18/05/2024 - Edição 540

Poder

Bolsonaro é ruim ou péssimo para 53% dos brasileiros, diz PoderData

Publicado em 15/04/2022 12:00 -

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O trabalho do presidente Jair Bolsonaro (PL) é considerado ruim ou péssimo por 53% dos eleitores brasileiros. A indicação consta na nova rodada da pesquisa PoderData, divulgada na quinta-feira (14).

O resultado do levantamento indica que, em apenas 15 dias, a avaliação negativa da atuação do ex-capitão cresceu 3 pontos percentuais. No mesmo período, as menções positivas a Bolsonaro ficaram estáveis, repetindo os mesmos 29%.

De acordo com os pesquisadores, o resultado indica que a popularidade de Bolsonaro parou de subir, interrompendo um processo de recuperação que vinha se consolidando em 2022.

Sudeste e Nordeste são as duas regiões onde Bolsonaro tem o pior desempenho. Ao todo, 57% dos eleitores do Sudeste e 53% dos eleitores do Nordeste marcam a avaliação negativa para o ex-capitão. Já o Sul e o Norte são os locais em que o ex-capitão tem o melhor desempenho.

Chama atenção ainda a melhora significativa da avaliação de Bolsonaro entre os eleitores mais jovens, na faixa de 16 a 24 anos de idade, que historicamente é uma das que mais reprovam o trabalho do ex-capitão. Neste segmento, há 15 dias, Bolsonaro era considerado ruim ou péssimo por 56%, a pior avaliação entre as faixas etárias. Na quinta-feira (14), o volume de avaliações negativas é de apenas 45%. As menções positivas ao governo somavam apenas 25% há duas semanas, hoje chegam a 32%.

Além da avaliação, a pesquisa PoderData monitorou ainda a aprovação do atual governo. Neste caso, 56% indicam desaprovar a gestão de Bolsonaro e 36% indicam aprovação da atual gestão. O saldo entre os resultados, que é de 20 pontos percentuais, oscilou 2 pontos para cima, a variação está no limite da margem de erro da pesquisa.

Ainda de acordo com o levantamento, Bolsonaro tem uma avaliação mais positiva entre pessoas com rendas mais altas e de maior idade. Moradores do Centro-Oeste e do Norte também indicam percentuais mais favoráveis ao trabalho do ex-capitão. Confira a estratificação da pesquisa:

Para chegar aos resultados foram realizadas 3 mil entrevistas entre os dias 10 e 12 de abril. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.

Sem Moro, diferença de Lula sobre Bolsonaro cai para cinco pontos

Neta nova rodada do PoderData, a diferença de Lula sobre o presidente Bolsonaro caiu para apenas cinco pontos. O candidato petista tem 40% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro aparece com 35%.

Esta é a menor diferença que já foi registrada entre os dois candidatos pelo PoderData. Na última rodada realizada, entre os dias 27 e 29 de março, Luta tinha 50% das intenções de voto, contra 38% de Bolsonaro.

Nesta nova rodada, o ex-juiz Sergio Moro foi retirado da lista de pré-candidatos. Os integrantes da chamada “terceira via” seguem distantes de Lula e Bolsonaro. Ciro Gomes ficou com 5% das intenções; seguido por João Doria e André Janones, empatados com 3%; e Simone Tebet, com 2%.

O nome de Eduardo Leite também foi retirado desta rodada da pesquisa. O levantamento foi realizado com 3 mil ligações de telefone, em 322 municípios nas 27 unidades da federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Lula vence eleição no primeiro turno, aponta pesquisa Sensus/IstoÉ

Pesquisa do instituto Sensus divulgada na quarta-feira (13) pela revista IstoÉ mostra que o ex-presidente Lula venceria as eleições presidenciais de 2022 em primeiro turno se o pleito fosse hoje. O petista obteria mais de 50% dos votos válidos segundo levantamento feito pelo instituto. 

Lula aparece com 43,3% de intenções de voto, com uma ampla vantagem sobre os demais concorrentes. Nos votos válidos, descontados brancos e nulos, ele teria 50,8%, suficiente para uma vitória em primeiro turno. O presidente Jair Bolsonaro (PL) surge na segunda colocação com 28,8%.

Mais atrás estão Ciro Gomes, com 6,3%, João Doria, com 2,6%, e André Janones, com 2%. Na sequência aparecem Vera Lúcia (PSTU), com 1,1% e Simone Tebet, com 0,8%. Brancos e nulos chegam a 7,8% e 7,1% disseram não saber ou não responderam. O ex-juiz Sergio Moronão foi incluído no questionário em razão de sua desistência.

