11/09/2024 - Edição 550

Poder

Aprovação de Lula aumenta e chega em 56%, diz pesquisa Quaest

Sucesso do presidente depende da economia, não de Maduro, gravatas e gafes

Publicado em 21/06/2023 8:44 - Yurick Luz (DCM), Congresso em Foco, Leonardo Sakamoto (UOL) – Edição Semana On

Divulgação Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Clique aqui e contribua para um jornalismo livre e financiado pelos seus próprios leitores.

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (21) mostra que a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aumentou. 56% dos respondentes afirmaram aprovar o que o mandatário está fazendo. No levantamento anterior, o número era de 51%.

40% disseram reprovar o trabalho do chefe do Executivo, uma oscilação negativa de dois pontos percentuais em relação aos resultados de abril. 4% são aqueles que não souberam ou não quiseram responder.

O levantamento também apontou que houve uma recuperação entre os que achavam positivos os esforços de Lula nas regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Norte. Nesta última, por exemplo, a aprovação do trabalho do petista foi de 46% para 56%, enquanto a reprovação passou de 47% para 42%.

Já no Sul, em abril, a reprovação ao trabalho do atual mandatário estava em 51%, ante 43% dos que concordavam com a atuação do Planalto. Agora, são 49% e 48%, respectivamente. No Nordeste, o presidente petista mantém o mesmo patamar da pesquisa anterior, com 71% aprovando seu trabalho.

A pesquisa Genial/Quaest entrevistou presencialmente 2.029 pessoas com 16 anos ou mais de 15 a 18 de junho, em 120 municípios. A margem de erro estimada é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Governo Lula é bom para 37% e ruim para 27%, diz Datafolha

Pesquisa Datafolha divulgada no último dia 17 mostra que Lula manteve sua avaliação estável nos últimos meses. De acordo com o levantamento, feito de 12 a 14 de junho de 2023, o governo petista tem a seguinte avaliação:

– bom ou ótimo: 37%. Na rodada anterior, feita em 29 e 30 de março, a taxa era de 38%.

– regular: 33%. Eram 30% no final de março.

– ruim ou péssimo: 27%. A taxa era de 29% na pesquisa Datafolha anterior.

– não sabem: 3%

A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais. Isso significa que as taxas apenas oscilaram dentro da margem no período de uma pesquisa para a outra, indicando estabilidade.

Os números também mostram que, por enquanto, o país segue dividido em relação ao novo governo. Segundo o Datafolha, Lula tem uma avaliação próxima à de Bolsonaro no mesmo período de seu governo, em meados de 2019. Na época, o então presidente tinha 33% de aprovação, 33% de reprovação e 31% de avaliação regular.

O levantamento foi feito pelo Datafolha em 112 municípios. O instituto entrevistou 2.010 eleitores.

Aprovacão de Lula depende da economia, não de Maduro, gravatas e gafes

Aprovações de presidentes da República estão diretamente relacionadas à sensação de bem-estar do grosso da população. Se a economia cresce, o desemprego cai, o poder de compra aumenta, a inflação fica controlada e a fome desaba, a popularidade do mandatário dispara.

Diante do pragmatismo do eleitorado de um país em longa crise, questões ideológicas são importantes para o microcosmo dos que leem editoriais de jornais ou nos debates acalorados das bolhas das redes sociais.

Lula foi reeleito em 2006 mesmo com o escândalo do mensalão porque a economia crescia. Com a melhora na qualidade de vida, terminou seu segundo mandato com 87% de aprovação, segundo o Ibope. Ou seja, quase nove entre cada dez brasileiros davam like no petista.

A estabilidade na aprovação de Lula entre as pesquisas Datafolha divulgadas no final de março e no último sábado (de 38% para 37%, de ótimo e bom, e de 29% para 27%, de ruim e péssimo), e os bons números da pesquisa Quaest de hoje, mostram que a população segue com expectativa de melhora na economia com alguns sinais que foram dados. Se a percepção fosse de piora, os números já estariam se deteriorando.

O povão não faz ideia de onde fica o tal do arcabouço fiscal. O que pode ter colaborado para uma boa vontade dos entrevistados é o aumento no Bolsa Família (com o acréscimo do valor pago a quem tem crianças pequenas), a redução no valor dos combustíveis e do gás de cozinha (sentida, principalmente, antes do aumento do ICMS), a antecipação do 13º salário a aposentados e pensionistas, as ações para reduzir os negativados na praça e até os descontos nos preços dos automóveis.

Claro que 2023 não é 2003, nem 2007, muito menos 2010. A diferença entre Lula e Bolsonaro foi de pouco mais de 2 milhões de votos, o país está mais polarizado hoje do que antes e o ruído provocado pela desinformação e o golpismo ainda são ensurdecedores.

Mas uma boa parte dos eleitores de Bolsonaro não está em guerra contra o petista, ao contrário do que acontece com o naco de extrema direita. Existe um eleitor flutuante, que já votou em Lula pela segurança material que seu governo trouxe no passado, depois foi atraído pelo discurso de costumes e comportamento de Bolsonaro e, agora, espera de Lula que cumpra as promessas de campanha.

Para resultados mais palpáveis, os juros precisam cair e empregos serem gerados. Não à toa, a artilharia sobre Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, a cobrança dos ministros por resultados palpáveis e 2 mil obras de um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a ser lançado em julho.

Se ao final deste ano, a vida estiver melhor, isso se traduzirá em alta de aprovação para Lula. Mesmo que ele receba a visita de Nicolás Maduro dez vezes ou compre 20 gravatas chiques. Caso contrário, polêmicas vão ganhar contornos bem maiores do que realmente são.


Voltar


Comente sobre essa publicação...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *