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Aprovação do governo Bolsonaro cai 15 pontos desde a posse, diz Ibope

Publicado em 22/03/2019 12:00 -

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A avaliação positiva do governo de Jair Bolsonaro (PSL) na Presidência caiu 15 pontos percentuais desde o começo do mandato, segundo levantamento do Ibope divulgado na quarta-feira (20).

De acordo com o instituto, 34% dos brasileiros consideram o governo Bolsonaro ótimo ou bom —esse número era de 49% em janeiro e 39% em fevereiro.

Ao mesmo tempo, o percentual dos que avaliam o governo como ruim ou péssimo aumentou 13 pontos percentuais: de 11% em janeiro para 24% em março.

Outros 34% consideram a gestão Bolsonaro regular, enquanto 8% não souberam ou preferiram não responder à pesquisa do instituto.

O Ibope fez 2.002 entrevistas nos dias 16, 17, 18 e 19 de março e a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Os números do instituto apontam que a avaliação positiva do governo Bolsonaro (34%) é a mais baixa em um princípio de gestão (até março) na comparação com os últimos três presidentes.

Em seu primeiro mandato, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tinha 41% de aprovação, enquanto Lula (PT) alcançava 51% e Dilma Rousseff (PT), 56%.

Considerando também o segundo mandato presidencial na conta, a avaliação do atual governo só é superior às do início da segunda gestão de FHC (22%) e de Dilma (12%).

Além da avaliação do governo, o instituto também fez perguntas sobre o desempenho do próprio presidente. 

A aprovação do presidente também mostra declínio nos primeiros meses de mandato —de 67% em janeiro para 57% em fevereiro e 51% em março. Já os que desaprovam o presidente foram de 21% em janeiro para 38% em março. Em fevereiro o índice era de 31%.

A confiança do brasileiro no presidente, que era de 62% em janeiro, também sofreu abalo. Segundo o Ibope, ela caiu para 55% em fevereiro e chegou a 49% em março. Já os que não confiam passaram de 30% para 44% de janeiro a março —em fevereiro eram 38%.

Considerando apenas o levantamento de março do Ibope, Bolsonaro tem sua melhor avaliação pessoal (61%) entre os evangélicos e os moradores das regiões Norte e Centro-Oeste.

Os entrevistados que moram no Nordeste e em municípios com mais de 500 mil habitantes (53% em cada segmento) são os que mais declaram não confiar no presidente.

Antes de completar cem dias, o governo Bolsonaro coleciona polêmicas e recuos e ainda não conseguiu consolidar uma base no Congresso. Após a repercussão diante de um vídeo obsceno compartilhado nas redes sociais por Bolsonaro no Carnaval, analistas do Planalto identificaram desmobilização em torno do presidente.

​Nas palavras de auxiliares presidenciais, Bolsonaro não deveria "gastar seu capital político com assuntos menores". Eles reconhecem, porém, que o temperamento dele é irrefreável e que, apesar de já ter sido recomendado posição menos agressiva, dificilmente mudará enquanto tiver o filho Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) como espécie de consultor.

Oposição comemora

"Parece que a popularidade do Bolsonaro vai bater no pré-sal antes dele entregar a Petrobras para os gringos. Perder 14% (sic) de avaliação positiva e mais que dobrar o ruim/péssimo em 3 meses não é pra qualquer um, é coisa de incompetente profissional. Um artista!", escreveu o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

"Bolsonaro tem a pior avaliação entre presidentes estreantes em 24 anos, mostra Ibope. Isto é reflexo de seus erros e barbaridades", escreveu o líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).

"Em comparação com outros presidentes eleitos, o começo da passagem de Bolsonaro pelo Palácio do Planalto é o pior já registrado", registrou o ex-ministro da Saúde do governo Dilma, Alexandre Padilha.


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