20/05/2024 - Edição 540

Comportamento

Qual o perfil dos envolvidos nos atos golpistas em Brasília?

Homem, de 36 a 55 anos e que recebeu auxílio emergencial. Este é o retrato dos golpistas, segundo o Ministério Público Federal

Publicado em 22/02/2023 10:31 - DW, Agência Brasil – Edição Semana On

Divulgação Joedson Alves - Abr

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Homem, de 36 a 55 anos, não-filiado a partidos políticos e que recebeu auxílio emergencial durante a pandemia de covid-19. Esse é o perfil geral dos participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro.

Os dados foram reunidos pelo grupo técnico vinculado à Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise (Sppea) do Ministério Público Federal (MPF), que está elaborando um perfil dos investigados. O trabalho irá contribuir para apurar as responsabilidades individualizadas de cada investigado.

Segundo o levantamento, entre mil pessoas detidas por envolvimento nos atos antidemocráticos em Brasília, metade recebeu auxílio emergencial.

Também entre os detidos, 60% são homens, e a maioria tem entre 36 e 55 anos de idade. Menos de um quinto tem filiação partidária e alguns detidos se candidataram em eleições passadas ou forneceram serviços para campanhas políticas.

Como se chegou ao perfil

De acordo com o MPF, o grupo que faz o levantamento é composto por 15 integrantes, entre peritos e especialistas em tecnologia da informação. Eles coletam informações em diversos bancos de dados disponíveis, com uso de CPF, CNPJ, placa de automóvel, entre outros.

Outra frente de atuação é a perícia de dispositivos eletrônicos apreendidos para coleta de provas de postagens em redes sociais, e-mails, arquivos de computador, celular e documentos salvos em nuvens.

Até o momento, 835 pessoas foram denunciadas por participação nos ataques, sendo 645 incitadores (participaram dos atos ou foram presas em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, mas sem depredar os prédios dos três Poderes); 189 executores (responsáveis por invasão, vandalismo e depredação); e um agente público por omissão.

As denúncias são encaminhadas ao ministro Alexandre de Mores, responsável pelas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF).

Além disso, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu à Justiça Federal no Distrito Federal que 54 pessoas e três empresas sejam condenadas, em definitivo, a ressarcir o erário público em R$ 20,7 milhões por financiarem os atos que depredaram os prédios da Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro.

Moraes mantém prisão de investigado por ataques ao STF

A prisão preventiva de Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, investigado por ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), a seus ministros e outras autoridades foi mantida pelo ministro Alexandre de Moraes. A decisão, tomada nessa quarta-feira (16) na Petição (PET) 10474, leva em consideração regra do Código de Processo Penal (CPP) que exige a manifestação do juízo, a cada 90 dias, sobre a necessidade de manutenção da prisão preventiva, mediante decisão fundamentada.

Moraes verificou que permanecem presentes os requisitos do Artigo 312 do CPP que autorizaram a prisão preventiva de Boa Pinto. Para o ministro, o contexto da investigação, ainda em curso, e o momento atravessado pelo país recomendam a manutenção da restrição máxima da liberdade do investigado que, mesmo no dia de sua prisão, incitou publicamente a animosidade entre as Forças Armadas e o Poder Judiciário.

A Polícia Federal (PF) está realizando diligências para identificar as pessoas que aderiram às condutas do investigado, especialmente seus interlocutores nos aplicativos de mensagem Telegram e Whatsapp. “A gravidade da conduta e o risco concreto de reiteração delitiva, além da pendência de identificação das pessoas envolvidas, justificam a manutenção da custódia cautelar para a garantia da ordem pública”, afirmou.

Relatório

Na mesma decisão, o ministro deu 30 dias para a PF apresentar relatório conclusivo sobre a investigação. Conforme pedido da defesa do investigado, solicitou informações ao diretor da unidade prisional sobre a alimentação fornecida ao detento e as saídas da cela para banhos de sol. Boa Pinto está preso desde julho de 2022 na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG).


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