Segundo o cientista político Ricardo Guedes, presidente do Instituto Sensus, o cenário aponta vitória em primeiro turno. “Com o atual quadro, Lula poderia ser eleito no primeiro turno se a eleição fosse hoje”, declarou à IstoÉ.

O cientista político também disse que a alta rejeição de Bolsonaro, de 53,9%, e a baixa aprovação de seu governo, com apenas 27,7% de bom/ótimo, tornam sua reeleição inviável.

No segundo turno, Lula venceria com 53,1% contra 34,1% de Bolsonaro, uma diferença de quase 20 pontos percentuais.

Foram ouvidos 2.000 eleitores no período de 8 a 11 de abril, de forma presencial. O levantamento está registrado no TSE sob número 01631/2022.

Pânico com subida de Bolsonaro é ilusório como vitória antecipada de Lula

Pesquisa de intenção de voto é fotografia de momento, não tem poderes mediúnicos de prever o futuro. Analistas políticos repetem isso à exaustão para alertar que o instantâneo pode mudar na medida que bilhões são gastos em benefícios sociais, fake news ganham fôlego, inflação e desemprego sobem ou caem, nomes entram ou saem da disputa e uma onda da pandemia acaba ou começa.

Mesmo assim, quando Lula abriu sua máxima distância de Jair na pesquisa espontânea no ano passado, uma diferença de 26 pontos em dezembro de 2021, segundo o Datafolha, choveu gente dizendo que a fatura estava liquidada. Era um momento ruim para o presidente (que tirou férias enquanto a Bahia afundava em lama) e bom para o ex-presidente (com o seu tour pela Europa).

Lula, experiente em derrotas, já veio a público mais de uma vez para alertar que Bolsonaro não pode ser subestimado por deter a máquina pública e a máquina do ódio. A euforia não fazia sentido em dezembro como o pânico não faz agora.

Apesar das pesquisas não serem comparáveis porque as listas de nomes não serem as mesmas, a diferença agora, segundo o Datafolha, é de 17 pontos. O patamar é praticamente o mesmo da primeira pesquisa após Lula recuperar os direitos políticos. Em maio, mês seguinte à decisão do STF, o instituto apontou que a diferença entre ambos estava em 18 pontos.

A disputa entre Lula e Bolsonaro não começou em dezembro, mas está em curso desde que a Suprema Corte invalidou os julgamentos e declarou o então juiz Sergio Moro parcial.

Recuperação de Bolsonaro era mais do que esperada

Quando as pesquisas começaram a apontar a esperada recuperação do presidente, consequência do arrefecimento dos danos sanitários e econômicos da covid-19, dos investimentos juntos aos mais pobres na forma do Auxílio Moradia e dos perdões no Fies e da volta de "filhos pródigos" que estavam apostando na terceira via, surgiu um coro de que a campanha lulista precisava fazer algo imediatamente para evitar uma tragédia.

O patamar de 43% a 44% de Lula, dependendo do cenário da pesquisa estimulada do Datafolha, é alto o suficiente para que se discuta no próprio partido a possibilidade de vitória no primeiro turno. E, ao mesmo tempo, análises do PT previram no ano passado que seria natural uma oscilação do ex-presidente para baixo, na medida em que o cenário não fosse tão positivo quanto em dezembro.

E, quando isso aconteceu, muitos dos que venderam a ideia de que a vitória era certa defenderam que Lula colocasse imediatamente suas caravanas nas ruas para recuperar votos.

Essa percepção é contaminada pelo fato que o presidente da República, rindo da cara da Justiça Eleitoral, está em campanha em tempo integral. Se as instituições estivessem funcionando normalmente, nenhum pré-candidato poderia fazer o que ele faz. Ainda mais com recursos públicos. É difícil jogar dentro das "quatro linhas da Constituição" quando o chefe do Poder Executivo a rasga diariamente, mas essa é exatamente a diferença entre o campo democrático e ele.

No PT, uma análise corrente é que, mantendo a polarização entre Lula e Bolsonaro, outras candidaturas desidratarão na reta final do primeiro turno, migrando para os polos – o que pode levar a disputa a ser encerrada no primeiro turno, de um lado ou de outro. E outra que o ex-presidente conta com um patamar confortável e pode, neste momento, se dedicar a formar palanques estaduais e para a delicada costura entre PT e PSB – cujo problema não é Alckmin, mas os acertos regionais.

