18/05/2024 - Edição 540

Poder

Ao menos 60 deputados são pré-candidatos para prefeituras em 2024

21 capitais devem ter pelo menos um deputado na disputa municipal

Publicado em 22/01/2024 8:47 - Gabriella Soares e Pedro Sales – Congresso em Foco

Divulgação Fábio Pozzebom - Abr

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A disputa pelas prefeituras pode tirar ao menos 60 deputados dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional. A Câmara conta com congressistas de 17 partidos como pré-candidatos para as eleições de 2024.

As pré-candidaturas se concentram principalmente no Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Lula, e no Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro. São 12 deputados petistas que já articulam para serem candidatos às prefeituras brasileiras. Entre os integrantes do PL, o número chega a 15.

No total, são 61 congressistas pré-candidatos, com 60 deputados e um senador, Eduardo Girão (Novo-CE).

Em Mato Grosso do Sul os nomes incluem Camila Jara (PY), Marcos Pollon (PL) e Beto pereira (PSDB).

Pré-candidaturas, como o nome indica, ainda não foram oficializadas e podem ser alteradas por articulação interna dos partidos ou ainda por alianças com outras siglas. Uma dessas movimentações é a janela partidária, período em que deputados podem mudar de legenda sem correrem o risco de perder o mandato, que pode possibilitar a candidatura de outros nomes. A janela começa em 7 de março e vai até 5 de abril. Assim, há possibilidade de o número de congressistas que realmente sairá como candidato aumentar ou diminuir até 9 de maio.

Um exemplo disso é o deputado e ex-ministro Ricardo Salles (PL). Ele se coloca como pré-candidato para a prefeitura de São Paulo. No entanto, o PL está dividido sobre a cidade.

Valdemar Costa Neto, presidente da sigla, defende apoiar a tentativa de reeleição de Ricardo Nunes (MDB) na capital paulista. A expectativa é o PL indicar uma pessoa para ser vice com Nunes. Há bolsonaristas, porém, que defendem que a cabeça de chapa fique com alguém do próprio partido, sendo Ricardo Salles o principal nome especulado.

Seja qual for a solução do PL, o partido quer ter um representante na principal capital brasileira para ir contra outro deputado que deve ser candidato em 2024: Guilherme Boulos (Psol). O atual congressista tentará mais uma vez ser eleito em São Paulo. Sua vice deve ser a ex-prefeita Marta Suplicy, que retornará ao PT. O grupo político de Bolsonaro não quer entregar a cidade para aliados de Lula.

O embate entre PT e PL deve se repetir em outras cidades brasileiras. Para o PT, a disputa pelas prefeituras será uma oportunidade para “organizar e consolidar a base popular necessária para mudar a correlação de forças políticas e mudar o Brasil”, segundo resolução do Diretório Nacional do partido em 2023.

Já o PL tem como objetivo conquistar mais de 1.500 prefeituras. Segundo Valdemar, essa marca será atingida defendendo valores conservadores e mantendo a oposição ao PT, sem “a menor possibilidade de o Partido Liberal formar qualquer tipo de coligação ou acordo” com os petistas, segundo já divulgou em seu perfil nas redes sociais.

21 capitais devem ter pelo menos um deputado na disputa pela prefeitura

Trinta e seis parlamentares querem disputar a chefia de capitais. De acordo com as pré-candidaturas atuais, as capitais mais disputadas pelos congressistas estão na região Sudeste, sendo São Paulo a com maior número de deputados pré candidatos. Ao todo, quatro parlamentares pleiteiam o Executivo paulista: os deputados Guilherme Boulos (Psol), Ricardo Salles (PL), Kim Kataguiri (União Brasil) e a deputada Tabata Amaral (PSB).

A disputa por São Paulo deve ter reviravoltas nesse sentido. Ricardo Salles, por exemplo, não tem o apoio do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, apesar de contar com apoio de bolsonaristas do partido. Valdermar quer apoiar a tentativa de reeleição do atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB).

Outra capital disputada é a do Rio de Janeiro. O cenário de disputa pela prefeitura carioca conta com o psolista Tarcísio Motta (Psol), Otoni de Paula (MDB) e Alexandre Ramagem (PL). Assim como na capital paulista, as eleições devem ser marcadas pela polarização política e pela tentativa de renovar o Executivo, uma vez que o atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), tenta a reeleição.

Em Belo Horizonte, são pré-candidatos os deputados Pedro Aihara (PRD) e Rogério Correia (PT) e a deputada Duda Salabert (PDT). A capital de Minas Gerais  atualmente é governada por Fuad Noman (PSD).

Outras capitais que também contam com três deputados no pleito são Campo Grande e Natal. Na capital sul-mato-grossense, os pré-candidatos são Camila Jara (PT), Marcos Pollon (PL) e Beto Pereira (PSDB), repetindo o embate direto entre PT e PL nas últimas eleições presidenciais.

Já em Natal, a polarização também se repete com Natália Bonavides (PT), Sargento Gonçalves (PL) e Paulinho Freire (União Brasil) tentando disputar o controle da capital do Rio Grande do Norte.

Apesar de a polarização entre esquerda e direita nas eleições municipais ser esperada, um cenário incerto se desenha na disputa por Fortaleza. O senador Eduardo Girão (Novo), único representante da Casa Alta a se lançar como pré-candidato à uma prefeitura, tem como possível adversário no pleito o deputado cearense André Fernandes (PL).

A candidatura dos dois parlamentares, no entanto, pode dividir a direita cearense na corrida eleitoral e reduzir as chances de eleição. Além disso, o ex-deputado Capitão Wagner (União Brasil) desponta como principal nome da direita em Fortaleza para enfrentar o atual prefeito José Sarto (PDT).


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