05/05/2024 - Edição 540

Ecologia

Após recorde de 2023, planeta tem início do ano mais quente já registrado

O que assusta os especialistas é o fato de que, desde junho de 2023, todos os meses bateram recorde

Publicado em 10/02/2024 9:56 - Sabrina Craide - Abr

Divulgação Tânia Rêgo - Abr

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Depois de registrar o ano mais quente da história, em 2023, e os nove anos mais quentes desde que existem os registros, o mundo agora vive o começo de ano com novos recordes. Dados divulgados pelo Serviço de Mudanças Climáticas da União Europeia (Copernicus) apontam que janeiro de 2024 foi o mês de janeiro mais quente desde que os europeus iniciaram a coleta de dados, em 1950.

O mês superou o que era o janeiro mais quente, em 2020. O que assusta os especialistas é o fato de que, desde junho de 2023, todos os meses bateram recorde.

Estas são algumas das conclusões do levantamento:

Janeiro de 2024 foi o janeiro mais quente já registrado globalmente, com uma temperatura média do ar na superfície de 13,14°C, 0,70°C acima da média de 1991-2020 para janeiro e 0,12°C acima da temperatura do janeiro mais quente anterior, em 2020.

Esse é o oitavo mês consecutivo que é o mais quente já registrado para o respectivo mês do ano.

A anomalia da temperatura global para janeiro de 2024 foi menor do que a dos últimos seis meses de 2023, mas maior do que qualquer outra antes de julho de 2023.

O mês foi 1,66°C mais quente do que uma estimativa da média de janeiro de 1850-1900, o período de referência pré-industrial designado.

A temperatura média global dos últimos doze meses (fevereiro de 2023 – janeiro de 2024) é a mais alta já registrada, 0,64°C acima da média de 1991-2020 e 1,52°C acima da média pré-industrial de 1850-1900.

Parte da explicação seria o fenômeno El Niño. Mas seu impacto começou a enfraquecer no mês passado. Ainda assim, as temperaturas médias globais da superfície do mar em janeiro foram as mais altas de todos os meses de janeiro já registrados.

Além de ser o janeiro mais quente já registrado, acabamos de passar por um período de 12 meses com mais de 1,5°C (2,7°F) acima do período de referência pré-industrial”, disse Samantha Burgess, vice-diretora do Copernicus.

“As reduções rápidas nas emissões de gases de efeito estufa são a única maneira de impedir o aumento das temperaturas globais”, disse ela.

Em 2015, o mundo assinou o Acordo de Paris, no qual se comprometem a tentar impedir que o aquecimento global ultrapasse 1,5 grau Celsius. Essa seria a marca que, segundo os cientistas, abriria consequências mais graves e irreversíveis para o planeta.

Em 2023, porém, o mundo ultrapassou esse patamar. Em discursos nas últimas semanas, a cúpula da ONU tem insistindo que ainda há tempo para se evitar o pior. Mas uma parcela dos cientistas afirmara que a meta não pode mais ser atingida de forma realista.

Já cientistas dos EUA afirmaram que 2024 tem 99% de chance de estar entre os cinco anos mais quentes.


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