O Som e a Fúria
O que ainda posso te oferecer, meu caro amigo, é o tempo
Publicado em 01/09/2023 12:59 - Felipe Chaves
Clique aqui e contribua para um jornalismo livre e financiado pelos seus próprios leitores.
Acredito que quem dá os nós na vida é a gente mesmo. Pode até ser um nó de marinheiro, um nó duplo ou um nó cego. Quando eu era criança senti muita dificuldade em aprender a amarrar os meus tênis, até hoje faço o laço no cadarço de um modo diferente.
Para aprender a andar de bicicleta é preciso conviver com o medo de cair; para dar o primeiro beijo, autoestima ou coragem; quando ficamos de frente para o goleiro existe o risco do gol de placa ou de furar a bola; só se aprende a nadar dentro d’água.
A medida dos contratempos é a gente que dá, claro que pimenta nos olhos dos outros é refresco. Sempre parece muito mais simples resolver problemas alheios, os próprios é que são foda.
Nas apostas da vida o que mais importa, o acaso ou o improviso? Os pés no chão ou o desprendimento? Em que altura do campeonato é o momento ideal de correr perigo? De fazer o ‘all in’?
Admiro muito quem abraça seus sonhos, faz o próprio caminho, quem decide andar na corda bamba sem rede de proteção e sem medo de quebrar a cara. É muito mais seguro ficar no sofá da sala assistindo uma série no Netflix. A rotina conforta. Fumar um cigarro pra controlar a ansiedade, tomar umas e outras para lidar com a vida, um remédio pra dormir, um redbull pra se manter acordado.
Nos dias de hoje, a empatia é a qualidade que mais importa nas pessoas. Saber que não é o centro do mundo, mesmo que a tela do celular diga o contrário. Devemos conseguir nos colocar no lugar do próximo, por mais por mais idiota que ele pareça.
O que ainda posso te oferecer, meu caro amigo, é o tempo. Vou estar aqui quando precisar, por mensagem de texto, áudio ou vídeo chamada. Se Deus quiser a agenda permitir, quem sabe, numa mesa de bar.
Leia outros artigos da coluna: O Som e a Fúria
Muito bom adorei o texto
Adorei ❤️ crônica maravilhosa