13/05/2024 - Edição 540

Ogroteca

James Gunn muda tudo, e promete ser uma ótima decisão

O Universo DC nos cinemas vai mudar completamente, esqueçam os filmes antigos e se prepare para uma adaptação das animações dos anos 2000

Publicado em 26/12/2022 9:03 - Fernando Fenero

Divulgação

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Depois do pouco sucesso da tentativa iniciada por Zack Snyder, a Warner decidiu entregar o projeto em novas mãos, e pra isso chamou James Gunn, que conseguiu bons resultados tanto nos filmes da Marvel com os Guardiões da Galáxia quanto também na divertida série “Pacificador” na HBO adaptando o quase herói da casa do Superman para a televisão.

A cor da carta do James Gunn é certamente branca, porque ele chega já metendo o Dwayne The Rocky Johnson na rua, e com ele Henry Cavill que tinha largado o trampo do bruxo na Netflix para voltar para o papel. Parece maluquice queimar tanto o Adão Negro com bons resultados de bilheteria (ainda que abaixo do esperado) como também a maior referência do kriptoniano das últimas décadas, mas faz sentido fazer tudo do seu jeito.

Para quem desconfia, pense no primeiro filme do Esquadrão Suicida, e depois compare com a segunda tentativa já na mão do James Gunn onde ele pega um elenco misto com personagens tipo C e faz virar uma história bem divertida, diferente daquele gosto de decepção que sentimos no primeiro filme.

Outro motivo para se animar, é que quando questionado no Twitter sobre o que seria feito, Gunn contou que vai adaptar a série animada da Liga da Justiça, aquela mesmo que passava no final da manhã no Bom Dia & Cia com Yudi e Priscila no SBT. Não se animou? Eu insisto em dar razões para essa mudança de expectativa, a série da Liga e da Liga sem limites é muito boa. Pense que ela é feita para criança, então nada de tiro e sangue, tem que contar as histórias sem chocar a criançada.

Considerando isso, produtores e roteiristas adaptaram as grandes sagas e histórias da Liga da Justiça, e sendo bastante sincero, o resultado da animação superou algumas vezes o material original das HQ’s, principalmente considerando o pouco tempo de tela e as limitações de produção.

E sabe porque isso deu certo? Uma equipe muito, muito boa que começa a trampar com isso lá em Batman Animated Series que foi originalmente transmitida no Brasil lá no começo dos anos 90, nas manhãs do SBT com uma dublagem sensacional de Marcio Seixas, em uma época onde suas conversas no Whatsapp não eram motivo de vídeo para o Youtube. Essa versão brasileira foi inclusive muito elogiada na gringa, segundo o próprio Márcio, e as escolhas para essa animação são muito boas.

Com uma pegada de terror e noir, é apresentada uma Gothan City com muita personalidade, com influência clara dos filmes do Tim Burton, mas com uma pegada anos 40, com carros e dirigíveis nos céus vermelhos da noite da cidade. A série também mostra um Batman aprendendo a ser vigilante, em seus primeiros anos de combate o crime como mostra o filme A Máscara do Fantasma que adapta Batman Ano Um de Frank Miller que deixa os quadrinhos no chinelo.

Isso deu gás para as outras animações da DC, como Superman e logo após a Liga da Justiça, que praticamente usa os mesmos nomes de produção e roteiro com o mesmo padrão de animação, e quem assistiu sabe o quão bom é.

Fica a ficha dos envolvidos na animação, provando que não é por acaso seu sucesso, e explicando a razão para a opção do novo manda chuva da DC ter resolvido fazer dessa forma.

 

John Ridley: escritor, diretor e roteirista, ganhador do Oscar pelo roteiro por “Doze anos de Escravidão”

Dwayne McDuffie: escritor, produtor e editor, trabalhou em séries como Super Choque e Ben10, ganhou prêmios por ambos e faleceu em 2011 após complicações em uma cirurgia cardíaca.

Bruce Timm: desenhista, animador, escritor e produtor. Trabalhou nas séries animadas do Batman e Superman nos anos 90, e em Batman do Futuro (Batman Beyond). Antes disso havia trabalhado em Blackstar e na Filmation em produções como He-man e She-Ra. Ganhou o prêmio Eisner em 1994 e foi o criador da personagem Arlequina.

Paul Dini: produtor, roteirista e escritor, é co-criador da Arlequina junto com Bruce Timm. Trabalhou na série animada do Batman nos anos 90 e depois nas séries animadas da Marvel como Ultimate Spider-Man e Hulk and the Agents of S.M.A.S.H, escreveu episódios de Caverna do Dragão e da série animada He-man e fez roteiro de jogos de videogame do Batman.

Joaquim dos Santos: diretor português, responsável por metade dos episódios da animação da Liga da Justiça, trabalhou também em Avatar: A lenda de Korra e Avatar: a Lenda de Aang, e produziu os filmes em animação da DC do Adão Negro, Gavião Arqueiro e Jonah Hex.

Dan Riba: responsável pela direção de outra metade dos episódios de Liga da Justiça, também dirigiu Batman do Futuro, As Novas Aventuras do Baman, Superman e o filme Batman: A Máscara do Fantasma. Seu ultimo trabalho é a série de TV Trolls: Trollstopia.

Bob Goodman: produtor e roteirista, trabalhou em Batman do Futuro e em Projeto Zeta, em várias animações da DC como Batman: O Cavaleiro das Trevas e Superman: Sem Limites e em séries de TV como 9-1-1 e Warehouse 13.

Matt Wayne: escritor e roteirista, trabalhou em Liga da Justiça sem Limites, e recentemente nas séries Patrulheiros em Ação e em As Crônicas de Usagi: O Coelho Samurai da Netflix.

J.M. DeMatteis: roteirista de séries como Terra: Conflito Final e Justiça Jovem, colaborou com Liga da Justiça Sem Limites e de episódios de Além da Imaginação de 1987. Em seu trabalho se destacam Batman: Sangue Ruim e Superman: Entre a Foice e o Martelo.

Stan Berkowitz: roteirista da Liga da Justiça e Liga da Justiça sem Limites, trabalhou também em Batman do Futuro, Novas Aventuras do Batman, Thuinderbirds de 2005, Transformers de 2015 e da animação de 2010 de G.I Joe. É um dos roteiristas de O Tesouro Maldito de 1976 e foi colaborador da série Dragnet (89-91).

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Fernando Fenero


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