Mato Grosso do Sul
Valor da produção agrícola do MS será recorde em 2023: R$ 55,78 bilhões
Publicado em 23/05/2023 3:53 - Semana On
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A hidrovia na região de Porto Murtinho deverá escoar neste ano 1,2 milhão de toneladas de produtos, principalmente soja e açúcar. A previsão foi feita pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, que visitou o município de Porto Murtinho e as obras da Ponte que liga o município sul-mato-grossense a Carmelo Peralta, no Paraguai.
De acordo com o boletim Aquaviário da ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), de janeiro a março deste ano, Mato Grosso do Sul elevou em mais de 80% o transporte de cargas pela hidrovia, atingindo quase 1,6 milhão de toneladas. Desse montante, o destaque foi o minério de ferro com mais de 1,3 milhão de toneladas, seguido pela soja que saiu justamente de Porto Murtinho e superou 153 mil toneladas.
Secretário Jaime Verruck acompanhado do presidente da Fiems, Sérgio Longen, o deputado Paulo Corrêa e o prefeito de Murtinho durante evento no último fim de semana
“A grande operação da hidrovia mostra que o projeto que o Estado desenvolveu no passado que é o Proex (Programa de Estímulo às Exportações) pela hidrovia têm funcionado”, destaca. Ele lembra que no ano passado foram mais de 300 mil toneladas do grão e de açúcar saindo pelo porto privado da FV Cereais, enquanto para 2023 a previsão é que haja recorde nessa atividade, superando 1,2 milhão de toneladas.
Atualmente, o Terminal Portuário do Grupo FV, inaugurado em 2020, é responsável pela movimentação de cargas em Porto Murtinho e se destaca pela utilização da hidrovia como via de escoamento de grãos. Com uma área de 50 hectares, sendo 26 hectares de área útil e 500 metros de frente para o Rio Paraguai.
A capacidade de fluxo de embarque é de mil toneladas por hora para o transbordo de soja, milho e açúcar, assim como a importação de fertilizantes. Sua estrutura tem a capacidade de movimentar até 2 milhões de toneladas de grãos por ano.
A expectativa otimista está calcada na quebra da safra de soja na Argentina. “Neste ano nós temos uma característica mais importante ainda, que é a quebra de safra na Argentina. Isso faz com que o país seja um comprador de soja em grão. Então nós temos uma estimativa que vamos bater neste ano de recorde de exportações. Situação que já vem ocorrendo nos portos”, salientou lembrando o quanto a hidrovia pode potencializar as exportações de Mato Grosso do Sul e futuramente as importações também.
“Estamos muito animados e projetando a ampliação do terminal, pois o porto do Grupo FV se consagrou em 2023, como o novo corredor logístico para escoamento de grãos, proporcionando um inovador mercado de grãos para a Trading e para os produtores rurais. Este novo corredor logístico irá movimentar quase 10% da produção do Estado e escoará de forma sustentável e potencializada, trazendo eficiência, menos desgastes nas rodovias e menos poluição. Tudo isso se resume em agregar valor em toda a cadeia produtiva da soja em Mato Grosso do Sul, gerando crescimento também ao município de Porto Murtinho”, destacou a diretora administrativa e financeira do Grupo FV, Rubia Cynara, em entrevista ao site da empresa.
Infraestrutura
O crescimento no volume de exportações traz a necessidade urgente de melhoria da infraestrutura aos acessos do município. Esta preocupação foi demonstrada pelo titular da Semadesc durante a visita ao estacionamento de caminhões do grupo Vicari.”Estamos aqui no Vicari que é o chamado estacionamento de caminhões, que é o pulmão onde todos os transportadores chegam para fazer as exportações. O local tem recebido até 250 caminhões ao dia de soja para que sejam exportadas pela hidrovia. Então isso mostra também que o empresário teve a visão de fazer um estacionamento que vai ser utilizado para a Rota Bioceânica”, afirmou.
A dimensão do impacto que a Rota Bioceânica vai trazer também foi destacada por Verruck. “Temos que destacar a dimensão do impacto do porto com uma hidrovia funcionando, com um produto de exportação que é a soja, extremamente importante para o Mato Grosso do Sul. Hoje nós temos um movimento já de 250 caminhões, mas quando pensamos na Rota podemos imaginar cerca de mil caminhões passando por dia, quando ela estiver consolidada. Isso mostra o quanto o Governo terá que investir na infraestrutura e melhorias no município”, enfatizou.
Na sexta-feira passada (19), o secretário Hélio Peluffo, da Seilog (Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística), visitou o canteiro de obras da ponte do lado brasileiro para fortalecer a Rota, estreitando os laços do governo sul-mato-grossense com o consórcio formado por duas empresas paraguaias e uma brasileira.
No local ele colheu reivindicações e algumas necessidades de intervenção do Estado, como melhorar o acesso provisório, para que os insumos brasileiros cheguem até a obra, e também a implantação de uma rede de energia trifásica até o canteiro, pois a construtora está girando concreto com geradores de energia.
“O secretário Helio Peluffo esteve na cidade na semana passada avaliando toda a questão da infraestrutura e melhorias para possamos suportar o que já temos agora de tráfego passando por Murtinho através da hidrovia. Mas estamos pensando também futuramente sobre o que temos que fazer de reestruturação para atender as exportações pelo município”, finalizou.
Valor da produção agrícola do MS será recorde em 2023: R$ 55,78 bilhões
O Valor Bruto da Produção (VBP) de Mato Grosso do Sul será recorde nesse ano, conforme projeção do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os dados constam na Carta de Conjuntura da Agropecuária , elaborada pela Assessoria de Economia e Estatística da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). A soma de todas as vendas dos produtos agrícolas realizadas no Estado em 2023 deve atingir R$ 55,78 bilhões, um aumento de 13,49% em comparação com o apurado no ano passado.
Com esse aumento Mato Grosso do Sul terá o 7º maior VBP do País, consolidando-se como potência do agronegócio, ponderou o secretário da Semadesc, Jaime Verruck. “Devemos ter um aporte significativo no valor apurado com a produção de soja, passando de R$ 24,48 bilhões para R$ 33,2 bilhões, uma variação positiva de 35% que é a responsável por esse recorde no VBP. Tivemos um leve aumento na área plantada nesse ano com a soja, mas o que fará a diferença é a produção. Saltamos de 8,5 milhões de toneladas no ano passado para mais de 13 milhões nesse ano, muito por causa das condições climáticas que foram mais favoráveis”, explicou.
O milho é a único cultivo, das principais do Estado, que apresentará queda tanto no volume a ser colhido quanto no valor bruto da produção. No ano passado o Estado colheu 12,7 milhões de toneladas e apurou R$ 16,25 bilhões brutos com a venda do milho. Nesse ano a produção deve ficar em 10,8 milhões de toneladas e o valor bruto da produção, R$ 13 bilhões. Retração de 14,75% na produção e 19,92% no VBP.
Os dados da produção do milho usados pela Assessoria de Economia e Estatística para elaborar a Carta de Conjuntura da Agropecuária são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Cabe destacar que o Projeto SIGA (Sistema Integrado de Informações Agropecuárias), mantido em parceria pela Semadesc, Aprosoja e Famasul, projeta uma produção maior para o milho nesse ano, de 11,2 milhões de toneladas.
A cana-de-açúcar deve apresentar aumento de 12,96% no VBP, passando de R$ 6,4 bilhões no ano passado para R$ 7,2 bilhões nesse ano. A produção passará de 40,7 milhões de toneladas para 44,7 mi/ton, sem haver aumento na área plantada, que permanece em 631,5 mil hectares.
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