12/10/2024 - Edição 550

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Qual é o antipulgas ideal? Depende do estilo de vida do pet; veterinária explica

Publicado em 26/10/2021 12:00 -

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Pulgas e carrapatos, além de tirarem o sossego da vida dos animais causando coceiras e mal-estar, também são responsáveis por uma série de doenças graves e que podem até mesmo levar um animal ao óbito.

No mercado existe uma grande variedade de produtos antipulgas e carrapatos que auxiliam no controle de pragas, como comprimidos, coleiras, pipetas e muitos outros, além de “milagrosas” receitas caseiras que prometem eliminar os parasitas de forma mais econômica.

Toda essa variedade pode confundir donos de animais de estimação na hora da compra, pois é difícil saber qual entre tantas opções é a mais eficaz ou, em alguns casos, se aquilo realmente funciona.

Qual produto é o melhor

É preciso entender que para cada caso há uma necessidade diferente, dependendo do estilo de vida do animal e do ambiente ao qual ele está exposto um ou outro produto pode atender melhor, ou mesmo a junção entre dois.  

A médica veterinária Fernanda Ambrosino diz que o risco de adquirir pulgas e carrapatos é diferente entre um pet que vive em apartamento, que dificilmente tem acesso à rua, e um animal que passeia em parques ou praças, um que mora ou frequenta um sítio ou mesmo fazendas, por exemplo.

“Em animais que são pouco expostos, a utilização de apenas um produto antipulgas já é suficiente, para animais mais expostos é possível associar dois produtos. Cabe ao veterinário responsável sugerir os melhores meios de proteção”, diz.

Vale reforçar a importância do controle integrado para manter os animais bem protegidos contra esses parasitas. Fernanda lembra que é comum pensar que as pulgas e carrapatos estão presentes apenas no corpo dos animais e que, ao eliminarmos, o pet estará livre, mas não é bem assim.

“Apenas 5% destes parasitas, que estão na fase adulta, ficam visíveis. Os outros 95%, que estão em suas fases imaturas (ovos, larvas, pupas ou ninfas) ficam escondidos no ambiente e são invisíveis a olho nu”, alerta.

Para ter uma breve noção de como funciona a infestação dos animais é preciso antes compreender o ciclo de vida desses ectoparasitas. “Uma única pulga, por exemplo, origina de 400 a 2000 ovos por vez. No caso dos carrapatos, eles se alimentam do sangue do hospedeiro durante uma a três semanas e depois caem no ambiente, onde põem cerca de 4 mil ovos por vez”, conta a veterinária.

Sendo assim, caso o tutor encontre um parasita pelo corpo do animal de estimação, é  muito provável que o ambiente onde ele vive também esteja infestado.  Por esse motivo é recomentado investir no já mencionado controle integrado, que engloba uma série de medidas para o tratamento simultâneo do animal e do ambiente, o objetivo é trazer mais eficiência para o controle de pragas como pulgas, carrapatos entre outros insetos causadores de doenças.

“Para tratar os pets, o indicado é o uso mensal de produtos ectoparasiticidas (ou de acordo com a indicação em bula) e a aplicação de produtos com princípio ativo adequado para controlar e/ou prevenir a presença desses parasitas no ambiente”, explica.

Para realizar a higienização correta do ambiente é preciso usar medicamentos específicos para esse fim. “Produtos de limpeza de uso comum, como cândida, desinfetantes e removedores, não são ectoparasiticidas, portanto não têm ação contra os parasitas presentes no ambiente”, ressalta a veterinária.

DIFERENTES MEDICAMENTOS ANTIPULGAS E COMO ELES FUNCIONAM

Comprimido ou tabletes mastigáveis

Esse tipo de antipulgas elimina os parasitas depois que o animal é picado. Quando o comprimido antipulgas é absorvido pelo sistema digestivo do pet, o princípio ativo atinge a circulação sanguínea e é distribuído para todo o organismo.

As pulgas e carrapatos que entram em contato com o princípio ativo ao picarem o animal, sofrem a ação do inseticida e são eliminadas. O princípio ativo continua agindo na circulação sanguínea do pet por algum tempo, até ser completamente metabolizado e eliminado. Neste momento é a hora de repetir o tratamento.

Contraindicações

Os antipulgas são seguros quando usados de forma correta, seguindo todas as recomendações do fabricante. Casos de reações são raros e, se acontecer, um médico veterinário deve ser procurado imediatamente.

Pipetas de uso tópico

Os antipulgas em formato de pipeta são absorvidos pela pele do animal, podendo ir para a corrente sanguínea ou ficar na camada de gordura da pele, dependendo do princípio ativo. A pulga ou o carrapato são eliminados já ao entrar em contato com a pele do pet.

Uma vantagem importante desse tipo de produto é a possibilidade de prevenir outras patologias. As opções com formulação sinérgica, por exemplo,  auxiliam na prevenção da dirofilariose e leishmaniose,  pois repelem e matam os mosquitos transmissores dessas enfermidades.

Contraindicações

Filhotes e felinos precisam de cuidados redobrados, alguns princípios ativos não são indicados para eles. O tutor deve evitar que o animal consiga lamber a região em que o antipulgas foi aplicado.

É importante reforçar que é preciso buscar orientação do médico veterinário. O profissional saberá indicar o produto mais adequado e poderá também avaliar o quadro geral de saúde do animal para que seja possível identificar qualquer problema que possa comprometer a ação dos antipulgas e carrapatos.

Sprays e shampoos

Os sprays poder ter uma eficácia maior ou menor, dependendo do tipo de produto. Geralmente eles eliminam apenas os parasitas presentes nos pets no momento da aplicação. Podem eliminar até mesmo o do ambiente, caso tenha contato, mas não contam com efeito duradouro.

Os shampoos antipulgas, na maioria, apresentam formulações com piretroides ou organofosforado, que podem intoxicar os pets. Eles atuam apenas nas pulgas que estão sobre o animal no momento do banho, mas não afeta as que estão no meio ambiente e nem mesmo atuam na proteção a longo prazo.

Coleiras antipulgas

A ação repelente irá depender da formulação da coleira. Mas, é indicado buscar orientação do médico veterinário.

Podem repelir outros insetos de alguma forma, mas não é tão eficaz quanto a versão em pipeta, por exemplo.

Receitas caseiras

Existem alguns métodos caseiros disponíveis na internet que prometem eliminar pulgas e carrapatos, como camomila e água, óleo de lavanda ou citronela e até borrifar vinagre de maçã no corpo do animal, mas isso não é o indicado.

Os tutores devem sempre recorrer a produtos de uso veterinário para o controle de parasitas. O uso de formulações caseiras pode afetar a saúde do animal, gerar alergias, intoxicação e até colocar a vida do animal em risco.

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Alexandre


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