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Palavra do Editor

O GAECO em Campo Grande

Publicado em 25/04/2014 12:00 -

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Desde o dia 11 de abril o sul-mato-grossense tem ouvido muito sobre o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO). Composto por membros do Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar e Secretaria de Fazenda, o Grupo tem como função básica o combate a organizações criminosas, agindo como polícia judiciária em consonância com as necessidades do Ministério Público Estadual (MPE) e do Tribunal de Justiça.

Nos úlimos dias, após cumprir mandatos de busca e apreensão na residência do prefeito de Campo Grande (MS), Gilmar Olarte (PP), de deter e interrogar um ex-assessor da Prefeitura e de convocar três vereadores do PT do B para depor, o GAECO deixou a todos com a “pulga atrás da orelha”. De fato, há algo de podre no ar.

Nesta semana, o MPE-MS entrou com ação pedindo a prisão do ex-prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP), do ex-secretário municipal de planejamento, finanças e controle Wanderley Ben-Hur e do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul (OAB-MS), Júlio César Souza Rodrigues. Segundo o MPE, o ex-prefeito e o ex-secretário contrataram o serviço de assessoria jurídica do advogado sem licitação. Júlio César receberia R$ 11,2 mil por mês.

Golpe político, estelionato, cheques sem fundos. Seja qual for o motivo da ação do GAECO, o cidadão sul-mato-grossense espera que os fatos sejam esclarecidos e que o que hoje é sigiloso, possa vir às claras.

Bernal garante, no entanto, que a investigação do Gaeco tem a ver com a decisão da Câmara Municipal de Campo Grande de cassar o seu mandato. Ele diz ter sido vítima de um golpe político e avisou ter entregue um vídeo "bombástico" aos promotores. O atual prefeito desmente esta versão.

Há quem garanta que a investigação versa sobre a utilização do nome de Olarte na aplicação de golpes e emissões de cheques sem fundo, em que o ex-assessor da Prefeitura, Ronan Edson Feitosa de Lima, que trabalhou na vice-prefeitura de janeiro do ano passado até março deste ano, estaria envolvido. Ronan era assessor de Gilmar Olarte e frequentou a igreja fundada pelo atual prefeito, a Assembleia de Deus Nova Aliança. Ele teria usado esta proximidade para obter e negociar vantagens.

No último dia 11 o Gaeco cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Olarte, sob autorização do desembargador Rui Celso Barbosa Florence, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS). Segundo o MPE, documentos que foram apreendidos estão sob análise. Na ocasião, o promotor Marcos Alex Vera Oliveira  também notificou o prefeito a prestar depoimento.

Para completar o furdúncio, o GAECO esteve na Câmara Municipal e convocou três vereadores do PT do B (Eduardo Romero, Flávio César e Otávio Trad), além do secretário de Governo e Relações Institucionais do município, Rodrigo Pimentel como testemunhas da investigação sigilosa.

Golpe político, estelionato, cheques sem fundos. Seja qual for o motivo da ação do GAECO, o cidadão sul-mato-grossense espera que os fatos sejam esclarecidos e que o que hoje é sigiloso, possa vir às claras. Não há nada como a luz para deixar transparente o que é obscuro.


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