Poder
Publicado em 19/10/2018 12:00 -
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Para 75% dos eleitores, Jair Bolsonaro (PSL) é o candidato mais autoritário, segundo o Datafolha. Perguntados qual dos dois é o que mais defende a democracia, 47% responderam também ser o capitão reformado.
Fernando Haddad (PT) é o mais autoritário para 15% dos entrevistados pelo Datafolha, enquanto 6% não sabem; para 2% nenhum dos dois é, e para 1% os dois são.
Haddad é o que mais defende a democracia para 39% dos eleitores, 8% dizem não saber e para 5% nenhum deles. Para 2%, são os dois.
Mais eleitores de Bolsonaro do que de Haddad dizem que o candidato do PSL é o mais autoritário. Entre os que pretendem votar no capitão, 81% acreditam ser ele o mais autoritário. Bolsonaro foi escolhido nesse quesito por 68% dos que votam em Haddad.
Haddad aparece para a maioria (54%) como o que mais defende os pobres. O número chega a 60% entre os que ganham até dois salários mínimos. Já para 55%, Bolsonaro é o que mais defende os ricos. Dos que têm ganhos acima de dez mínimos, 41% acreditam que o capitão é o que mais defende os ricos.
Haddad é considerado por 48% como o que mais faz promessas que não poderá cumprir, contra 33% de Bolsonaro.
Os dois empatam tecnicamente como os mais preparados para cuidar da área da educação e como mais experiente.
Bolsonaro é visto por 44% como o mais inteligente e por 47% como o mais moderno e inovador.
Foram entrevistadas 9.137 pessoas em 341 cidades na pesquisa Datafolha. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos e o nível de confiança, de 95%. O registro da pesquisa é BR-07528 e os contratantes são a Folha e TV Globo.
Evangélicos veem Bolsonaro como o mais autoritário e o que mais defende a democracia
Evangélicos (30%) e católicos (55%) formam o maior bloco religioso do país. Os demais grupos religiosos representam uma parcela menor da população e, portanto, a amostra obtida pelo levantamento não é suficiente para extrair um percentual para cada um desses segmentos separadamente. O Datafolha também ouviu este segmento.
As investidas de Haddad entre os evangélico não renderam muitos frutos. Seu adversário, Bolsonaro, registrou 71% da preferência desse eleitorado (nos votos válidos, que excluem indecisos, nulos e brancos) na pesquisa Datafolha.
Nesta semana, a equipe de Haddad divulgou uma carta endereçada a evangélicos na qual ele se compromete com a defesa da vida e dos valores da família.
A disputa é bem mais apertada levando em conta um recorte exclusivamente católico: 54% preferem Bolsonaro, e 46%, o petista.
Evangélicos concordam num ponto com as demais fatias religiosas do eleitorado: para 76% deles, Bolsonaro é o candidato mais autoritário na disputa, número semelhante ao de católicos e à média de todos.
Autoritário, sim, mas também "o que mais defende a democracia" na opinião de 57% dos evangélicos. Aqui há discrepância com outros grupos. Menos da metade (42%) dos católicos, por exemplo, concordam com essa formulação. No total, 47% do eleitorado pensa assim.
Quem defende os mais pobres?
Quase metade (49%) dos seguidores dessa fé veem o presidenciável do PSL como aquele na disputa que mais defende os ricos. O índice, contudo, é menor do que a média entre todas as religiões (55%).
Quando questionados quem mais lutará pelos mais pobres, Fernando Haddad leva a melhor se comparado a Bolsonaro: 44% vs. 40%.
A margem, porém, é muito mais larga entre católicos: 58% deles escolhem o petista como o mais comprometido com as classes de renda inferior, contra 26% que apontam o militar reformado.
O candidato do PSL é de longe o "mais preparado para combater a violência" na visão dos evangélicos: 74% acreditam nisso, dez pontos percentuais acima do total de eleitores questionados.
A vantagem se repete quando os entrevistados respondem quem está mais apto a melhorar as áreas de educação e saúde, a diminuir o desemprego e a fazer o Brasil crescer, com evangélicos tendendo a uma visão bem mais positiva de Bolsonaro.
O capitão reformado é mais bem visto por evangélicos também quando se põe em xeque qual candidato é mais inteligente. Para 55% deles, seria Bolsonaro. Na média, 44% concordam com isso.
Empresários, ricos e jovens, pobres, mulheres e aposentados
A pesquisa Ibope perguntou aos eleitores que candidato à Presidência melhor representa os interesses de dez setores da sociedade. O levantamento mostrou que, na visão dos votantes, Bolsonaro é o preferido das pautas dos ricos, dos empresários, dos bancos e dos jovens, enquanto Haddad é escolhido defensor dos aposentados, dos trabalhadores, dos pobres e das mulheres. A pesquisa ainda revelou que os adversários empatam nas causas da agricultura e do meio ambiente, que teve a maior porcentagem de eleitores que não viram no candidato do PSL nem no petista um representante (10%).
Segundo o Ibope, 65% dos entrevistados consideram que Bolsonaro representa melhor os interesses dos ricos – mesmo percentual de eleitores que veem no militar a defesa dos empresários. Na pesquisa, 22% citaram Haddad como representante dos mais abastados e 23%, dos donos dos meios de produção. Para 5%, nenhum dos dois defende tais classes. O militar supera o rival nas intenções de voto dos que têm maior poder aquisitivo (65% a 25% na faixa dos que ganham mais de cinco salários-mínimos).
O petista tem 12 pontos de dianteira sobre o adversário na defesa dos interesses dos mais pobres, segundo a pesquisa. Haddad soma 50% e Bolsonaro, 38%, ao passo que 7% não enxergam nos dois um representante. Nas intenções de voto, o ex-prefeito tem 53% a 38% no eleitorado que recebe até um salário-mínimo, mas perde de 48% a 38% entre os que ganham de um a dois salários.
Eleitorado-chave nesta eleição, as mulheres têm o ex-prefeito de São Paulo como melhor representante, de acordo com o levantamento. Haddad tem 48% face a 37% do rival na defesa delas. Outras 7% citaram "nenhum dos dois". Tanto mulheres quanto homens responderam a estas perguntas do Ibope, cuja pesquisa de intenção de voto mostra o capitão à frente do petista no eleitorado feminino, 46% a 40%.
Em termos numéricos, Bolsonaro está à frente de Haddad nos interesses da agricultura (42% a 40%). A margem de erro de dois pontos percentuais, porém, os coloca em empate técnico nesta pauta. O mesmo ocorre na defesa do meio ambiente. O militar tem 40% ante 39% do petista, e 10% destacam não ver nenhum dos dois como representante da pauta.
O levantamento mostrou que os jovens são mais representados por Bolsonaro, 46% a 39%, e os trabalhadores, por Haddad, 47% a 42%. Nestes dois estratos, 6% não consideram nenhum dos dois à frente na representação dos interesses. A pesquisa Ibope mostra que o capitão tem 50% a 39% nas intenções de voto de eleitores de 16 a 24 anos. De 25 a 34 anos, a vantagem do militar sobe para 55% a 36%.
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