Na avaliação de dirigentes do PT, quem precisava correr eram as pré-candidaturas da terceira via a fim de mostrar sua viabilidade. Citam a de Sergio Moro como exemplo: prometia estar em 15% agora e marcava metade disso antes de sua "desistência".

Profusão de pesquisas aumenta a ansiedade das redes sociais

Há uma ansiedade típica das redes sociais, por respostas imediatas, que se traduz nas torcidas organizadas de figuras públicas, batendo de frente com o processo lento e delicado da construção política. Nem tudo o que acontece nas redes sociais é reflexo do eleitorado.

O que não significa que o que acontece na internet fica na internet. Esta última pesquisa, realizada no final de março, não pegou o impacto das declarações polêmicas de Lula sobre aborto, por exemplo. Há monitoramento de redes sociais abertas dizendo que o impacto foi mínimo, e há monitoramentos de grupos em aplicativos de mensagens que acenderam a luz amarela.

Por outro lado, nem sempre esse processo de costuras é feito à luz do dia, o que não significa que elas estão escondendo algo desonesto. Existe uma percepção equivocada de que processos que ocorrem de forma reservada são ilegais, quando a discrição é necessária para que ações sejam implodidas por fogo amigo ou inimigo antes mesmo de nascerem. Isso vale para a esquerda e a direita.

É nossa função no jornalismo buscar jogar luz sobre elas porque são interesse público, contudo.

Pesquisas no final do ano projetaram uma imagem de vitória muito cedo e, agora, com a caminhada mostrando sua real dificuldade, há quem ligou o botão do pânico. Tenho viajado a trabalho pelo interior do Brasil e, desde sempre, há uma percepção diferente sobre o potencial de Bolsonaro do que aquele da zona oeste paulistana e da zona sul carioca. Mais do que pânico, é uma boa hora para todos olharem para o interior e as periferias para entender o que o Brasil quer para outubro.

O favoritismo de Lula vale para o primeiro turno, lembrando que a campanha oficial em rádio, TV e na internet dura apenas 45 dias. Se a eleição for ao segundo, apesar das previsões das pesquisas, é uma nova história. Ignorar isso é mostrar que nada foi aprendido com 2013, 2016 e 2018.

Agregador do UOL consolida em gráficos pesquisas eleitorais para presidente

O UOL lançou um agregador de pesquisas eleitorais que consolida em gráficos todos os levantamentos feitos até o momento sobre a corrida presidencial de 2022.

A ferramenta conta com quase 300 pesquisas de opinião sobre a intenção de voto, feitas por 20 empresas diferentes. Os pré-candidatos mais bem colocados nos levantamentos têm seus históricos analisados e comparados, tanto em primeiro como em segundo turno.

Além disso, há um histórico da avaliação e da aprovação do governo de Jair Bolsonaro e um acompanhamento sobre suas chances de reeleição.

O agregador considera parâmetros como a data de cada pesquisa —ou seja, quanto mais recente, mais relevante—, o histórico do instituto responsável, a amostra dos entrevistados e a margem de erro, que acabam impactando a precisão de cada levantamento. Por meio de fórmulas e pesos dados a cada um desses critérios, a ferramenta unifica os cenários diariamente.

"Consigo juntar todas as pesquisas porque eu considero o que chamo de 'viés metodológico', que desconta esse 'erro' cometido por instituto devido às decisões de metodologia na hora de coletar os dados", afirma Neale El-Dash, criador do site Polling Data e que estudou métodos de pesquisa durante seu doutorado na USP (Universidade de São Paulo). "Por mais que as pesquisas sejam diferentes, é possível fazer com isso uma estimativa razoável de cada momento."

É similar ao que faz nos Estados Unidos o estatístico Nate Silver, considerado um guru das previsões eleitorais e criador do site FiveThirtyEight. Ele ficou famoso ao antecipar com precisão os resultados das eleições norte-americanas em 2008 e 2012.

El-Dash evita fazer comentários sobre o atual cenário da disputa no Brasil. Mas falou sobre os números. "Quando eu olho para o gráfico da corrida hoje, tenho a sensação de uma estabilidade que vem desde agosto de 2021. Há mais ou menos nove ou dez meses, esse cenário entre os quatro primeiros nomes na disputa está bastante consolidado."


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