18/05/2024 - Edição 540

Ecologia

Renault Kwid 1.0 Zen

Publicado em 08/08/2017 12:00 -

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SUV dos compactos? Nada disso. Embora a Renault queira emplacar o Kwid como uma opção acessível de utilitário esportivo, o que mais despertou o interesse dos brasileiros foi mesmo o preço a partir de R$ 29.990.

No entanto, pouquíssimos pagarão este valor para ter a novidade. Em 2 meses de pré-venda, apenas 10% das reservas foram para a versão "basicona" (Life), que não tem assistência na direção, nem ar-condicionado, nem trio elétrico.

A maioria dos interessados preferiu mais conforto. Cerca de 50% escolheu a intermediária (Zen), que talvez seja a melhor em custo-benefício.

Veja a seguir tudo o que você precisa saber antes de decidir pelo Kwid Zen, com pontos positivos e negativos comparados aos rivais Fiat Mobi Like, Volkswagen Up! Take (com opcionais) e Chery QQ Look.

PONTOS POSITIVOS

– posição elevada de dirigir

O motorista realmente fica em uma posição levemente superior no Kwid, embora ele seja o mais baixo entre os rivais. O truque para ter essa sensação é a altura livre do solo, de 18 cm, que também é a menor em comparação a outros compactos aspirantes a utilitários, como Fiat Uno Way e Ford Ka Trail. Assim como o Kwid, todos eles foram homologados como SUV compacto.

– 4 airbags de série e Isofix

No quesito segurança, o Kwid chega como um novo parâmetro para o segmento por causa dos 4 airbags (dois frontais e dois laterais) de série em todas as versões e duas posições Isofix para cadeirinhas infantis.

Só não é possível saber ainda quanto estes itens ajudarão no teste de colisão do Latin NCap. O Kwid indiano conseguiu 1 estrela só depois de 4 tentativas, mas ele só se parece com o brasileiro por fora. O Kwid feito em São José dos Pinhais (PR) tem cerca de 80% de peças diferentes e reforços estruturais.

– bom custo-benefício

O Kwid foi concebido desde o início para ser um carro de "baixo custo". O resultado é que ele só perde para o chinês no quesito preço, com pacote de equipamentos similar. Enquanto o QQ não é bem visto exatamente por sua origem, o Kwid deve se beneficiar da boa reputação de Sandero e Logan.

O apelo para o "bolso" do consumidor se estende também para o pós-venda, com garantia de três anos e plano de revisões por R$ 388 até os 60 mil km para as versões Zen e Intense – só a revisão de 40 mil km custa um pouco mais (R$ 509).

– mais leve

Se você olhar para o motor 1.0 de 3 cilindros sem comando variável, pode achar que o Kwid está cerca de uma década atrasado. É verdade que ele não tem a tecnologia dos motores novos, mas a Renault se concentrou em outra área para fazer o compacto andar: o peso.

Com cerca de 780 kg, ele é muito mais leve que os rivais, por isto, não precisa de muita tecnologia para entregar uma performance semelhante na direção.

Graças ao torque adequado, ele foi bem em ultrapassagens e encarou uma subida com duas pessoas a bordo com o mesmo fôlego de qualquer outro 1.0 mais moderno.

– baixo consumo de combustível

Outra vantagem de ser mais leve é o consumo de combustível reduzido. Na cidade, tem uma média de 14,9 km/l com gasolina e 10,3 km/l com etanol, conforme os padrões do Inmetro. Na estrada, 15,6 km/l com gasolina e 10,8 km/l com etanol.

– espaço para bagagens e trecos

Um dos trunfos do Kwid – e um dos motivos pelo qual ele até pode ser o SUV dos compactos – é o porta-malas de 290 litros. O Jeep Renegade tem 260 litros, por exemplo.

Além disso, o interior do Kwid tem algumas áreas boas para deixar as "tralhas" que gostamos de ter no carro, o que passa pelo bom porta-luvas de 5 litros.

PONTOS NEGATIVOS

– barulho e vibração do motor

Este foi o item que mais incomodou durante o primeiro teste. Mesmo tendo em mente que é carro feito para ser de baixo custo, não dá pra ignorar a vibração do motor desde a partida. Ela te acompanha o tempo inteiro. E o mesmo ocorre com o ruído interno.

– suspensão rígida

A suspensão é mais dura do que no Sandero e no Logan, para deixar o "magrinho" Kwid estável. No entanto, a consequência disso é que os buracos e ondulações da pista chegam até os passageiros com intensidade.

– falta de ajustes de posição

Como não há ajuste de altura do banco do motorista ou da direção (nem na versão mais cara), quem fica abaixou ou acima de uma estatura mediana pode ter dificuldade de achar uma posição confortável de dirigir. Os bancos inteiriços também não ajudam a acolher bem o corpo.

– largura reduzida

Embora tenha boa distância entre-eixos, o que ajuda no espaço interno, o Kwid tem a menor largura entre os concorrentes. Motorista e passageiro ficam bem próximos. Três pessoas no banco de trás ficam com os ombros juntinhos.

– simplicidade do interior

Essa versão intermediária não tem o mesmo acabamento da topo de linha Intense, que recebe pequenos detalhes em tecido que imita couro e uma espécie de "black piano" na região do sistema multimídia.

Como era de se esperar de um carro de baixo custo, o plástico rígido domina a cabine e fica facilmente marcado ao toque. Para compensar, a montagem é boa, com peças bem encaixadas e nada de rebarbas soltas.

– poucas informações ao motorista

Assim como a versão mais barata, o painel de instrumentos do Kwid Zen tem apenas velocímetro, capacidade do tanque de combustível, quilometragem e os demais sinais de cinto, farol, freio, etc. Não há conta-giros ou computador de bordo.

O indicador de troca de marchas, que ajudaria a perceber a rotação do motor, é uma faixa de luz que troca de cor, do verde (boa marcha) ao vermelho (marcha ruim). Quem não receber uma explicação desta função na hora da compra pode achar que é simplesmente um adorno.

– pequenas economias

Aqui está outro segredo da Renault para lançar um compacto urbano mais acessível que os concorrentes de Fiat e Volkswagen. Diversos itens encontrados normalmente em carros básicos não paracem no Kwid. Mas você só se dá conta quando precisa. Então já adiantamos o que falta, para você não se surpreender.

As rodas são fixadas com três parafusos, não quatro, e o limpador de para-brisa é solitário (assim como no Toyota Etios). Não há cinto de segurança de três pontos para todos os passageiros. Só a versão Intense tem apoio de cabeça traseiro central.

Os vidros elétricos (apenas nas portas dianteiras) não têm aquela função de "um toque", que abre e fecha sem ter que ficar segurando o botão. Para sair do carro é preciso apertar o botão no console central – a trava elétrica não libera sozinha quando o motor é desligado.

A iluminação interna é fraca e ausente no porta-luvas e no porta-malas. Nesta versão, o ajuste dos retrovisores é manual, não há farol de neblina, nem maçanetas e para-choques na cor do veículo, bolsas integradas no banco, nem abertura elétrica do porta-malas. As rodas são sempre de aço com 14 polegadas e calotas.


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