Campo Grande
Os atendimentos de pacientes com transtornos leves e moderados também são realizados nas 72 unidades básicas de saúde da capital
Publicado em 02/09/2022 1:58 - Semana On
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O atendimento a pessoas em sofrimento mental está sendo ampliado em Campo Grande, com a abertura da 4ª Residência Terapêutica tipo II, Dulcinéia de Toboso, localizada no Bairro Monte Líbano. A inauguração do serviço aconteceu na terça-feira (23).
A prefeita Adriane Lopes destacou que o fortalecimento da rede de assistência psicossocial e o investimento em novas estruturas é fundamental no desenvolvimento e qualidade do atendimento ofertado a estes pacientes, bem como proporciona melhores condições aos servidores.
“Em 2017 tínhamos apenas 1 serviço em funcionamento e hoje estamos chegando a quarta Residência Terapêutica. Isso demostra o compromisso que temos com o cuidado das pessoas. A saúde é a nossa maior prioridade. E, ao proporcionar que estes pacientes tenham um novo lar e um tratamento adequado, nós os acolhemos. A nossa gestão será sempre pautada nos cuidados de quem precisa. E sabemos que a saúde mental é uma área que necessita de um olhar diferenciado. Vamos trabalhar ainda mais por estas pessoas e para que a nossa cidade continue sendo referência na área da Saúde”, disse a chefe do Executivo Municipal.
Para o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, além de proporcionar um atendimento mais adequado a estes pacientes, o funcionamento da Residência Terapêutica contribui para desafogar outros serviços. “Aqui nós podemos receber pacientes que estão internados em outras unidades da Rede de Atenção Psicossocial e até mesmo aqueles que eventualmente poderiam ser encaminhados para um leito hospitalar”, pondera.
A Residência Terapêutica tem como objetivo funcionar como uma Casa de cuidados substitutivos familiares, para pacientes com transtorno mental severo e persistente; institucionalizados, muitas vezes, por uma vida inteira, sem vínculo familiar e de moradia.
O atendimento é voltado a pacientes que já passaram por tratamento, contudo precisam continuar com acompanhamento médico e não possuem assistência familiar para isso. Com cuidados intensivos, monitoramento técnico diário, 24 horas por dia, 7 dias por semana eles também são vinculados ao CAPS III Afrodite e à Unidade Básica de Saúde Carlota.
O coordenador da Rede de Atenção Psicossocial da Sesau, Eduardo Araújo, destaca os principais benefícios da unidade como reabilitação psicossocial, inclusão social e comunitária, resgate da cidadania e dignidade humana.
“A abertura desta unidade é motivo de muito orgulho para nós. Mais do que uma estrutura ou um aparelho de saúde, que está sendo entregue pela Prefeitura, a unidade vai além e representa o resgate da dignidade destas pessoas e possibilita a sua ressocialização. A Rede de Atenção Psicossocial do nosso Município dá mais um importante passo”, comenta.
A superintendente da Rede de Atenção à Saúde, Ana Paula Resende de Lima, lembra que nos últimos cinco anos a assistência psicossocial avançou significativamente. “Campo Grande saiu de 28 para 68 leitos das unidades de Atendimento Psicossocial, os CAPS. Isso é um demostrativo claro da consolidação e expensão da nossa rede de cuidado. E também demostra o quanto a gestão tem se mostrado sensível com a saúde mental. Nós estamos chegando hoje a 40 leitos de Residência Terapêutica e tínhamos apenas 10. E certamente vamos avançar ainda mais”, destaca.
A Rede de Saúde Mental do Município é composta por 6 CAPS, sendo 4 CAPS III, 1 CAPS A.D IV, 1 CAPS Infanto Juvenil; 1 Ambulatório de Saúde Mental, 1 Unidade de Acolhimento Adulto, 1 Unidade de Acolhimento Infantil e 4 Residências Terapêuticas. Com média de 1,3 mil consultas ambulatoriais de saúde mental e 2 mil atendimentos nos CAPS por mês, a Rede Municipal possui 101 leitos para atendimentos de pacientes com problemas psiquiátricos e/ou usuários de álcool e droga.
Mais atendimentos
Além da estrutura própria, o município conta com 12 leitos contratualizados no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, para atendimento de pacientes álcool e droga, 27 leitos no Hospital Nosso Lar, para atendimento de pacientes com transtornos psiquiátricos e 20 leitos de Hospital Geral, na Santa Casa de Campo Grande. Os atendimentos de pacientes com transtornos leves e moderados também são realizados nas 72 unidades básicas de saúde do Município (UBS/USF).
Somente no ano de 2020, mesmo realizando apenas 60% da capacidade dos atendimentos nas unidades, devido à pandemia da Covid-19, a Capital estava entre as três do país que tinham o maior número de atendimentos psicossociais em relação ao tamanho da população. A cidade ficava atrás apenas de Porto Alegre e Curitiba, e realizou mais de 310 mil atendimentos no ano.
O levantamento foi feito consultando a base de dados do Ministério da Saúde, que leva em consideração o número estimado de moradores nas cidades no ano e o total de atendimentos registrados. Nos seis primeiros meses, Campo Grande esteve na frente de cidades com uma população muito maior, como é o caso de Recife, a quarta colocada no ranking.
A Rede de Atenção Psicossocial, através da Coordenadoria da Rede de Atenção Psicossocial, tem buscado a cada dia fazer o levantamento das demandas da população Campo-grandense, para assim, promover a implantação e implementação dos equipamentos de Saúde Mental do Município. Segundo o último levantamento realizado, em que é contabilizado os atendimentos feitos no ano anterior, a Capital teve quase 300 mil atendimentos no ano de 2021, mesmo com uma redução de 40% nas agendas durante o ano inteiro.
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