05/05/2024 - Edição 540

Ecologia

Nova onda de calor em MS pode atingir 43ºC

Veja como se prevenir e os cuidados a serem tomados

Publicado em 19/09/2023 10:17 - Semana On

Divulgação Marcelo Camargo - Abr

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O Brasil vive uma onda de calor extremo para o próximo período. As temperaturas elevadas podem atingir recordes históricos em todas as regiões. Particularmente, os estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Rondônia devem perceber os termômetros acima dos 40 graus. Em determinadas regiões, como em Cuiabá, até 45 graus. Na região Sul, o calor também será extremo e pode estar acompanhado de fortes chuvas na sequência. Boletins meteorológicos apontam risco de morte e agravamento de doenças.

O Brasil vem registrando as temperaturas mais quentes da história neste ano. O restante do mundo não foge à regra. Os termômetros europeus, norte-americano e asiáticos também vêm somando recordes no último período. Especialistas apontam as mudanças climáticas como protagonistas no caso. De acordo com a ONG CarbonPlan, em reportagem do The Washington Post, mais de 5 bilhões de humanos, dos cerca de 8 bilhões, experimentarão ondas extremas de calor nos próximos 30 anos.

Além das ondas de calor, eventos climáticos extremos como ciclones, furacões e tempestades serão cada vez mais frequentes de acordo com os especialistas. ‘Será um dos maiores desafios que enfrentaremos enquanto uma sociedade humana”, afirma o professor de Ciências da Terra da Universidade de Purdue Matthew Huber. De acordo com o estudo, cidades próximas a Campo Grande, Rio de Janeiro e Salvador estão em regiões de especial preocupação. Outros países na mira do calor extremo são Indonésia e o grupo de nações do Oriente Médio como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Situação brasileira

No Brasil, a empresa meteorológica Metsul aponta que a onda de calor excepcional dos próximos dias apresentará “risco à vida”. De acordo com satélites de previsão, a cidade de São Paulo pode apresentar até 38 graus e Cuiabá, 45. As quebras de recordes, de acordo com a empresa, podem ser “absolutos”, ou seja, maiores inclusive do que os já registrados em verões passados. “Trata-se de uma situação de elevado perigo pela severidade do calor esperado e que demandará atenção das autoridades”, afirma.

O recorde de calor na história do Brasil ocorreu em 2020, no Mato Grosso, cidade de Nova Maringá, com 44,8 graus. Esta onda invernal pode derrubar essa marca nos próximos dias. Os piores momentos, de acordo com as previsões, serão entre o fim desta semana e início da próxima. “Modelos numéricos chegam a indicar temperatura no nível de pressão de 850 hPa (equivalente a 1.500 metros de altitude) perto de 30ºC no Centro-Oeste do Brasil, o que apenas se verifica em massas de ar extremamente quentes, como a que atingiu o Sudoeste dos Estados Unidos no mês de julho”.

A Metsul pondera que o Centro-Oeste costuma registrar máximas invernais superiores às do verão. Contudo, esta onda extrema, além de poder ser a mais quente da história, apresenta casos excepcionais em outras regiões. “A cidade de São Paulo é um caso em particular. Os meses mais quentes do ano, na média mensal, são os do verão, de dezembro a março, embora seja o período mais chuvoso do ano. Por outro lado, os extremos de calor com dias de marcas muito altas costumam ocorrer no final da temporada seca, em setembro e outubro.”

O Estado pode enfrentar a maior temperatura do ano. Até o momento, a temperatura mais elevada foi registrada na região Norte de Mato Grosso do Sul, em Pedro Gomes, com 40,7°C, no dia 17 de setembro de 2023. Na mesma data, Água Clara e Porto Murtinho registraram, respectivamente, 40,6°C e 40,3°C.

Aliado à previsão de altas temperaturas, esperam-se ainda baixos valores de umidade relativa do ar, que podem variar entre 10% e 20%, com destaque nas regiões Pantaneira, Sudoeste e Norte do Estado.

Calor, seca e chuva

No Sudeste, o calor vem junto com a baixa umidade. A cidade de São Paulo, por exemplo, deve apresentar índices alarmantes de baixa umidade do ar, chegando perto dos 15%. O recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como saudável é 60%. Abaixo de 30%, trata-se de alerta. O que os próximos dias apresentarão, é algo similar a um deserto. Soma-se a isso a dissipação de poeira e poluição, estimulada por elementos como trânsito e construção desenfreada de prédios pela cidade.

O calor com seca é responsável por oferecer riscos cardiorrespiratórios. A Defesa Civil de Santa Catarina, que também pode ver os termômetros chegarem próximos aos 40 graus, divulgou ontem (18) um alerta de agravamento de doenças além de aumento expressivo em queimadas. A região Sul, castigada na última semana por ciclone que deixou mais de 40 mortos, também deve voltar a ver chuvas fortes, particularmente no litoral, com presença possível de granizo.

Veja como se prevenir

Segundo o médico e responsável clínico pelo Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica), Alexandre Moretti de Lima, a baixa umidade relativa do ar acarreta riscos à saúde e pode resultar, principalmente, em doenças respiratórias e virais.

“Isso impacta nas doenças respiratórias, como rinite, sinusite e, às vezes, até pneumonia. É um grande risco para a saúde, principalmente para a saúde respiratória. Além disso, também aumenta a chance de doenças virais. Os vírus predominam nessa situação”.

Além dos impactos causados pelos baixos índices de umidade do ar, as altas temperaturas ainda somam perigos para a saúde como um todo. “Ela vai gerar um risco de maior insolação, queimadura aguda e desidratação, principalmente na pele. Quando a gente perde líquido, perde também eletrólitos e corre o risco de sofrer arritmia cardíaca, alteração da condição cardíaca e morte”.

Cuidados a serem tomados

Entre as recomendações para lidar com a onda de calor em Mato Grosso do Sul, o Cemtec orienta beber bastante líquido e evitar exposição ao sol nos horários mais quentes e secos do dia. Além disso, o médico Alexandre Moretti destaca que todo excesso deve ser evitado, seja ele de calor ou de frio.

“Como a gente não consegue mudar a natureza, devemos evitar sair durante esses períodos, evitar os picos de altas temperaturas e exercícios extenuantes, assim como buscar sombras, tomar bastante líquido, usar roupas leves e ficar sempre em lugares frescos e ventilados”.

Para driblar os baixos índices de umidade do ar e as doenças respiratórias em meio às ondas de calor, o médico indica manter os ambientes úmidos com umidificadores de ar ou baldes de água. Banhos demorados e muito quentes também devem ser evitados, visto que a pele também tende a ficar mais seca e desidratada.


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