08/05/2024 - Edição 540

Eles em Nós

Curiosidades para boleires e curioses

Idelber Avelar fala de futebol, Copa e outras coisas de bola

Publicado em 13/12/2022 2:47 - Idelber Avelar

Divulgação Pixabay

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Como curiosidade para boleires e curioses, muito especialmente para quem, com a Copa, começou a se interessar pelo tipo de estudo sobre futebol que se faz hoje, seguem quatro prints de um artigo mezzo acadêmico, mezzo jornalístico de John Muller, publicado na The Athletic. O link para a publicação (fechada pra assinantes).

O primeiro gráfico mostra em que setor do campo se trocaram mais passes, em média, em cada Copa de 1966 a 2018. Quanto mais escuro, menos bolas passaram por ali. Quanto mais perto do amarelo, mais bolas.

Como veem, o gráfico já lhe dá de cara a informação de que em 1966, por causa dos chutões de 20 ou 30 metros, a bola quase não ocupava o meio-campo– em geral ela estava viajando por cima dele. O meio-campo vai sendo progressivamente ocupado até a Copa de 1994, em que começa um movimento que leva ao predomínio das bolas trocadas nas pontas na Copa de 2018. Como se lembram, foi pelas pontas que a Bélgica bateu o Brasil. Fascinante a evolução da coisa. Ao ler esse gráfico, observe a seta ao lado. O gráfico pressupõe a equipe atacando para cima.

O segundo print mostra a redução no número de passes ao goleiro dados no primeiro terço defensivo do campo depois da regra que penaliza o goleiro que agarrar com as mãos um passe voluntário de um companheiro de linha. Como veem, a regra teve um ótimo efeito na redução da cera. Antes, 7,3% dos passes dados por uma equipe que tinha a bola no 1˚ terço de seu campo eram de volta para o goleiro. Esse número passou a 2,9% depois da mudança de regra.

O terceiro gráfico mostra a evolução de impedimentos marcados em Copas do Mundo. Como se vê, depois da mudança da regra que deixa habilitado o jogador que estiver na mesma linha do último defensor, o número de impedimentos marcados caiu (e o número de gols aumentou).

O quarto print mostra a redução gradual do número de metros que os jogadores carregam a bola (sempre em Copas do Mundo). Um bom gráfico para usar em diálogo com esse quarto (e que eu não tenho aqui à mão) é o que mostra o número de segundos que, em média, os jogadores de cada Copa demoraram para passar a bola. Esse tempo caiu em 20% nesse período, de 3,1 segundos para 2,6 segundos. Isso pode não parecer nada, mas é muita coisa estatisticamente, claro. O jogo ficou 20% mais veloz de 1966 e 2018.

Esse é o tipo de trabalho de estatística histórica que tem sido feito hoje em dia nos estudos sobre futebol. Para as Copas antes de 1966, claro, vai ficando mais difícil de se fazer pela escassez de vídeos.

Achei que iam curtir essas curiosidades estatísticas das últimas cinco décadas e meia de Copas.

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Idelber Avelar


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