Sem medo de ser cancelado

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Hoje começarei esse crônica contando uma piada, sem ter medo de ser cancelado.

Era uma vez um racista, um homofóbico, um português e uma loira em uma ilha deserta. Espera, não é bem assim, vou começar de novo…

Um comediante medíocre chamado Léo Lins, em seu “especial”, resolveu contar uma dessas anedotas que se ouvia (ou ainda se ouve) nas rodas normalmente formadas por machões caucasianos. A Justiça de São Paulo determinou a retirada desse conteúdo do youtube.

Os principais pilares na defesa da liberdade de expressão no Brasil hoje são o Monark, aquele mesmo que teve sua bunda chutada (em comum acordo) de seu podcast, por pregar que as pessoas podem ser livres para criar um partido nazista tupiniquim, e o Danilo Gentili, considerado por muitos como o novo Jô Soares (que Deus o tenha), apresentador de um talk show de quinta categoria. Olavista, apoiou o capitão e depois se arrependeu, se bandeou para o lado de Sergio Moro, notório puxa-saco do Bolsonaro, que também se arrependeu e tornou a acariciá-lo nos países baixos na maior carta dura.

Fábio Porchat tuitou defendendo o direito de ofender, de fazer uma “piadoca” de mau gosto ou agressiva, se deu conta do time que estava escalado e acabou pulando da barca.

Eu sou contra a censura, cabe ao público aplaudir ou vaiar, rir ou chorar, assistir ou trocar de canal, e também procurar a justiça quando se sentir insultado. Além do mais, acredito que a medida cautelar assinada pela juíza após o pedido do MP acabou por dar mais palanque e visibilidade para os idiotas.

O humorista fica muito mais sem graça quando faz um video se retratando ou pedindo desculpas.

Um vizinho meu tem um alto-falante no carro, abre o porta malas em frente de casa e fica ouvindo aquelas músicas que mandam sentar o tempo todo, tratando o sexo feminino com a alcunha de novinha. Fico com uma vontade desgraçada de dar um soco na cara dele, como Will Smith com Chris Rock na cerimônia do Oscar

Mas, sou mais civilizado, pago na mesma moeda, coloco a todo volume Rage Against the Machine – Fuck you, I won´t do what you teel me.

A vingança é um prato que se come frio.

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