14/09/2024 - Edição 550

Campo Grande

Auditoria mostra falta de ambulâncias, profissionais e remédios no Samu da capital

Atendimento demora cerca de 1h em Campo Grande

Publicado em 12/03/2024 10:21 - Semana On

Divulgação Abr

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Uma auditoria realizada pelo Sistema Nacional de Auditoria do SUS evidenciou deficiências críticas no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Campo Grande, incluindo escassez de recursos, profissionais, ambulâncias, equipamentos médicos e medicamentos. O estudo, que abrangeu o ano de 2022 e o primeiro semestre de 2023, revelou um aumento no tempo de resposta às emergências, comprometendo a eficiência do serviço.

Durante os primeiros quatro meses de 2023, o Samu de Campo Grande registrou um total de 78.240 chamadas, das quais 29.051 foram atendidas por médicos reguladores. No entanto, somente 15.000 solicitações resultaram no envio de equipes de socorro. A estrutura atual do Samu na cidade inclui uma central de atendimento, quatro unidades de suporte avançado, dez unidades de suporte básico e duas motolâncias, mas enfrenta a baixa de oito ambulâncias e duas motolâncias devido a problemas de manutenção.

A auditoria apontou falhas na manutenção dos veículos, que não ocorrem dentro do prazo necessário, além de ambulâncias operando sem manutenção adequada ou seguro patrimonial, contrariando as diretrizes do Ministério da Saúde. Um exemplo refere-se a um veículo que permaneceu inoperante por 176 dias. Também foram observados danos estruturais significativos nos veículos, incluindo defeitos em sirenes, assoalho, pneus e equipamentos de suporte vital.

Além disso, a auditoria detectou a falta de seis medicamentos essenciais e a ausência de equipamentos obrigatórios nas ambulâncias de suporte avançado, bem como um déficit de profissionais, incluindo médicos e técnicos auxiliares. A falta de um plano de atendimento a catástrofes e inadequações estruturais nas unidades do Samu também foram identificadas como problemas críticos.

A idade avançada da frota de ambulâncias, com a mais nova tendo quatro anos de uso e outras ultrapassando os 350 mil quilômetros rodados, evidencia a necessidade urgente de renovação dos veículos. Apesar das políticas de substituição de ambulâncias do Ministério da Saúde a cada cinco anos, a prefeitura de Campo Grande enfrenta dificuldades na reposição e manutenção dos veículos, com a última doação de ambulâncias ocorrendo em 2019.

O Samu de Campo Grande, um serviço de responsabilidade compartilhada entre os governos municipal, estadual e federal, tem sido impactado pela insuficiência de repasses financeiros para manutenção, o que sobrecarrega o orçamento municipal. A demora no atendimento, que tem alcançado aproximadamente uma hora, compromete a eficácia do serviço em situações de emergência, colocando em risco a vida dos pacientes.

Esta situação alarmante exige uma ação imediata das autoridades competentes para garantir a melhoria do serviço de atendimento de emergência, essencial para a saúde e o bem-estar da população de Campo Grande.


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