True Colors
Confira a lista dos postulantes em Mato Grosso do Sul
Publicado em 01/10/2022 11:45 - Lucas Neiva - Congresso em Foco
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As eleições de 2022 contarão com uma quantidade de candidatos e candidatas declarados Lgbti+ muito superior do que no pleito anterior: de 120 nomes em 2018, a comunidade passa a contar com 320 alternativas a cargos tanto do Legislativo quanto do Executivo, conforme indica um levantamento das iniciativas Gay Blog e App Scruff. Segundo especialista, esse aumento tende a refletir no Congresso Nacional.
Entre os partidos, o Psol é o campeão em candidaturas Lgbt+, com 92 nomes. Na sequência estão o PT, de Lula, com 66 candidatos; o PSB com 37, e o PDT, de Ciro Gomes, com 30. O PL, de Jair Bolsonaro, não possui nenhum, bem como o PTB, de Padre Kelmon. O Republicanos e o PSC, de orientação conservadora, possuem respectivamente três e um candidatos declarados Lgbti+.
Para o candidato Marciano Diogo, que lidera a primeira candidatura coletiva Lgbti+ de Santa Catarina pelo PDT para deputado estadual, a representação de pessoas Lgbti+ no poder público é especialmente importante para esta população, especialmente dentro do poder legislativo. “Os direitos Lgbti+ são direitos humanos. E a defesa dos direitos humanos é algo que requer a participação de toda a sociedade”, conta.
Mais do que uma representação abstrata, Marciano explica que existem algumas pautas especialmente importantes para a comunidade Lgbt+. As principais, na sua avaliação, são a criminalização em forma de lei federal da lgbtfobia, o retorno da educação sexual nas escolas para garantir o combate ao preconceito e a prevenção de ISTs, uma capacitação dos agentes de segurança para garantir o combate à violência e atendimento adequado às pessoas Lgbti+, bem como reformas econômicas e tributárias que permitam a melhor inserção dessa população dentro do mercado de trabalho.
Efeito Bolsonaro
O aumento no número de candidaturas Lgbti+ em 2022, de acordo com o candidato, não se dá por acaso. O impacto do governo Bolsonaro sobre a sociedade teria provocado um senso de urgência na comunidade. “O bolsonarismo é um conservadorismo extremo, que colocou luz sobre pensamentos de ódio que antes estavam escondidos em certas pessoas”, avalia.
Para a comunidade Lgbt+, a explosão de posturas guiadas pelo ódio chegou de forma mais sensível. “Essas pessoas hostis não estão afastadas de nós. São irmãos, tios, colegas, funcionários. O ódio parte de pessoas de nossos círculos íntimos e familiares. O aumento dessas candidaturas, que ainda não é suficiente para nos representar de forma adequada, se dá em reflexo a esse bolsonarismo que trouxe para perto o que há de pior dessa parcela do conservadorismo na sociedade brasileira”, afirma.
Tendência de aumento
Diversas entidades da sociedade civil acompanharam o andamento das candidaturas Lgbti+ desde o lançamento das pré-campanhas. Uma delas é a Aliança Nacional Lgbti+, coordenada pelo ativista de direitos humanos Toni Reis. De acordo com ele, a tendência é de que o aumento nas candidaturas corresponda ao resultado nas urnas, mas de forma ainda discreta.
“A expectativa mais otimista é que a gente dobre o total de pessoas Lgbti+ no Congresso Nacional. Hoje nós temos quatro, esperamos que a gente possa ter oito cadeiras”, conta. Dessas estimativas se dão com base nas tendências de sete estados: São Paulo, onde há tendência de duas vitórias, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
No Congresso Nacional, concorrem 145 candidatos para a Câmara dos Deputados e dois ao Senado. Outros cinco nomes concorrem para governador, 10 para deputado distrital e 180 para as assembleias estaduais.
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