Minha solidão entre multidões

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A solidão me absorve quando estou submerso nessas redes. ”Yo tengo tantos hermanos que no los puedo contar”, são muitos os seguidores, tantas solicitações de amizade em muitos aplicativos, vários canais.

Ontem mesmo fiquei esperando a tua curtida, o teu compartilhamento, mas parece que esse algoritmo nos afasta. Me senti frustrado, feriu meu ego, entrei no teu feed, realmente somos o que aparentamos…v i muitos clichês, um novo look de uma horrenda moda fitness, whey protein num copo stanley, um momento relax, fotos de pratos antes da primeira garfada, uma sexy selfie, uma dancinha.

Fiquei com tesão e te chamei no direct, pedi um nude porque ninguém é de ferro. Senti saudades e te mandei um áudio curto, sucinto, respeitando essa nova etiqueta…seguido por um emoji.

Lembrei também quando comentou: “eu te amo” na minha postagem, puxei na memória quando foi a última vez que disse isso olhando nos meus olhos.

Deixando a profundidade de lado, muitas vezes é melhor manter uma relação à distância, é preferível dialogar pelo whats com quem tem mau hálito, com os falsos, um grupo.

Na hora da ofensa uma tela nos protege, antes um vírus de computador do que um soco na cara.

A minha avó me dizia, muito antes do orkut, que preferia me ver em casa jogando videogame, do que na rua fazendo cagada. O videogame, aposentei.

Sinto falta da minha vó e de arrumar problemas na rua.

Os verdadeiros amigos sabem como me encontrar, espero eles numa videochamada ou em um meet da vida, até logar, digo, até logo, beijos virtuais…

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