até prova em contrário. A denúncia do Ministério Público serve para atenuar a inocência presumida do filho de Bolsonaro. Mas não retira o direito do personagem de tentar a sorte das urnas.

Apenas uma condenação em segunda instância empurraria Jair Renan para dentro Lei da Ficha Limpa, impedindo que levasse adiante a candidatura de vereador. Por uma armadilha do tempo, é nula a chance de isso ocorrer até outubro, quando o brasileiro votará nas eleições municipais. Portanto, caberá ao eleitor catarinense fazer uma reflexão que impeça o Zero Quatro de imitar os outros membros da família, obtendo o escudo de um mandato legislativo.

O tempo da política é diferente do tempo da Justiça. Favorecido pelo descompasso dos dois calendários, Jair Renan desfila faceiro pela conjuntura de Santa Catarina como se nada tivesse sido descoberto sobre ele em Brasília. O eleitor catarinense pode tomar distância do denunciado ou lavar as mãos. Quem optar pela segunda alternativa, arrisca-se a enxergar a imagem de um culpado no espelho quando vierem as sentenças. O regime democrático é muito bom. Mas dá trabalho.


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