08/05/2024 - Edição 540

Eles em Nós

Tagarelas

Idelber Avelar fala da venerável tradição de tagarelice do STF sobre o que não seria função de Ministro da Suprema Corte tagarelar

Publicado em 20/11/2022 11:18 - Idelber Avelar

Divulgação Reprodução

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Em um mesmo dia, dois Ministros do STF continuaram com nossa venerável tradição de tagarelice sobre o que não seria função de Ministro da Suprema Corte tagarelar.

Desta vez, foi mais grave, porque foi em solo estrangeiro, em Nova York, e incluiu, em um caso, tagarelice sobre matéria que é política e de responsabilidade dos políticos e de seus eleitores. Alexandre de Moraes, que muita gente endeusou antes da hora, continuou com suas desastradas declarações políticas e disse que “o Brasil merecia mais tempo de governo Temer”.

Não importa se você concorda com isso ou não. Não é papel do Ministro do STF tagarelar sobre o tema, ainda mais em solo estrangeiro.

Mas nada se compara em deselegância e tosqueira ao comentário de Toffoli, dizendo que o Brasil não deve “ficar preso ao passado” como teria ficado, segundo ele, a Argentina. Toffoli consegue citar (mal) o filme “El secreto de tus ojos”, que sugere, sobre o passado, exatamente o contrário do que Toffoli imagina.

Toffoli deveria lavar a boca antes de falar de como a República Argentina lidou com o seu passado.

A Argentina pode ter todos os problemas de dolarização e erros de política econômica que se queira — mas eles lidaram com seu passado ditatorial com dignidade, coisa que o Brasil não fez.

Considero auto-evidentes esses dois fatos contrastantes sobre os países vizinhos e me revolta que um Ministro da Suprema Corte do Brasil se permita lançar esse tipo de insulto contra a Argentina.

Seria lindo se saísse, de dentro do Brasil, uma carta aberta em repúdio a essa declaração insultante de Toffoli e em apoio aos julgamentos de torturadores que aconteceram na república irmã.

LUNÁTICO

Nossa tarefa é não esquecer jamais que este demente, este perigoso lunático, foi nosso Chanceler, ou seja, porta-voz do nosso país ante a comunidade internacional. O estrago que ele fez é incalculável.

Para deixar claro: não há, na história das democracias modernas, um chanceler que tenha dito demência semelhante, a de que há um “projeto totalitário global” envolvendo uma conspiração entre “o Crime”, “a Loucura Climática”, “a China Comunista”, os juízes, a imprensa e o Lula.

Estão começando os penosos anos de reconstrução e tentativa de recuperação da terra arrasada que esse perigoso demente deixou.

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Idelber Avelar


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