Campo Grande
Referência mundial em preservação das florestas urbanas, capital é destaque em série documental franco-alemã
Publicado em 19/09/2023 11:01 - Semana On
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Com uma área plantada de mais de 165 mil hectares, Campo Grande possui o maior valor de Produção Agrícola Municipal entre as 26 capitais brasileiras. De 2021 para 2022, a área plantada no município de Campo Grande aumentou em 2,45% enquanto o valor da produção teve alta nominal de 9,06%. Os dados dão da PAM 2022 (Produção Agrícola Municipal) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Muitas capitais do Brasil disputam o título de capital brasileira do agronegócio. Muitas, inclusive, até centralizam os serviços e a produção de seus estados, de alta produção agropecuária, mas nenhuma Capital alcança tanto rendimento quanto Campo Grande. Até porque a terceira maior cidade do Centro-Oeste tem um trunfo que outras não têm: uma área total de 8.096 quilômetros quadrados, sendo apenas pouco menos de 400 km² ocupados, efetivamente, pela zona urbana. É esse atributo que faz da Capital das Oportunidades a maior em área plantada e que tem a maior produção em toneladas.
“Sabe aquela história que a gente sempre ouve que somos uma capital que mantém os ares de uma cidade do interior? É essa característica que nos dá essa vantagem. Caminhamos a passos largos para o desenvolvimento nas mais diversas áreas. No agronegócio isso nos coloca como a capital com a maior produção agrícola do Brasil. Temos área para crescer e expandir, e isso é muito vantajoso, porque podemos ter um crescimento mais planejado que outras cidades que não têm mais áreas desocupadas”, diz a prefeita de Campo Grande Adriane Lopes.
Entre os municípios de Mato Grosso do Sul, Campo Grande possui o 15º maior valor de produção de lavouras temporárias, conforme o estudo divulgado pelo IBGE. Quando se trata de área plantada e produção, quem põe a cidade – ou melhor, a zona rural do município lá no alto é a soja. Conforme o IBGE, a leguminosa foi responsável por R$ 879 milhões do valor bruto da produção local, o que representa 3,55% da produção estadual. A leguminosa é de longe a que mais influencia o valor bruto da produção de Campo Grande.
Atrás da soja vem o milho, que é plantada na sequência, na famosa safrinha, com R$ 400 milhões do valor bruto da produção local, representando 2,37% da produção estadual.
Outras produções se destacam regionalmente em Campo Grande:
Abacaxi – R$ 3,225 milhões e 15,18% da produção estadual
Algodão – R$ 23 milhões e 3,95%
Mandioca – R$ 11,4 milhões e 1,14%
Sorgo – R$ 12,6 milhões e 4,05%
Entre as lavouras consideradas permanentes, destaque para:
Banana – R$ 3,484 milhões e 9,96% da produção estadual
Limão – R$ 869 mil e 9,91%
Maracujá – R$ 426 mil e 9,94%
Uva – R$ 429 mil e 53,96%
O secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, Adelaido Vila, salienta que é importante mencionar que a produtividade agrícola dos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul foram fortemente afetadas pela estiagem ocorrida no ano de 2022. “A estiagem também impactou nos números de Campo Grande, no entanto, com a regularidade das chuvas neste ano, o prognóstico para a safra nestes estados, especialmente no Mato Grosso do Sul, é positivo, com previsão de crescimento para o PIB agrícola estadual superando os 25%”, finaliza.
Neste último levantamento da pesquisa de Produção Agrícola Municipal, com dados de 2022, a capital sul-mato-grossense teve um faturamento bruto da produção agrícola de R$ 1,343 bilhão, resultado de uma produção de 743.589 toneladas de produtos colhidos, frente a 738.379 toneladas de 2021, crescimento de 0,71%.
As capitais que mais produzem, em valores:
1ª: Campo Grande: R$ 1,343 bilhão;
2ª: Porto Velho: R$ 747,152 milhões;
3ª: Palmas: 170,301 milhões.
Preservação
A política de proteção e manutenção da arborização urbana implementada pela atual Gestão Municipal de Campo Grande tem chamado a atenção de instituições e especialistas de todo o mundo. E pelo quarto ano consecutiva sendo reconhecida como Tree City of de World – Cidade Árvore do Mundo, a Capital de Mato Grosso do Sul se tornou referência em preservação e desenvolvimento sustentável.
Para divulgar as ações implementadas pela Prefeitura de Campo Grande voltadas à arborização urbana e apresentar os resultados por intermédio das ações do Instituto Arara Azul, a jornalista e diretora de documentário, Emilie Rozand, esteve nesta semana na Capital em produção e gravação de conteúdo sobre o tema para o canal franco-alemão Arte. O foco do material apresenta trabalhos desenvolvidos para a preservação das araras no meio urbano, com demonstração de como Campo Grande preserva suas florestas urbanas e fomenta o plantio de árvores frutíferas, alimento para as aves.
“Em gravação do documentário sobre as araras em Campo Grande, fui descobrindo uma cidade grande, com avenidas largas e muito verde em todas as ruas. Senti um tráfego com fluidez, me surpreendi muito com isso. Um lugar onde se se respira, constatei que não tem prédios muito altos, então é possível ter conexão com o céu e ver as araras e todos os passarinhos que passam para lá e para cá”, comentou a diretora e roteirista. “Em gravação por Campo Grande passei pelos parques da cidade e fui surpreendida positivamente pela qualidade de vida que os moradores têm, são locais maravilhosos com uma riqueza de fauna e flora, muito agradável. É importante ter um lugar para a prática de esporte, lazer, curtir e passear e isso tira de nossa mente que estamos em uma grande cidade”, acrescentou.
Emilie também contou sobre sua impressão em relação aos moradores da capital. “O ponto que foi importante para mim nessa gravação foi observar e encontrar muitos moradores, pessoas diferentes que expressam um amor, uma paixão por Campo Grande. Consegui sentir que essas pessoas estavam felizes por morar aqui e isso me tocou muito, foi uma gravação incrível”.
A presidente do Instituto Arara Azul e coordenadora do Projeto Aves Urbanas – Araras na Cidade, Neiva Guedes, exemplificou a relevância quanto o apoio da Gestão Municipal para a preservação da fonte de alimento para as aves. “Parabenizamos a Prefeitura de Campo Grande, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana por esse trabalho maravilhoso de cultivar, doar e preservar as árvores. E que mais moradores da cidade possam se envolver para contribuir também, porque não é papel só do poder público, é de cada cidadão, pois cada um fazendo a sua parte, mesmo que seja no seu quintal, na sua calçada, já está ajudando a comunidade, os seres vivos como um todo”.
“Somos uma cidade modelo para o mundo, pois temos a consciência do quão importante é preservar nossos recursos naturais e como essas ações resultam em qualidade de vida para nossa população, além da manutenção da nossa fauna e flora. Não é a toa que atraímos o encantamento de cidadãos e turistas de todo o mundo que por aqui passam”, avalia a prefeita de Campo Grande Adriane Lopes.
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