AUAU MIAU
Publicado em 08/01/2015 12:00 -
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A imagem da atriz Kaley Cuocu, que faz a Penny do seriado The Big Bang Theory, com seus cães logo após passar por uma cirurgia de sinusite repercutiu nas redes sociais. "Acaba de fazer uma cirurgia e já com cachorro no colo? Esses artistas são os porcões", comentou um internauta.
Embora a cena possa parecer estranha para alguns, ao menos 20 hospitais nos EUA têm permitido a entrada de cães ou outros aninais de estimação nas unidades de internação, inclusive na UTI.
No Brasil, há diversos programas de terapia animal chamados de pet terapia, em que animais treinados fazem visitas hospitalares pré-programadas. Em São Paulo, o hospital Albert Einstein libera que bichos de estimação visitem pacientes internados até em unidades semi-intensivas, mas essa iniciativa ainda está engatinhando em todo o país.
No hospital da Universidade de Maryland (Baltimore), por exemplo, os pets podem visitar seus donos como qualquer outro membro da família.
Em Long Island, o hospital da North Shore University permite que animais de estimação de pacientes terminais fiquem o tempo todo ao lado de seus donos.
As políticas variam de instituição para instituição, mas muitas compartilham os mesmos requisitos. É preciso autorização do médico do paciente e um atestado do veterinário de que o animal está saudável e com a carteira de vacinação atualizada. Se o paciente divide um quarto com alguém, essa pessoa deve concordar antes com a visita do animal.
O uso de coleiras quando andam pelos corredores do hospital também é obrigatório.
Susan Roy, diretora de serviços de cuidados pastorais da Universidade de Maryland Medical Center, diz que as visitas podem ser duras para os cães, que muitas vezes respondem visceralmente à doença do dono. "Alguns demoram um ou dois dias para se recuperar de uma visita", disse ela em entrevista ao "New York Times".
As instituições que adotaram as políticas de "pet visitação" estudaram os prós e os contra da medida e concluíram que os benefícios (conforto e redução do estresse dos pacientes) foram menores do que os potenciais riscos.
Alguns estudos mostram que os cães de terapia hospitalar, que passeiam de quarto em quarto, podem pegar germes e potencialmente transmitir bactérias que podem causar infecções, mas o risco seria menor no caso das visitas dos próprios animais de estimação dos pacientes porque eles vão direto para o leito do dono.
Se alguém estiver com uma ferida aberta ou com uma infecção ativa, a visita de um animal de estimação deve ser desencorajada, segundo as políticas hospitalares.
São poucos e pequenos os estudos sobre o valor das visitas de animais de estimação pessoais nos hospitais. Um trabalho de 2010, com dez cães de pacientes e outros dois de desconhecidos, mostrou reações semelhantes nos doentes: relaxamento, redução da pressão arterial e dos níveis de cortisol, um hormônio relacionado ao estresse. Existe remédio mais gostoso do que esse?
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